

Nossa História
Itens iniciais
Propósito
Utilizar sistemas de informações gerenciais para embasar a tomada de decisão nas práticas assistenciais de saúde é fundamental para os profissionais da área, uma vez que garante e favorece decisões mais assertivas, além de ajudar no suporte aos processos de negócio em saúde.
Preparação
Antes de iniciar, tenha em mãos um dicionário de termos técnicos em saúde para entender os termos específicos da área.
Objetivos
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Identificar a importância do sistema de informação e a sua função na gestão em saúde.
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Identificar qual sistema de informação será utilizado em cada etapa de determinado negócio.
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Reconhecer a importância da tecnologia da informação no processo de gestão de serviços de saúde.
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Reconhecer a importância dos sistemas de informações gerenciais (SIG) na gestão dos serviços de saúde público e privado.
Introdução
Um sistema de informações gerenciais (SIG), no campo da saúde, pode ser entendido como uma ferramenta organizacional composta por recursos técnicos, processuais e humanos que reúnem, processam, armazenam e analisam dados para auxiliar na gestão e tomada de decisões na área da saúde. Seu objetivo é fornecer informações atualizadas e relevantes aos profissionais e gestores de saúde, a fim de administrar os serviços de saúde com sucesso e eficiência. Isso abrange diferentes entidades, como hospitais, clínicas, centros de saúde, seguradoras de saúde e outras instituições relacionadas.
Um SIG auxilia em diversas atividades importantes, incluindo aquisição e armazenamento de dados, análise desses dados e elaboração de relatórios. Além disso, ele pode monitorar variáveis de desempenho, como taxas de ocupação, tempos de espera, despesas operacionais, taxas de reinternação e resultados terapêuticos.
Por meio dessas ações, os gerentes podem avaliar o sucesso da organização e realizar mudanças quando necessário, tomando decisões estratégicas. No entanto, a implementação e o uso eficaz de um SIG no setor de saúde requerem infraestrutura tecnológica adequada, políticas de segurança da informação, treinamento dos usuários e conformidade com as leis de privacidade e proteção de dados.
Evolução da gestão
Confira no vídeo como ocorreu a evolução dos conceitos em gestão ao longo do tempo.
A gestão eficaz e eficiente dos recursos, processos e pessoas envolvidos na prestação de serviços de saúde é conhecida como gestão em saúde. Essa prática envolve a implementação de ideias e técnicas de gestão com o objetivo de melhorar a qualidade, eficiência e acessibilidade dos serviços de saúde. A gestão em saúde abrange uma variedade de responsabilidades, incluindo a supervisão de serviços de saúde, como hospitais, clínicas e centros de saúde, bem como a supervisão de programas, políticas e sistemas de saúde em diversos níveis de atenção. Administração e gestão são tratadas como sinônimos em vários dicionários. Confira a síntese das principais definições!
Administração
Ação ou consequência de administrar.
Gestão
Ação de gerenciar ou administrar uma empresa ou entidade pública.
Executar ordens, ter autoridade para tomar decisões, dirigir e administrar também são termos usados como sinônimos.
Na idade antiga existia um relacionamento muito próximo entre política e gestão. Entretanto, uma estruturação da área de administração/gestão foi projetada para causar uma ruptura ou descontinuidade na relação entre política e gestão. No início do século XX, foi apresentada uma nova abordagem capaz de permitir a implementação de técnicas de gestão comprovadas, em vez daquelas influenciadas por políticas de disputas entre diferentes crenças e interesses, e que se tornou uma peça clássica do pensamento administrativo, conhecida como administração científica.
Também conhecida como taylorismo, a administração científica foi uma abordagem de gestão desenvolvida por Frederick Winslow Taylor. Ele propôs que as empresas deveriam ser gerenciadas de forma científica, baseando-se na análise cuidadosa dos processos de trabalho para aumentar a eficiência e a produtividade. Veja a seguir os princípios da administração científica.
Planejamento
Preparo dos trabalhadores
Controle
Execução
A disciplina e o controle continuam sendo fundamentais nos métodos de gestão, mesmo com a expansão da área desde 1911. Todos os tipos de métodos de gestão existentes, hoje, têm como base a centralização do poder nas mãos dos líderes.
Resumindo
Tanto o princípio da teoria taylorista, que trata da divisão entre atividade intelectual e sua implementação, quanto o que defende a centralização da capacidade de planejamento e tomada de decisões na direção da empresa, buscam restringir a iniciativa e a autonomia do trabalhador.
Na década de 30, a escola das relações humanas desafiou a visão taylorista do homem, reconhecendo a importância de elementos subjetivos nas operações corporativas. No entanto, essa nova percepção apenas ampliou as ferramentas tecnológicas utilizadas para o controle. Além dos estímulos econômicos diretos, como a melhoria das condições de trabalho, houve investimentos no desenvolvimento do vínculo das pessoas com a empresa, visando condicioná-las aos objetivos organizacionais.
O objetivo da organização foi aprimorado por diversos processos e estudos. Vejamos!
Teoria de sistemas
Visa analisar o que é um sistema, como eles se relacionam entre si e entre seus componentes em vários lugares. Além disso, essa teoria estuda as leis fundamentais dos sistemas. A integridade de um sistema é apoiada pela sua interconexão.
Desenvolvimento organizacional
Visa mudar a estrutura, os princípios e os valores de uma empresa para que possa se adaptar rapidamente a novos mercados, mudanças e problemas.
Qualidade total
Visa satisfazer e superar as necessidades e desejos do público-alvo, tanto interno quanto externo. É um conjunto de iniciativas que se concentra na eficiência total da empresa.
Essas áreas também prometem mais autonomia e melhor integração dos funcionários do projeto geral da empresa. No entanto, a abrangência dessas mudanças é extremamente limitada, pois a liberdade é concedida apenas para que todos trabalhem de forma mais eficaz de acordo com o objetivo geral da organização.
Um exemplo dessa tendência é a abordagem conhecida como cuidado gerenciado, que tem sido recomendada para os serviços de saúde. Retirar a capacidade de profissionais de saúde, especialmente médicos, de tomar decisões sobre suas próprias atividades clínicas pode reduzir custos e aumentar a eficiência da saúde. A autoridade é controlada por gerentes que, por meio da uniformização de procedimentos de diagnóstico e tratamento, assume o controle e a decisão sobre o que deve ser feito nas rotinas aprendidas dos funcionários.
A gestão em saúde e a saúde pública
Assista ao vídeo para explorar o conceito de gestão em saúde, sua relação com a saúde pública e compreender a significativa importância de seu surgimento.
A gestão da saúde e a saúde pública percorreram um longo caminho, surgindo como uma abordagem interdisciplinar que envolve várias áreas do conhecimento. Disciplinas como medicina, microbiologia, zoologia e geologia contribuíram para entender o processo saúde-doença. A gestão em saúde e a epidemiologia surgiram dessa integração. Assim, o surgimento de um campo de conhecimentos percebido como administração e práticas em saúde ocorreu quando a saúde pública estava em seu início. Encarregava-se de pensar na administração de escolas, laboratórios de saúde, departamentos estatais e outros departamentos. No entanto, se diferenciava da administração de empresas, pois buscava unir a gestão com as práticas de saúde, o que foi considerado capaz de diminuir os problemas de saúde coletiva.
Resumindo
Essa área procurava integrar informações sobre administração pública com métodos eficazes de saúde para combater epidemias. A administração em saúde privada era menos específica e geralmente aplicava conceitos da teoria geral a hospitais e clínicas. Desde o início, muitos conceitos e métodos militares foram incorporados à administração sanitária, tratando doenças, microrganismos e condições insalubres como inimigos a serem eliminados e dominados por meio de gerenciamento operacional, programas de saúde e planejamento estratégico e tático. Além disso, os conceitos de erradicação e controle, risco, vigilância e análise de informação derivaram da arte da guerra.
Desde a concepção da administração científica, novos conceitos da teoria da administração, da sociologia e da ciência política surgiram. Em meados do século XX, o objeto e o campo de intervenção da gestão em saúde aumentaram. Naquela época, foram criados em alguns países europeus sistemas nacionais públicos de saúde, como na Grã-Bretanha, Suécia e União Soviética, e mais tarde, também em vários outros países da Europa, América e Oceania. Isso levou a uma transformação completa na cultura sanitária, na qual os serviços e programas de saúde foram organizados de acordo com uma nova lógica.
O conceito de integração sanitária levou o Estado a financiar e administrar uma rede de serviços. Essa rede pública não apenas realizaria atividades preventivas e de interesse público, mas também forneceria atenção clínica, como assistência individual em hospitais, além de outros serviços.
Sede da Organização Mundial de Saúde em Genebra, Suíça.
Para atingir os objetivos dessa rede, foi desenvolvida a modalidade conhecida como atenção primária e o conceito de hierarquização e regionalização dos serviços. A complexidade dessa nova política pública estava claramente fora do alcance do arcabouço de conhecimentos da gestão em saúde. Isso levou a pesquisas centradas em novos modelos organizacionais e atenção à saúde em vários países ao longo do século XX.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) incentivaram a produção de conhecimento nessa área e trabalharam para transferir experiências e tecnologias para a organização, planejamento e gestão dos serviços de saúde. Isso resultou em uma maior integração entre as áreas clínicas e de saúde pública, iniciando pesquisas sobre sistemas locais de saúde, modelos de atenção, gestão de recursos humanos em saúde, planejamento e programação de serviços de saúde.
A formação de gestores em hospitais foi marcada por cursos organizados de acordo com os princípios específicos da economia e administração de empresas. A área só tem se esforçado nos últimos anos para recuperar a formação e a pesquisa em gestão hospitalar. Análises que visam expandir e democratizar a gestão buscam superar a limitação das teorias administrativas. A gestão participativa, o controle social sobre os gestores pela sociedade civil e os vários tipos de cogestão em saúde são discutidos em diversos estudos.
Importância e composição dos sistemas de informação
Descubra no vídeo o que são os sistemas de informação gerenciais, seu papel e importância para gestores em saúde.
Não seria difícil enumerar uma experiência vivenciada em que os dados são utilizados para tomar decisões. Por exemplo, as circunstâncias climáticas (temperatura, chuva etc.) afetam a escolha sobre que roupa vestimos, assim como as condições da estrada afetam uma viagem.
Reflexão
A capacidade de obter determinada informação não garante que, como resultado, as escolhas e ações tomadas sempre serão as melhores. Isso significa que uma informação influencia diretamente as tomadas de decisão, pois reflete os conceitos, valores, intenções, perspectivas e outras características da pessoa que a utiliza. A incerteza persiste, mesmo quando temos acesso a informações motivadas e pertinentes. Depende de quem se envolve e do tipo de situação que está sendo enfrentada.
Quando se trata de identificar uma informação necessária, é importante fazer perguntas que tragam o conhecimento da situação e os objetivos que pretendemos alcançar, auxiliando no processo de tomada de decisão sobre as ações a serem realizadas. Isso significa definir o caminho a seguir para atingir os objetivos pretendidos. São as consultas que nos fornecem as informações de que precisamos.
Reunião dos gestores de saúde.
Decisões importantes e sociais são necessárias para o processo de gestão da saúde. As informações podem ajudar na tomada de decisões rápidas sobre determinado estado de saúde. No entanto, é importante entender que essas escolhas são sustentadas por princípios, fundamentos, suposições, perspectivas globais e, especialmente, por uma ideia de um modelo de saúde para aqueles que participam do processo de gestão da saúde.
Na sociedade atual, os componentes de entretenimento e marketing dos sistemas de tecnologia recebem muita atenção. Frequentemente vemos os sistemas de TI mais recentes em uso em servidores de jogos e no software que controla painéis digitais, mas você sabia que o setor de saúde provavelmente abriga alguns dos desenvolvimentos e implementações de sistemas de informação mais significativos?
Os primeiros sistemas de informação foram desenvolvidos principalmente para lidar com operações rotineiras, repetitivas e cotidianas, como a manutenção de registros de pacientes e o controle de estoque simples. Embora sejam funções indiscutivelmente cruciais, os sistemas de informação em saúde ainda estão em sua primeira geração. De inventário repetitivo a uma infraestrutura de saúde digital abrangente que está diretamente conectada à saúde do paciente e às atividades clínicas, a tecnologia da informação (TI) em saúde atual passou por uma grande evolução. A maioria dos dados clínicos, financeiros e operacionais que as instituições produzem todos os dias é coletada, gerenciada e integrada pelos sistemas atuais.
Médica apresenta prontuário eletrônico a pacientes.
Considere as opções flexíveis oferecidas pelos sistemas de prontuário eletrônico do paciente (PEP). Um PEP é uma representação digital do registro clínico em papel de um paciente, e o sistema de dados PEP compila todos os registros individuais em um único banco de dados extenso. Os profissionais de saúde agora têm acesso imediato, seguro e eficaz a históricos clínicos, de tratamento e de seguro dos pacientes em tempo real, graças aos PEP.
Além disso, o PEP pode melhorar o atendimento e a segurança do paciente sob alguns aspectos. Vamos conhecê-los!
Acesso a informações
Registros em papel são notoriamente difíceis de criar e manter, mas um PEP dá aos médicos e outros profissionais de saúde uma imagem sólida e completa de cada elemento da saúde de um paciente. Esses detalhes são especialmente úteis em emergências, quando os especialistas normalmente não teriam acesso aos registros em papel do paciente.
Informações mais detalhadas
Os registros em PEP não são apenas mais rápidos de recuperar do que os registros convencionais, mas também são mais completos. Com um sistema PEP completo, os profissionais de saúde podem acessar facilmente as alergias, medicamentos e outros aspectos do histórico clínico de um paciente na mesma. Em vez de esperar até que os resultados dos exames estejam disponíveis e entregues, isso permite que os profissionais de saúde ajam rapidamente e façam escolhas cruciais de saúde mais cedo.
Segurança
Os PEP são feitos para incluir sistemas de sinalização que alertarão os profissionais de saúde contra ações que poderão causar danos aos pacientes, como nos casos de prescrição de medicamentos com interações. Além disso, os farmacêuticos podem usar ferramentas específicas de prescrição eletrônica para ajudar a garantir que as informações sobre a dose sejam precisas e adequadas, de acordo com o histórico clínico e estado do paciente.
Conceitos básicos de sistema, dados e informação
Descubra no vídeo a diferença entre dados, informação e sistema, além da importância de cada um desses aspectos para os gestores em saúde.
Para prosseguirmos, vamos fundamentar esses conceitos importantes.
Sistema
Fique atento, pois a palavra sistema evoca a imagem de uma totalidade orgânica que é guiada por regras próprias, as quais especificam sua composição e modo de operação, enquanto o direcionam para um objetivo particular. Além disso, é importante lembrar que um impacto externo pode afetar um sistema.
Portanto, deve-se considerar que postos de saúde, ambulatórios, farmácias, hospitais e outros estabelecimentos compõem um sistema de saúde.
Cada uma dessas unidades realiza diferentes tipos de ações, como consultas médicas, vacinações, monitoramento de saúde, entre outros, de acordo com seu próprio conjunto de regras.
No entanto, para que seja considerado um sistema, é necessário que haja articulação e interação entre essas partes, visando a um tratamento estruturado e à resolução das necessidades de saúde de uma população específica.
Dados
São a base para a criação de informações.
A forma como selecionamos e integramos as informações revela a estrutura explicativa que guia nossa visão de mundo, nosso modo de saber ou modo de ver determinada circunstância.
Cada indivíduo constrói uma percepção específica dos inúmeros eventos que ocorrem na vida com base em seus referenciais. Mesmo quando vários indivíduos identificam e utilizam os mesmos fatos, ao combiná-los, cada um cria sua própria interpretação.
É importante lembrar que as estatísticas não falam por si. Funcionam como uma espécie de matéria-prima sobre a qual fazemos diversas operações (juntar, correlacionar, opor etc.) no esforço de desenvolver um conhecimento, uma interpretação e um julgamento sobre determinado cenário.
Informação
É o resultado final de uma combinação particular de fatos, bem como a avaliação e decisão que tomamos sobre uma situação específica. Ela é uma ferramenta fundamental para auxiliar na tomada de decisões, no planejamento, na execução e na avaliação das atividades realizadas.
A informação é produzida e uma interpretação é desenvolvida a partir da integração dos fatos. Essa interpretação pode ser vista como uma avaliação (ou seja, valor = valor de oferta), tentando obter informações e criar uma opinião sobre alguma circunstância. Esse julgamento deve necessariamente considerar os conceitos, presunções, valores e referências que norteiam a interpretação do sujeito sobre a circunstância.
Reflexão
O que é dado para um observador pode ser informação para outro, dependendo de onde eles estão na circunstância. Para contextualizar essas concepções, é necessário considerar a perspectiva ou a posição da pessoa que está questionando determinada situação. Para informar sobre o que aconteceu, está acontecendo ou pode ocorrer em uma situação específica, os dados não precisam ser incrivelmente precisos ou quantitativamente diversos.
A capacidade de identificar as informações e os fatos relevantes e realmente necessários para responder a questões, permitindo o conhecimento, a avaliação e a tomada de decisão em determinada circunstância, é crucial. A clareza na especificação dos dados necessários pode resultar em economias significativas nos processos de coleta, processamento, armazenamento e distribuição de informações.
Com frequência, nos preocupamos apenas em coletar os dados que desejamos reunir, muitas vezes em grande quantidade, em vez de descrever e explicar com precisão as informações necessárias. Isso acontece, geralmente, porque não temos noção da dimensão dos custos dessas operações.
Verificando o aprendizado
Questão 1
Política e gestão estiveram ligadas até o início do século XX. Desde então, foram comprovadas e introduzidas novas técnicas de gestão desvinculadas das políticas de disputas de interesses e crenças. A técnica de gestão foi reconhecida como administração científica. Assinale a alternativa que representa seus princípios:
A
Planejamento, preparação do trabalho, controle e execução.
B
Planejamento, avaliação do trabalho, execução e acompanhamento do trabalho.
C
Avaliação da necessidade do trabalho, planejamento e controle e execução.
D
Controle, planejamento, desenvolvimento e avaliação.
E
Planejamento, desenvolvimento, controle e execução.
Responder
Parabéns! A alternativa A está correta.
Os princípios de administração científica compõem uma visão de gestão conhecida como taylorismo, que adota um olhar científico para a gestão.
Questão 2
A gestão de serviços de saúde atualmente deve se preocupar com a gestão dos riscos, conforme determinado pela legislação vigente. Para se ter uma gestão de riscos adequada e garantir bons serviços de saúde, é preciso ter uma visão sistêmica da instituição. Assinale a alternativa que representa a concepção de sistema:
A
A totalidade orgânica é conduzida por regras próprias, que garantem a especificidade da sua composição e o modo de operação enquanto a orientam para um objetivo particular.
B
Resultado final de uma combinação particular de fatos, bem como a avaliação e decisão que tomamos sobre determinada circunstância.
C
Informação que escolhemos e como a integramos revela a estrutura explicativa (suposições, crenças etc.) que rege nossa visão de mundo, ou nosso modo de saber ou modo de ver determinada circunstância.
D
Teoria que surgiu em 1947 e visa mudar a estrutura, os princípios e os valores de uma empresa para que possa se adaptar rapidamente a novos mercados, mudanças e problemas.
E
Conjunto de iniciativas que se concentram na eficiência total da empresa com o objetivo de satisfazer e superar as necessidades e desejos do público-alvo, tanto interno quanto externo.
Responder
Parabéns! A alternativa A está correta.
Nas instituições, os sistemas são responsáveis por dar uma sequência lógica aos serviços executados e, dessa forma, garantir os resultados esperados.
Processos de negócios
Assista ao vídeo para entender a definição do conjunto de atividades essenciais para alcançar um resultado e como isso se aplica aos serviços de saúde.
O termo processo de negócios refere-se a um grupo de ações necessárias para produzir um resultado. Haverá entradas (o que inicia o processo), procedimentos e saídas (a entrega do que foi trabalhado) para qualquer processo de negócios. Assim, as partes interessadas ou seus consumidores podem se beneficiar de um grupo de ações estruturais conectadas, chamadas de processos de negócios.
Você já deve ter ouvido a palavra processo, mas o que ela significa em um ambiente de trabalho?
Um processo é uma coleção de ações usadas para atingir um objetivo específico. Portanto, um processo focado em alcançar uma meta para uma empresa é referido como um processo de negócio.
Você já pode ter se envolvido em um processo de negócios se já trabalhou ou estagiou em um ambiente profissional. Um ou mais processos de negócios são usados em qualquer área, desde o procedimento simples de cadastrar pacientes até cirurgias de transplantes.
As instituições passam por processos todos os dias para alcançar seus objetivos. Elas terão mais sucesso à medida que seus procedimentos forem melhores. Algumas empresas utilizam seus procedimentos como uma tática para obter vantagem competitiva. Um procedimento que atinge sua meta de maneira distinta pode diferenciar um negócio.
Cada um de nós realiza várias tarefas durante o dia sem pensar duas vezes, como se preparar para o trabalho, usar o caixa eletrônico, verificar o e-mail etc. A necessidade de documentação surge à medida que os procedimentos se tornam mais sofisticados e assume importância vital para as empresas, porque permite que elas mantenham o controle sobre a execução das tarefas dentro da organização.
Fazer uma lista é a abordagem mais simples para descrever um processo. Cada etapa do procedimento é listada e pode-se marcar cada uma delas ao finalizá-la. No entanto, documentar o processo como uma lista de verificação pode não ser adequado para procedimentos que não sejam tão simples. Embora alguns processos possam ser bastante diretos e na verdade tenham o mesmo número de etapas, é mais desafiador seguir com uma lista simples, pois ela possui alguns pontos de decisão. Em algumas circunstâncias, usar um diagrama para representar o processo pode fazer mais sentido.
Quando as empresas começam a registrar os processos, é uma responsabilidade administrativa acompanhá-los. É fundamental identificar quais processos são os mais novos, à medida que se desenvolvem e mudam. Além disso, é crucial organizar o processo para simplificar as atualizações. Um dos impulsos para o desenvolvimento do sistema de gestão documental foi a necessidade de lidar com os documentos do processo. Além de armazenar e rastrear documentos, um sistema de gerenciamento de documentos oferece as seguintes operações, veja!
Versões
Um documento pode ter várias versões. A mais recente deve ficar disponível e ser de fácil acesso.
Fluxos de trabalho e aprovações
Os documentos devem ter um fluxo para suas aprovações, de quem o elaborou às instâncias gerenciais de verificação.
Comunicação
O gerenciamento de documentos deve sempre informar aos usuários do processo, quando este sofre alguma alteração.
Os sistemas de gerenciamento de documentos não são usados simplesmente para gerenciar a documentação dos processos de negócios. Também lidam com outros tipos de documentos, entre eles documentos legais, como o prontuário do paciente, no caso da saúde.
SIG como suporte aos processos de negócio
Assista ao vídeo e confira como um sistema de gerenciamento apresenta suas operações.
Como vimos, nos processos utilizamos a gestão da informação. Qualquer instituição só pode ser bem-sucedida se usar sistemas de informação eficazes para lidar consistentemente com dados organizacionais e financeiros. Quando se trata de trabalho, nada substitui a informação precisa no momento oportuno. Isso remete à necessidade de inovação e da criação de tecnologias que possam ser usadas para tornar as informações precisas e facilmente acessíveis, quando necessário.
Os procedimentos de negócios podem ser descritos como o coração pulsante de uma instituição, pois têm um impacto substancial em seu desempenho. O sucesso do desempenho organizacional geralmente resulta de procedimentos de negócios bem planejados e integrados. O processo assistencial, o processo de marketing, o processo financeiro e o processo de recursos humanos são alguns exemplos típicos de processos de negócios.
Uma instituição precisa interagir com diversos tipos de informações. Fornecedores, clientes, funcionários e investidores são apenas algumas das partes interessadas cujas contribuições são inestimáveis para qualquer atividade.
Os sistemas de informação desempenham um papel fundamental no gerenciamento desses dados. Ao utilizar sistemas de informação, a instituição é capaz de gerenciar suas operações de maneira eficiente e eficaz. Os sistemas de informação também ajudam a aumentar a eficácia corporativa.
Os gestores tomam decisões que afetam o desempenho da organização. O sistema de informação é um dos sistemas de inteligência de negócios que fornece informações para a gestão quando há necessidade de informações gerenciais. A gerência intermediária usa sistemas de informações gerenciais para fornecer informações para a tomada de decisões. Esses sistemas usam um algoritmo para examinar as entradas de dados, integrá-los, fazer comparações e, eventualmente, resumir os resultados. Veja agora alguns exemplos de sistemas de informações:
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Sistema financeiro e contábil
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Sistema de vendas e marketing
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Sistema de informações gerenciais
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Sistema de gestão de recursos humanos
Combinar dados dos sistemas para fazer fluxos de informações por toda instituição é uma das maiores dificuldades que as organizações enfrentam atualmente. A coordenação das informações e do fluxo de trabalho é necessária para que a organização opere da maneira mais harmoniosa possível. Novos sistemas, que podem combinar dados de várias unidades organizacionais e áreas funcionais, são necessários para esses desenvolvimentos, bem como aqueles que podem coordenar as operações institucionais com as de fornecedores e outros parceiros de negócios.
As empresas devem abordar suas operações de negócios de forma mais estratégica na era digital. Os processos de negócios também descrevem as diferentes formas pelas quais a administração e as organizações coordenam suas operações. Se os procedimentos de negócios de uma empresa permitem que ela inove ou execute melhor do que seus concorrentes, ela pode obter uma vantagem competitiva. Procedimentos de negócios baseados em métodos antiquados de operação, que limitam a capacidade de resposta e a eficácia organizacional, podem ser desastrosos.
As operações de negócios interfuncionais geralmente ultrapassam as linhas que separam os serviços assistenciais, marketing, produção e pesquisa e desenvolvimento. Esses procedimentos interfuncionais nem sempre refletem os organogramas das instituições, reunindo trabalhadores com vários conhecimentos funcionais para concluir uma tarefa. Em muitas organizações, o processo de atendimento de pedidos de exames, por exemplo, requer coordenação entre a função de recepção (recebimento e entrada do pedido), a função contábil (em casos de serviços privados) e a função de laboratório (realização do exame). Os sistemas de informação auxiliam tanto nos processos individuais de cada uma dessas áreas quanto na entrega de informações para atividades interfuncionais.
Verificando o aprendizado
Questão 1
A coleção de ações aplicadas para alcançar um objetivo e atingir uma meta para uma empresa, são utilizadas em todas as áreas, desde o simples cadastro de um paciente até cirurgias de grande porte, como transplantes. Este conceito se refere a um
A
processo legal.
B
processo operacional.
C
processo estratégico.
D
processo jurídico.
E
processo de negócio.
Responder
Parabéns! A alternativa E está correta.
Os processos de negócio são aqueles que estão relacionados aos objetivos e propósitos da instituição.
Questão 2
A gestão da informação é utilizada nos processos. A informação correta, quando utilizada oportunamente, é insubstituível. É necessário inovar na criação de tecnologias para o uso de informações precisas e de fácil acesso. Assinale a alternativa que representa um sistema de informação:
A
Sistema de informação gerencial.
B
Sistema tributário.
C
Sistema de capacitação de recursos humanos.
D
Sistemas orgânicos.
E
Sistemas operacionais.
Responder
Parabéns! A alternativa A está correta.
Os SIG auxiliam os gestores e profissionais de saúde a tomarem as decisões mais acertadas e em tempo oportuno.
Conceitos da tecnologia da informação
Confira no vídeo os conceitos relacionados à tecnologia da informação e as bases de um sistema de informações.
A tecnologia da informação (TI) refere-se aos equipamentos e ao software utilizados para gerar, armazenar, transportar, processar e exibir informações e dados. Ela é considerada a força motriz da Era da Informação e abrange todos os aspectos de computadores e comunicações.
A TI não se limita apenas a computadores, tablets e smartphones. Por exemplo, ao usar uma televisão para exibir dados, também estamos lidando com essa tecnologia. O que define se algo é classificado como TI não é apenas a tecnologia em si, mas sim como ela é usada.
Telégrafo.
Embora o termo tecnologia da informação tenha surgido pela primeira vez em 1958, seu conceito existe há muito mais tempo. Desde a invenção da escrita, a humanidade vem desenvolvendo métodos de manipulação, registro e transmissão de informações. Isso inclui desde ferramentas antigas, como inscrições de receitas de ervas medicinais nas paredes de templos egípcios, até tecnologias mais "modernas", como a máquina de escrever, a calculadora e o telégrafo.
Com o primeiro computador digital programável, eletrônico e de uso geral, a TI começou a assumir a forma que conhecemos atualmente. Seu objetivo tem sido ampliar e aprimorar as capacidades do cérebro humano e a extensão da comunicação. Sem a TI, a capacidade de uma pessoa se comunicar e realizar negócios ainda estaria limitada ao que ela pode fazer apenas com sua voz e pensamentos. A TI é o que permite que indivíduos e comunidades aumentem sua capacidade mental e se comuniquem remotamente ao longo do tempo.
O desenvolvimento da tecnologia digital e a capacidade de conectar dispositivos de computação em redes locais e, posteriormente, globais, aceleraram esse progresso. A capacidade de cada componente de um sistema de TI aumentou exponencialmente em um período muito curto de tempo desde meados do século passado.
Hoje, praticamente todas as empresas dependem da tecnologia da informação. Ela tem uma influência positiva significativa na empresa de várias maneiras, sendo a pedra angular de como as empresas funcionam. Como consequência, as empresas devem ter uma estratégia de TI sólida e dinâmica. Muitas vezes, elas precisam avaliar como sua infraestrutura e operações de TI suportam sua estratégia de negócios, dada a velocidade do desenvolvimento da tecnologia.
Bases de um sistema de informação
Um sistema de informação (SI) é uma coleção de partes interconectadas que reúnem, processam, armazenam e distribuem informações, bem como fornecem um mecanismo de feedback para atingir um propósito. As instituições empregam sistemas de informação para economizar custos e aumentar a produtividade e os lucros.
A tecnologia da informação (TI) de um SI refere-se ao hardware, software e a ferramentas de telecomunicações usadas para coletar, processar, armazenar e transmitir informações. Como a TI atual permite executar operações com eficiência e gerenciar negócios de todos os tamanhos, a maioria dos SI hoje é baseada em TI. Observe como se estrutura as bases de um sistema de informação (SI).
Tarefas
São as ações necessárias para produzir um produto ou serviço. A troca de materiais, informações e conhecimentos entre os participantes apoia essas atividades.
Pessoas
Envolvem todos os usuários que interagem diretamente com o sistema, incluindo a gerência que define os objetivos do sistema, os próprios usuários e os desenvolvedores, entre outros indivíduos.
Sistemas de informação e estrutura organizacional
Rerefem-se à maneira como os vários componentes humanos interagem entre si, englobando, como resultado, conexões, estruturas hierárquicas e métodos para avaliar indivíduos.
TI na saúde
Assista ao vídeo e compreenda a função da tecnologia da informação na área da saúde, e como ela beneficia tanto o cotidiano dos profissionais quanto dos gestores.
A tecnologia da informação em saúde oferece suporte ao gerenciamento de informações de saúde em sistemas computadorizados e à troca segura de informações de saúde entre consumidores, provedores, usuários e monitores de qualidade. É considerada uma ferramenta promissora para melhorar a saúde geral com qualidade, segurança e eficiência do sistema de saúde.
A TI em saúde refere-se à utilização de recursos tecnológicos para a realização de procedimentos relacionados à saúde. Para salvar, trocar e analisar dados clínicos, os profissionais de saúde (e até mesmo os pacientes) utilizam sistemas informatizados. O gerenciamento de informações entre pacientes, profissionais de saúde e governo, deve ser seguro e de qualidade.
A aplicação da tecnologia da informação na área da saúde eleva o padrão e a eficácia do tratamento dos pacientes, ao mesmo tempo em que promove a saúde geral e o bem-estar da pessoa. O software também pode melhorar a eficácia das operações administrativas e clínicas, reduzindo despesas e erros.
Existem vários sistemas de tecnologia da informação em saúde. Em todos eles, é interessante observar os seguintes pontos:
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Cadastro de pacientes.
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Cadastro populacional.
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Cadastro de estabelecimentos.
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Produção das atividades de saúde.
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Conhecimento do perfil das doenças tratadas.
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Índice de mortalidade.
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Número de profissionais de saúde.
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Número de consultórios.
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Leitos.
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Medicamentos utilizados.
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Despesas incorridas e muitas outras informações.
Além disso, esta informação deve ser cruzada para determinar a operação dos serviços, seus objetivos e consequências (Carvalho, 1998).
A principal função de um sistema de informação em saúde (SIS) é maximizar a gestão e os resultados dos programas e serviços de saúde por meio do fornecimento de informações. Particularmente, um SIS é essencial para monitorar o estado da saúde, o desempenho das ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde, bem como a disponibilidade e o uso de recursos existentes para esse propósito.
O SIS consiste principalmente em processos e métodos para coletar e analisar dados e fornecer informações para apoiar o planejamento e programação orçamentária em diferentes níveis de governança; supervisionar, avaliar e coordenar programas e serviços de saúde; pesquisa e educação em saúde; e estabelecer políticas seguras em evidências no país. No âmbito da assistência ao doente, o sistema de informação deve auxiliar o seu tratamento e acompanhamento, bem como a monitorização de grupos com necessidades particulares (WHO, 2000).
Pessoa acessando sistemas de informação.
Diante do modelo assistencial hierarquizado e descentralizado promovido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com base na atuação idealmente interdisciplinar de equipes multiprofissionais, é fundamental contar com sistemas de informação que possibilitem o acesso às informações necessárias na hora e local necessários.
No entanto, as propriedades únicas de compartilhamento de informações contendo dados sensíveis reconhecidos implicam elementos extremamente particulares para o projeto e operação do SIS.
A melhoria da geração, difusão e aplicação do conhecimento depende criticamente dos sistemas de informação. Os SIS podem exibir funcionalidade em muitos graus de complexidade e sofisticação, variando de extremamente simples e direcionados a altamente complicados e sofisticados. O objetivo unificador dos sistemas de informação em saúde, no entanto, é sempre melhorar a saúde das pessoas e comunidades por meio da aplicação apropriada do conhecimento criado a partir de informações estruturadas.
Comentário
A informação é um componente crucial da tomada de decisão na oferta de tratamento, bem como na direção das políticas públicas e institucionais de saúde. Portanto, para que um sistema de informação em saúde (SIS) seja eficaz, ele deve ser capaz de coletar e gerenciar uma variedade de procedimentos e dados relacionados à assistência à saúde.
Originalmente, os SIS tinham uma ênfase administrativa, tentando promover a comunicação entre os diferentes setores de um hospital e, posteriormente, foi incluída a manutenção das informações dos pacientes. A estruturação de SIS, com arquitetura e funcionalidades voltadas para promover a integração das informações disponíveis em um ambiente de saúde em rede, foi possibilitada pelos avanços tecnológicos a partir dos anos 2000, principalmente com a evolução da computação distribuída e o estabelecimento de padrões específicos de comunicação.
Apesar disso, os sistemas empregados nas mais diversas nações do mundo ainda hoje oferecem obstáculos significativos para alcançar até mesmo os níveis mais fundamentais de integração e interoperabilidade. Isso ocorre devido aos seus variados modelos de construção, implantação e distribuição (Marin, 2010).
TI na saúde
Assista ao vídeo e compreenda a função da tecnologia da informação na área da saúde, e como ela beneficia tanto o cotidiano dos profissionais quanto dos gestores.
A tecnologia da informação em saúde oferece suporte ao gerenciamento de informações de saúde em sistemas computadorizados e à troca segura de informações de saúde entre consumidores, provedores, usuários e monitores de qualidade. É considerada uma ferramenta promissora para melhorar a saúde geral com qualidade, segurança e eficiência do sistema de saúde.
A TI em saúde refere-se à utilização de recursos tecnológicos para a realização de procedimentos relacionados à saúde. Para salvar, trocar e analisar dados clínicos, os profissionais de saúde (e até mesmo os pacientes) utilizam sistemas informatizados. O gerenciamento de informações entre pacientes, profissionais de saúde e governo, deve ser seguro e de qualidade.
A aplicação da tecnologia da informação na área da saúde eleva o padrão e a eficácia do tratamento dos pacientes, ao mesmo tempo em que promove a saúde geral e o bem-estar da pessoa. O software também pode melhorar a eficácia das operações administrativas e clínicas, reduzindo despesas e erros.
Existem vários sistemas de tecnologia da informação em saúde. Em todos eles, é interessante observar os seguintes pontos:
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Cadastro de pacientes.
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Cadastro populacional.
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Cadastro de estabelecimentos.
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Produção das atividades de saúde.
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Conhecimento do perfil das doenças tratadas.
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Índice de mortalidade.
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Número de profissionais de saúde.
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Número de consultórios.
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Leitos.
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Medicamentos utilizados.
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Despesas incorridas e muitas outras informações.
Além disso, esta informação deve ser cruzada para determinar a operação dos serviços, seus objetivos e consequências (Carvalho, 1998).
A principal função de um sistema de informação em saúde (SIS) é maximizar a gestão e os resultados dos programas e serviços de saúde por meio do fornecimento de informações. Particularmente, um SIS é essencial para monitorar o estado da saúde, o desempenho das ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde, bem como a disponibilidade e o uso de recursos existentes para esse propósito.
O SIS consiste principalmente em processos e métodos para coletar e analisar dados e fornecer informações para apoiar o planejamento e programação orçamentária em diferentes níveis de governança; supervisionar, avaliar e coordenar programas e serviços de saúde; pesquisa e educação em saúde; e estabelecer políticas seguras em evidências no país. No âmbito da assistência ao doente, o sistema de informação deve auxiliar o seu tratamento e acompanhamento, bem como a monitorização de grupos com necessidades particulares (WHO, 2000).
Pessoa acessando sistemas de informação.
Diante do modelo assistencial hierarquizado e descentralizado promovido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com base na atuação idealmente interdisciplinar de equipes multiprofissionais, é fundamental contar com sistemas de informação que possibilitem o acesso às informações necessárias na hora e local necessários.
No entanto, as propriedades únicas de compartilhamento de informações contendo dados sensíveis reconhecidos implicam elementos extremamente particulares para o projeto e operação do SIS.
A melhoria da geração, difusão e aplicação do conhecimento depende criticamente dos sistemas de informação. Os SIS podem exibir funcionalidade em muitos graus de complexidade e sofisticação, variando de extremamente simples e direcionados a altamente complicados e sofisticados. O objetivo unificador dos sistemas de informação em saúde, no entanto, é sempre melhorar a saúde das pessoas e comunidades por meio da aplicação apropriada do conhecimento criado a partir de informações estruturadas.
Comentário
A informação é um componente crucial da tomada de decisão na oferta de tratamento, bem como na direção das políticas públicas e institucionais de saúde. Portanto, para que um sistema de informação em saúde (SIS) seja eficaz, ele deve ser capaz de coletar e gerenciar uma variedade de procedimentos e dados relacionados à assistência à saúde.
Originalmente, os SIS tinham uma ênfase administrativa, tentando promover a comunicação entre os diferentes setores de um hospital e, posteriormente, foi incluída a manutenção das informações dos pacientes. A estruturação de SIS, com arquitetura e funcionalidades voltadas para promover a integração das informações disponíveis em um ambiente de saúde em rede, foi possibilitada pelos avanços tecnológicos a partir dos anos 2000, principalmente com a evolução da computação distribuída e o estabelecimento de padrões específicos de comunicação.
Apesar disso, os sistemas empregados nas mais diversas nações do mundo ainda hoje oferecem obstáculos significativos para alcançar até mesmo os níveis mais fundamentais de integração e interoperabilidade. Isso ocorre devido aos seus variados modelos de construção, implantação e distribuição (Marin, 2010).
Verificando o aprendizado
Questão 1
O sistema de informação (SI) é responsável em reunir, processar, armazenar e distribuir informações, além de fornecer um mecanismo de feedback para atingir um propósito. Assinale a alternativa que representa as bases de um SI:
A
Tarefas, pessoas, sistemas de informação e estrutura organizacional.
B
Tarefas, processos, subprocessos e atividades.
C
Tarefas, pessoas, sistemas de informação e processo.
D
Macroprocessos, sistemas, pessoas e estrutura organizacional.
E
Macroprocessos, tarefas, pessoas e sistemas.
Responder
Parabéns! A alternativa A está correta.
As bases da SI são estruturadas com base em tarefas, pessoas, sistemas de informação e estrutura organizacional e permitem executar operações com eficiência e gerenciar negócios de todos os tamanhos.
Questão 2
A TI é vista como uma ferramenta favorável para melhorias com segurança, eficiência e qualidade do sistema de saúde. Assinale a alternativa que melhor define a TI em saúde.
A
Uso de ferramentas tecnológicas para procedimentos em saúde.
B
Uso da tecnologia da informação para procedimentos em saúde.
C
Uso de procedimentos em saúde para o progresso da tecnologia.
D
Uso de sistemas de saúde com base na informação.
E
Uso de sistemas pedagógicos para a aprendizagem em saúde.
Responder
Parabéns! A alternativa B está correta.
Cada vez mais as tecnologias da informação são utilizadas para os procedimentos em saúde, facilitando o uso da informação para tomada de decisões clínicas.
SIG no SUS
Confira no vídeo o papel do sistema de informações gerenciais (SIG) no SUS, os principais problemas enfrentados, as vantagens e os principais sistemas utilizados no Brasil.
Devido à rápida adoção das tecnologias de informação e comunicação desde os anos 1990, o desenvolvimento, expansão e uso do sistema de informação em saúde (SIS) no âmbito nacional têm acompanhado a definição, regulamentação e organização do SUS na melhoria dos serviços de saúde. O sistema de informação em saúde do SUS consiste em vários tipos de bancos de dados (com sistemas e subsistemas), com diferentes registros e funcionalidades.
Treinamento de equipe para atualizar os profissionais.
A gestão eficiente e de qualidade dos recursos na área da saúde, a integração dos sistemas de informação e a qualidade das informações tornam-se cada vez mais importantes para os avanços na área de saúde.
Essa área é constantemente desafiada por novas técnicas cirúrgicas, medicamentos e tratamentos modernos, exigindo investimentos, atualização profissional e treinamento em conformidade com a legislação.
Um dos principais desafios enfrentados pelas instituições de saúde na integração das tecnologias da informação e comunicação (TICs) é o grande número de sistemas aplicacionais distintos e heterogêneos. Muitos desses sistemas foram desenvolvidos por diferentes provedores para atender às necessidades de departamentos específicos de saúde. Isso resultou em ambientes de saúde com sistemas isolados, dificultando a integração das TIC.
Resumindo
Essas ilhas de informação são problemáticas porque cada sistema envolvido armazena e gerencia seus próprios dados. O resultado obtido, combinado com a redundância de dados, pode levar a problemas de integridade dos dados, o que reduz a utilidade dos dados para análise e tomada de decisão. Devido às exigências de manutenção regular, esse fato também resulta em maiores gastos.
Segundo Carvalho (1998), o padrão histórico apresentado em diversos países tem mostrado que não é viável a criação de um único sistema que gere todas as informações de saúde, até porque as demandas e realidades variam. Sob esse aspecto, a integração e a articulação entre os diferentes sistemas são cruciais para evitar alguns problemas, como:
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Sobreposição de coleta de dados
-
Aquisição de dados estranhos
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Sobrecarga dos profissionais de saúde
No entanto, em um mundo ideal, a coleta de dados levaria em consideração a hierarquização, a descentralização e a municipalização dos serviços de saúde, bem como as demandas dos diversos níveis de administração do sistema de saúde. Além disso, cada nível da estrutura deve, idealmente, incluir uma quantidade mínima de material que esteja de acordo com os conceitos e normas do SUS. O governo local deve ter acesso a dados suficientes para a gestão local dos serviços, fornecendo-os seletivamente aos níveis estadual e federal, que atuam como coordenadores e gestores das atividades relacionadas à saúde (Carvalho, 1998).
O DataSUS (departamento de informática do SUS) criou diversos aplicativos para o setor de saúde pública, com o objetivo de integrar sistemas de gestão em saúde, controle orçamentário/financeiro, inventário, produção de atividades, morbimortalidade, ambulatórios, hospitais, laboratórios etc. No entanto, atualmente não existe um programa abrangente, que aborde todas as questões relacionadas ao gerenciamento, incluindo aquelas relacionadas tanto à assistência à saúde individual quanto às atividades em grupo.
Principais categorias de sistemas de informação em saúde no Brasil
As categorias primárias de sistemas de informação em saúde concentram-se nos dados enviados entre as organizações. Conheça agora quais são as principais categorias de sistemas.
Sistema de Informações Hospitalares do SUS – SIHSUS
Contém dados referentes aos hospitais do SUS, revelando a relação entre o volume de atendimentos e a capacidade de leitos na rede hospitalar. Embora possa haver pequenas variações na atualização em tempo real, devido ao sistema maior, os dados fornecem todas as informações das centrais de atendimento do sistema público.
Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM
Contém dados sobre mortalidade dos pacientes e fornece uma lista de todos os incidentes com mortes registradas no site.
Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos – Sinasc
Contém dados sobre redução de mortalidade infantil e auxilia no controle da taxa de natalidade. Para manter o bom funcionamento do sistema, a lista é frequentemente atualizada.
Sistema de Informação de Agravos de Notificação – Sinan
Oferece indicadores para monitorar o agravamento e questões médicas. Mais precisamente, ela rastreia doenças e enfermidades para acompanhar casos de complicações, permitindo que a gestão acompanhe o progresso nos setores público e privado.
Sistema de Informação Ambulatorial do SUS – SIA
Contém dados ambulatoriais do SUS, que atualizam as informações dos ambulatórios da rede.
SIG nos serviços de saúde
Confira a relevância dos sistemas de informação gerenciais (SIG) para os serviços de saúde em geral, destacando sua importância cotidiana tanto para os profissionais de saúde quanto para os gestores.
De acordo com Andrade e Pinto (2022), 53% dos recursos utilizados em saúde no Brasil vão para o setor privado, que estabeleceu um estilo de gestão ágil e participativo. No entanto, o setor público carece de um modelo organizacional. Os hospitais, em particular, estão sob pressão para se concentrar nas atividades de negócios mais cruciais, adotando as TICs para que sejam mais ágeis. A utilização das TICs na área da saúde tem sido altamente positiva, pois mantém a perspectiva de aumentar a segurança do paciente e a qualidade do tratamento.
Na área da assistência hospitalar, o que se vê frequentemente é um conjunto de sistemas e aplicações estabelecidos por um sistema maior, também conhecido como sistema de informação, que serve como organizador do fluxo de atendimento e porta de entrada do paciente no serviço. Os dados demográficos do paciente e a variedade de tratamentos que ele recebe como parte de seus cuidados estão incluídos no SIHSUS. Os demais serviços e departamentos de hospitais privados também têm seus sistemas integrados de forma semelhante.
Equipe acessando sistema de informações.
O sistema de informação também deve assumir o papel de um prontuário ao nível do atendimento ao paciente (ou do usuário do sistema de saúde em geral).
Evidentemente, o sistema de informação em saúde centrado no paciente deve auxiliar as operações de gestão organizacional de forma semelhante aos sistemas nacionais.
Portanto, o SIS deve atuar tanto como prontuário eletrônico do paciente (PEP) quanto como sistema de gestão da saúde, incluindo recursos financeiros, recursos humanos, materiais, equipamentos e espaço físico, no contexto do atendimento clínico.
O prontuário eletrônico é uma coleção de dados armazenados digitalmente ao longo da vida de uma pessoa. A partir dos atos das diversas categorias profissionais de saúde, o PEP armazena dados de saúde clínicos e administrativos. Além disso, deve armazenar as seguintes características principais:
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Documentação da anamnese, testes objetivos e parâmetros clínicos.
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Prescrição de medicamentos ou outras formas de tratamento.
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Emissão de certificados e outra documentação clínica.
-
Solicitação de exames e outros procedimentos diagnósticos.
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Encaminhamento de pacientes para outras localidades do sistema de saúde.
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Fornecimento de acesso rápido a problemas e tratamentos médicos atuais.
Os PEP podem levar diversos benefícios aos profissionais, gestores e usuários dos serviços de saúde. Veja a seguir alguns desses benefícios:
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Mantém todos os dados do cidadão em um único local, acessível aos profissionais de saúde.
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Oferece um padrão para as informações que devem ser fornecidas de acordo com as condições e ciclos de vida avaliados, o que torna o registro mais simples.
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Reduz o tempo necessário para cada consulta, pois com o PEP todos os documentos são legíveis.
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Agiliza o processo de trabalho pois, além de controlar as filas do sistema, também dá à equipe informações sobre as pessoas que estão sendo assistidas e permite planejar a próxima ação.
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Fornece acesso aos dados combinados ou únicos das equipes.
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Possibilita acompanhar a rotina de trabalho das equipes municipais.
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Fornece informações confiáveis para auxiliar no planejamento das atividades.
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Melhora o fluxo de pessoas dentro da unidade de saúde e reduz o tempo de registro de atendimentos.
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Elimina a necessidade de uma sala de arquivo.
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Permite a restauração fácil de dados em caso de perda ou acidente, bem como a captura segura de dados.
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Possibilita um registro clínico sólido e facilita o intercâmbio de dados entre especialistas, por isso também pode ser utilizado como ferramenta para a segurança do paciente. Isso torna mais fácil para a equipe de saúde avaliar e conversar sobre as práticas clínicas.
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Permite acesso aos dados clínicos dos cidadãos apenas por profissionais de saúde autorizados.
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Reduz os erros com medicação ou tratamentos, pois evita que os pacientes interpretem erroneamente as instruções dos medicamentos, devido à caligrafia que não é mais ilegível.
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Garante a segurança dos dados dos pacientes, pois não há possibilidade de perda de dados por deterioração física, química ou biológica do papel ao longo do tempo, além de possibilitar o backup dos registros.
Verificando o aprendizado
Questão 1
Um sistema de informação (SI) é uma compilação de partes interconectadas, que são responsáveis em fornecer um mecanismo de feedback para atingir um propósito. No Brasil, o sistema de informação gerencial do SUS é conhecido como
A
Sinan.
B
Sinasc.
C
SIM.
D
DataSUS.
E
SIH.
Responder
Parabéns! A alternativa D está correta.
O DataSUS é o sistema de informação gerencial do SUS, que reúne e disponibiliza diversas informações para gestores, profissionais e cidadãos.
Questão 2
O sistema de informação pode funcionar como prontuário, possibilitando o atendimento mais rápido e eficiente do paciente. Assinale a alternativa que representa um benefício do PEP.
A
Necessita de uma sala de arquivo.
B
Todos os documentos são legíveis, o que reduz o tempo necessário para cada consulta.
C
Melhoria do fluxo de produtos dentro da unidade de saúde e redução do tempo de registro de atendimentos.
D
Todos os dados estão em um único local e os cidadãos podem acessá-los.
E
Dificulta acompanhar a rotina de trabalho das equipes municipais.
Responder
Parabéns! A alternativa B está correta.
Os PEP são tecnologias da informação que, apesar de terem diversos níveis de operabilidade, favorecem a tomada de decisão clínica em tempo oportuno. Por exemplo, eles reduzem o tempo necessário para as consultas, pois todos os documentos são legíveis.
Conclusãsiderações finais
Como vimos, os sistemas de informações gerenciais (SIG) compreendem sistemas de tecnologia da informação e comunicação aplicáveis a diversas instituições, com o propósito de facilitar a organização do trabalho e disponibilizar informações para tomada de decisões.
Os SIG são utilizados em serviços de saúde e podem auxiliar gestores, profissionais de saúde e usuários dos sistemas de saúde de formas variadas, desde atividades simples como cadastros de dados pessoais, até mesmo em processos complexos, como cirurgias.
Os SIG proporcionam diversas vantagens para os serviços de saúde e seus interessados, uma vez que permitem serviços mais eficazes e maior segurança aos pacientes.
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Leia o artigo Política, planejamento e gestão em saúde: balanço do estado da arte, de Jairnilson Silva Paim e Carmen Fontes Teixeira, publicado na Revista de Saúde Pública, em 2006, e saiba mais sobre gestão em saúde.
Para conhecer os efeitos de recursos e capacidades associados à tecnologia da informação, leia o artigo Conhecimento compartilhado, recursos de TI e desempenho de processos de negócios, de Valter de Assis Moreno Junior, Flávia de Souza Costa Neves Cavazotte e Ricardo Reis Arruda, publicado na Revista Administração de Empresas, em 2014.
Descubra os fatores críticos que influenciam a adoção das tecnologias de informação e os impactos na gestão da saúde, por meio do artigo Fatores Críticos de Adoção da Tecnologia da Informação (TI) em Saúde e o seu Impacto na Gestão: um estudo exploratório, de Marina Juliana Gonçalves, Claudia Aparecida de Mattos e João Chang Junior.
Leia também o livro Sistemas de informações gerenciais em organizações de saúde, de André Bittencourt do Valle e colaboradores, publicado em 2015, pela editora FGV.
Referências
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CARVALHO, A. O.; EDUARDO, M. B. P. Sistemas de Informação em Saúde para Municípios. Série Saúde & Cidadania, volume 6. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, 1998.
FERLIE, E.; et al. A nova administração pública em ação. Brasília: Editora UnB & Enap, 1999.
GUALEJAC, V. Gestão como doença social: ideologia, poder gerencialista e fragmentação social. São Paulo: Ideias & Letras, 2007.
MARIN, H. F. Sistemas de informação em saúde: considerações gerais. Journal of Health Informatics, v. 2, n. 1, p. 20-24, 2010.
MOTTA, F. C. P. Teoria Geral da Administração. 14ª ed. São Paulo: Pioneira Editora, 1989.
OH, H. et al. What Is eHealth: A Systematic Review of Published Definitions. Journal of Medical Internet Research, v. 7, n. 1, 2005.
PATRÍCIO, C. M.; et al. O prontuário eletrônico do paciente no sistema de saúde brasileiro: uma realidade para os médicos? Porto Alegre: Scientia Medica, v. 21, n. 3, p. 121-131, 2011.
REZENDE, D. A.; ABREU, A. F. Tecnologia da Informação Aplicada a Sistemas de Informação Empresariais. São Paulo: Atlas, 2000.
STAIR, R. M.; REYNOLDS, G. Fundamentals of business information systems. Thomson Learning, 2008.
TAYLOR, F. W. Princípios da Administração Científica. São Paulo: Atlas, 1960.
WHO. Health information systems development and strengthening: guidance on needs assessment for national health information systems development. World Health Organization, Department of Organization of Health Services Delivery Evidence and Information for Policy Cluster, 2000.
NOVA MATERIA - Tema 2 - Informática em saúde
Informática em saúde
Você estudará sistemas de informações em saúde, o uso de dispositivos tecnológicos para produzir dados e indicadores em saúde, bem como o conhecimento e identificação das ferramentas tecnológicas existentes para o uso nos ambientes de trabalho de saúde.
Prof. Franklin Learcton Bezerra de Oliveira
Itens iniciais
Propósito
A necessidade do uso de tecnologias em saúde para alcançar os indicadores em saúde, o conhecimento do perfil epidemiológico da população e o uso das tecnologias da informação, especialmente em função do contínuo avanço tecnológico dos nossos dias, são fundamentais para que os profissionais e gestores da saúde apliquem efetivamente as ferramentas de informática para aumentar a eficiência dos serviços de saúde.
Objetivos
-
Reconhecer as ferramentas tecnológicas existentes no Sistema Único de Saúde.
-
Reconhecer os principais dados gerados em saúde e sua importância na gestão.
-
Descrever o papel dos sistemas de informação em saúde na gestão em saúde.
-
Descrever a importância da informática em saúde e dos sistemas de informação em saúde em diversos contextos.
Introdução
O desenvolvimento de novas tecnologias, principalmente no âmbito da saúde, tem provocado mudanças nos processos operacionais, nas relações de trabalho, na estrutura dos serviços de saúde e na prestação de cuidados. A inserção dessas novas tecnologias apresenta impactos positivos na área da saúde, uma vez que os pacientes estão cada vez mais exigentes e bem informados sobre diversas situações de saúde. Por outro lado, os profissionais de saúde podem se apropriar de informações que resultam na melhoria da qualidade da assistência.
No ano de 2016, o Brasil, por meio do Ministério da Saúde, lançou a Política Nacional de Informação e Informática em Saúde (PNIIS), que tem como propósito melhorar o processo de trabalho na área da saúde. Em 2021, a PNIIS passou por uma alteração que vem gerando questionamentos entre os especialistas. O objetivo dessa política é desenvolver um Sistema Nacional de Informação em Saúde (SNIS) que forneça dados, informações e conhecimentos para a sociedade civil, gestores e profissionais da saúde, de forma a melhorar a qualidade de vida da população.
Por fim, esperamos que você reconheça a importância da informática em saúde como um elemento que pode melhorar a prática profissional, como processo de produção e disseminação do conhecimento e como parte integrante da estrutura do Sistema Único de Saúde, pautado pelos princípios de universalidade, equidade e integralidade.
1.
Informática em saúde
O que é a informática em saúde?
Neste vídeo, explicaremos o conceito de informática em saúde e como ela se difere da TI convencional.
Vamos começar entendendo o significado da informática em saúde e os aspectos que envolvem as tecnologias da informação e comunicação (TIC).
No processo de trabalho em saúde, com a inserção da tecnologia, os profissionais de saúde precisam de educação permanente diante dos avanços tecnológicos. A apropriação das tecnologias pelos profissionais nas ciências da saúde é pertinente e necessária para o desenvolvimento de competências e habilidades diante de situações que exigem o uso de recursos tecnológicos mais modernos e o acesso a conhecimento gerado de forma mais rápida e amplamente disponível.
Vivemos em uma era em que a sociedade tem acesso a conhecimentos e informações em ritmo acelerado. Dessa forma, cabe aos profissionais de saúde acompanharem a propagação desse conhecimento, que é mediado pelas tecnologias da informação e comunicação.
As TIC referem-se a todos os recursos tecnológicos que atuam de forma integrada para disseminar o conhecimento por meio de diversos instrumentos. Por exemplo, temos a inserção das TIC na saúde com o prontuário eletrônico do cidadão (PEC) e o Programa de Telessaúde Brasil e, no meio acadêmico, temos a Universidade Aberta.
As TIC são amplamente utilizadas na formação profissional e geram mudanças em um novo cenário de reorganização dos serviços de saúde, no qual a tecnologia é um instrumento para aprimorar e qualificar o processo de trabalho em saúde. Podem ser usadas também para reduzir as desigualdades sociais, ajudando a fazer cumprir um direito humano fundamental, com a universalização do acesso e a disseminação de conhecimentos.
No entanto, a incorporação das tecnologias da informação (TI) na área da saúde, por exemplo, demanda altos investimentos no desenvolvimento de sistemas de informação em saúde, bem como a necessidade de oferecer cursos e qualificações profissionais para lidar com a informatização dos sistemas. As TI são consideradas um conjunto de sistemas e programas que têm como função a coleta de informações, o armazenamento, a organização e a apresentação.
Exemplo
Com a implementação do prontuário eletrônico do cidadão (PEC), ocorreu o abandono do prontuário tradicional em papel. As informações contidas no PEC são seguras e, mesmo em caso de incidentes no computador, podem ser recuperadas.
Importante salientar que a inserção de tecnologias da informação na saúde tende a realizar várias tarefas com qualidade em menor tempo, além de possibilitar a criação de sistemas mais ágeis que auxiliem na democratização do conhecimento e na tomada de decisão.
Os profissionais da informática em saúde se utilizam de ferramentas de TI para coletar dados, compilá-los, analisá-los e disseminar conhecimentos, com o objetivo de auxiliar os profissionais na tomada de decisão. O objetivo da informática em saúde é fornecer informações mais abrangentes aos profissionais de saúde em um período de tempo reduzido, de modo que possam aprimorar o processo de trabalho e os indicadores de saúde.
O teorema fundamental da informática em saúde propõe que profissionais amparados por sistemas de informação em saúde desempenham melhor do que aqueles que atuam sem esses sistemas, devido ao maior número de informações disponíveis para apoiar a tomada de decisão.
Teorema fundamental em saúde.
Podemos observar que a TI tende a se preocupar mais com a tecnologia do que com a informação, o contrário da informática em saúde, em que há uma preocupação maior com a informação do que com a tecnologia. Exemplo disso é a informação coletada pelos profissionais com apoio de sistemas de informática para a tomada de decisão clínica e gerencial.
Construção histórica dos sistemas de informação em saúde
Neste vídeo, explicaremos como se deu a evolução do uso da informática na área de saúde ao longo do tempo, sua importância e os principais pontos da Política Nacional de Informação e Informática em Saúde (PNIIS).
Inicialmente, é importante ter conhecimento do contexto histórico brasileiro em relação aos sistemas de informação em saúde. No Brasil, antes da década de 1970, os dados coletados sobre a taxa de mortalidade apresentavam inconsistências, principalmente devido à coleta de dados nas capitais ser melhor em comparação ao interior. Portanto, os dados divulgados se referiam apenas às capitais.
1971
Núcleo de Informática
O Ministério da Saúde criou o Núcleo de Informática que ficou responsável pelo processo de informatização do Ministério.
1975
SIM, SINASC, SINAN, SNCPCH
Foram criados e implementados o Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), o Sistema de Informação de Nascidos Vivos (SINASC) e o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Dois anos depois, foi implantado o Sistema Nacional de Controle e Pagamento de Contas Hospitalares (SNCPCH).
1980
SAMHPS
Foi desenvolvido o Sistema de Assistência Médico-Hospitalar da Previdência Social (SAMHPS).
1991
SUS
O Sistema Único de Saúde (SUS) foi implementado, e o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS) foi transferido para o Ministério da Saúde, sendo renomeado para Sistema de Internações Hospitalares do SUS (SIS-SUS).
1991 e 1993
Aprimoramento do SINAN
O SINAN passou por transformações e aprimoramentos para atender às demandas do perfil epidemiológico brasileiro.
A seguir, falaremos mais sobre essa questão.
A importância dos sistemas de informação em saúde
Agora que já temos uma ideia sobre os primeiros sistemas de informação em saúde criados no Brasil, precisamos compreender que a informação é um instrumento valioso para o planejamento das ações, identificação de prioridades e minimização de equívocos nas tomadas de decisão, tanto em aspectos gerenciais quanto assistenciais. No entanto, ter acesso à informação não garante que a decisão escolhida seja a melhor pois, a depender de quem esteja interpretando a informação, ela pode ser usada de forma equivocada. Dessa forma, precisamos ter diversas perspectivas sobre os dados que chegam até o profissional ou gestor, levando em consideração fatores como a concepção de mundo, os valores e o contexto sócio-político-cultural do indivíduo.
Para entender melhor essa questão, vamos analisar o caso a seguir.
Caso 1
Analisando esse caso, podemos concluir que, a primeira atitude a ser tomada pela equipe é realizar um reconhecimento territorial, identificando o cotidiano dos seus usuários e as necessidades prioritárias. Os dados coletados por cada membro da equipe irão subsidiar discussões para fortalecer o processo de trabalho e desenvolver o planejamento das ações para efetivação na comunidade.
A coleta dos dados deverá ser realizada em cada domicílio, durante as visitas dos agentes comunitários de saúde, e deverão ser organizados e inseridos em algum sistema de informação, formando um banco de dados para que seja consultado por profissionais da unidade e por gestores. Para isso, em 2016, o Brasil lançou a Política Nacional de Informação e Informática em Saúde, que faz parte de uma das políticas de organização do SUS.
Política Nacional de Informação e Informática em Saúde
A PNIIS visa difundir e democratizar o acesso à informação de forma gratuita para toda população, mas sempre respeitando os princípios éticos. Essa política tem como propósito gerar informações que possam ser úteis e acessíveis para a população, gestores e profissionais da saúde.
Política Nacional de Informação e Informática em Saúde visa qualificar os processos de trabalhos em saúde, no que diz respeito à gestão dos sistemas e ao cuidado em saúde.
Por meio dessa política, tenta-se organizar o processo de trabalho em saúde, firmando uma parceria entre os ministérios da Saúde, da Ciência e Tecnologia e da Educação com o propósito de incluir conteúdos de informática em saúde nos cursos de graduação e pós-graduação, além de implementar o registro eletrônico em saúde (RES), dentre outras ações.
No caso que vimos, a coleta de informações e o uso dos sistemas de informação, de forma correta e com a interpretação adequada, podem trazer diversos benefícios, veja alguns deles:
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Melhorar a qualidade dos serviços.
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Acompanhar as metas e objetivos.
-
Identificar problemas.
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Conhecer o perfil sanitário e epidemiológico da população.
O desenvolvimento dos sistemas de informação em saúde está intrinsicamente relacionado à evolução das políticas públicas no país, com o intuito de melhor conhecer os problemas de saúde da população brasileira. Atualmente, o Ministério da Saúde é responsável por armazenar os dados e pela manutenção do software.
Quantos sistemas de informação em saúde de base nacional existem no Brasil? São vários! Ao longo deste conteúdo vamos ter a oportunidade de conhecê-los!
Segundo a Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS), além das áreas já mencionadas, as principais áreas de atuação são:
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Sistema de apoio à decisão clínica.
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Processamento de sinais biológicos.
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Processamento de imagens médicas.
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Padronização da informação em saúde.
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Avaliação de sistemas de informação.
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Educação médica.
Dados e informação em saúde
Dados e informação em saúde
Neste vídeo, explicaremos a diferença entre dado e informação, o que são os indicadores de saúde e sua importância para gestores em saúde.
Dados e informações
Na saúde, o sistema de informação possui elementos que devem estar integrados, de maneira que possa gerar informações que estejam disponíveis para o planejamento, organização dos dados, operacionalização e avaliação dos serviços de saúde. No caso do SUS, espera-se que as informações possam responder às necessidades reais de uma determinada população em um determinado território.
Assim como na pesquisa, em que ocorre a coleta de dados que posteriormente são transformados em informação/conhecimento, nos sistemas de informação em saúde não é diferente. Os dados coletados são compilados e transformados em informações tanto para a gestão quanto para os profissionais e possíveis intervenções em saúde.
Como os dados coletados se transformam em informações? Muito simples! Com os dados compilados, agregamos valor a eles e os transformamos em informações.
Agora, vejamos um exemplo do que estamos falando.
Exemplo
Na saúde, quando se obtém dados por meio da anamnese e exame físico, ao unir e agregar valor, estamos diante de uma hipótese diagnóstica, que poderá ser confirmada por meio de solicitação de exames e outras informações sobre a saúde do paciente.
Nos Sistemas de Informação em Saúde, é imprescindível e pertinente que os dados coletados, seja durante a visita do agente comunitário de saúde ou durante a consulta profissional, sejam precisos, a fim de obter informações confiáveis no desenvolvimento do plano de cuidado ou no planejamento das ações que resultem em melhores indicadores de saúde ou alcancem os objetivos propostos para a intervenção em saúde.
Nessa perspectiva, seja qual for a situação, é necessário que as informações sejam de qualidade e coerentes. Portanto, antes de coletar os dados, é primordial estabelecer objetivos definidos e possíveis resultados esperados. Caso ocorram inconsistências, haverá falhas na produção de conhecimento e, consequentemente, na tomada de decisão em uma determinada situação.
Indicadores em saúde
Após a definição dos objetivos, o próximo passo é a sistematização correta das informações, que resultará na criação de indicadores de saúde. Esses indicadores permitem conhecer a situação de saúde de uma determinada população, auxiliando na tomada de decisões, comparações temporais, monitoramento das condições de saúde e avaliação das mudanças no perfil epidemiológico de um distrito sanitário.
O que são indicadores em saúde? São informações que fornecem características sobre a condição de saúde de uma população específica. Cada indicador possui uma fórmula específica de cálculo. No entanto, para obter um resultado geral e real do nível de saúde de uma população, os indicadores são agrupados.
Para compreendermos melhor sobre esses indicadores, retomaremos o estudo de caso:
Caso 2
No caso do cálculo do indicador para hipertensos é necessário saber o número de pessoas com hipertensão que estiveram em consultas em que a pressão arterial aferida e se encontrava em quadro hipertensivo nos últimos 6 meses, além de dados epidemiológicos cadastrados na base municipal, conforme podemos ver na fórmula a seguir.
Nº de pessoas com hipertensa˜o arterial no SISABNº de pessoas com hipertensa˜o arterial com consulta em hipertensa˜o arterial e aferiça˜o de PA nos uˊltimos 6 meses×100ou(Cadastro municipal SISAB×%Pessoas com hipertensa˜o arterial na PNS)
Nº de pessoas com hipertensa˜o arterial no SISABNº de pessoas com hipertensa˜o arterial com consulta em hipertensa˜o arterial e aferiça˜o de PA nos uˊltimos 6 meses×100ou(Cadastro municipal SISAB×%Pessoas com hipertensa˜o arterial na PNS)
Com base no que vimos até aqui, fica evidente que uma das principais questões da gestão é lidar com a resistência dos profissionais em adotar novas práticas e tecnologias. Nesse contexto, é importante que João adote estratégias de educação e conscientização para que os profissionais compreendam a importância da coleta e inclusão de dados, e como isso contribui para futuras mudanças, bem como para a melhoria do processo de trabalho e da qualidade de vida da população atendida.
Os indicadores em saúde geram informações que podem ser utilizadas pelos gestores e profissionais de saúde para:
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Avaliar uma determinada situação de saúde.
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Realizar o planejamento e intervenção em saúde.
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Acompanhar o andamento das ações de saúde.
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Avaliar e implementar a tomada de decisão.
As informações geradas pelos indicadores apontam a realidade de um determinado cenário, o que permite compreender e analisar a qualidade de um serviço, atividade ou procedimento. Essas informações permitem chegar a uma conclusão sobre haver ou não o alcance da qualidade do serviço em saúde.
Ética e segurança da informação
Ética e segurança da informação
Neste vídeo, explicaremos os cuidados éticos e de segurança que devem ser tomados ao coletar e armazenar os dados dos pacientes.
Os profissionais responsáveis pela coleta de dados devem tomar cuidado para garantir a qualidade das informações coletadas, a fim de gerar dados pertinentes e reais sobre o nível de saúde da população. Além disso, é crucial assegurar a privacidade, o sigilo e a veracidade dessas informações. Mas como?
É crucial assegurar a privacidade, o sigilo e a veracidade dessas informações.
Com o avanço tecnológico, a internet acabou se tornando um espaço de fácil acesso e compartilhamento de informações, apresentando a cada dia um aumento significativo de dados vulneráveis a ataques cibernéticos.
É por isso que os princípios da PNIIS são segurança, privacidade e sigilo das informações. Implementar a segurança da informação em sistemas, como os da saúde, permite garantir privacidade e diminuir riscos à privacidade dos dados. Para isso, tanto os dispositivos celulares quanto os computadores e outras tecnologias precisam estar livres de riscos, como os malwares, códigos maliciosos que podem excluir arquivos, e os spywares, que coletam informações dos dispositivos. Os malwares, quando infectam um dispositivo, varrem e adentram outros equipamentos por meio da internet.
Nesse aspecto, como os serviços de saúde estão cada vez mais equipados tecnologicamente, existe a necessidade de manter e garantir a segurança das informações dos pacientes, que podem incluir telefones para contato, ou algum documento de identificação ou diagnóstico, por exemplo.
Diante disso, alguns cuidados devem ser tomados, como:
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Não compartilhar dispositivos que sejam de uso exclusivo para o trabalho.
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Tomar cuidado com a troca de dados.
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Utilizar de criptografias e antivírus.
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Realizar com frequência o backup de dados.
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Lembrar sempre que as senhas são pessoais e intransferíveis.
Entretanto, vale salientar que não existe um mecanismo de segurança que seja 100% seguro.
O processo de informatização do sistema de saúde brasileiro segue uma tendência mundial, tornando-se uma questão bastante discutida em relação à privacidade das informações. Vazamentos de dados do paciente podem causar danos para aqueles que dependem dessas informações registradas.
O compartilhamento de informações durante uma consulta profissional faz parte do processo de cuidado e requer atenção especial quando o paciente se recusa a fornecer determinadas informações para um diagnóstico correto ou para a definição de uma conduta terapêutica adequada. Nesses casos, apenas pessoas autorizadas têm acesso às informações. A confidencialidade dos profissionais em relação aos registros dos pacientes é respaldada pelos códigos de ética profissional de médicos, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos, entre outros.
A privacidade exige que o paciente tome decisões por conta própria em relação às informações que podem ou não ser compartilhadas. No entanto, a segurança está relacionada à proteção das informações e à garantia de que os profissionais as mantenham em sigilo. Dessa forma, o código de ética dos profissionais da saúde, em resumo, estabelece que é dever do profissional manter o sigilo, mas que em determinados casos, motivos justificáveis ou situações legalmente aceitáveis, esse sigilo pode ser quebrado.
Verificando o aprendizado
Questão 1
O Brasil vem investindo no processo de informação e informática na saúde. Diversos sistemas foram desenvolvidos com objetivo de facilitar o processo de trabalho dos profissionais de saúde. Nessa perspectiva, quais são os cuidados que os profissionais devem ter ao acessar os dados dos sistemas de informações?
A
Agregar as informações e colocar em prática.
B
O profissional deve agir conforme o senso comum na tomada de decisão.
C
Coletar os dados com qualidade para obter informações reais sobre o nível de saúde da população.
D
Divulgar informações para que outros profissionais tenham acesso.
E
Compartilhar dispositivos que contenham informações sobre o nível de saúde da população.
Responder
Parabéns! A alternativa C está correta.
Os profissionais, ao terem acesso aos dados/informações geradas pelos sistemas de informação em saúde, precisam ter cuidado em realizar uma interpretação dessas informações com qualidade, para garantir a real situação sobre as condições sanitárias e de saúde da população. Vale lembrar que as informações só podem ser compartilhadas com outros profissionais ou outros dispositivos mediante autorização.
Questão 2
A identificação do estado de saúde de uma determinada população, bem como seu perfil epidemiológico e sanitário, é obtida por meio dos indicadores de saúde. Os indicadores podem ser usados tanto por gestores quanto por profissionais de saúde na intenção de tomar decisões de intervenção em saúde, aplicação de recursos e prioridades sanitárias. Nesse sentido, o que são indicadores de saúde?
A
Agregar as informações e colocar em prática.
B
O profissional deve agir conforme o senso comum na tomada de decisão.
C
Coletar os dados com qualidade para obter informações reais sobre o nível de saúde da população.
D
Divulgar informações para que outros profissionais tenham acesso.
E
Compartilhar dispositivos que contenham informações sobre o nível de saúde da população.
Responder
Parabéns! A alternativa A está correta.
Os indicadores em saúde apresentam um quadro sobre a condição ou nível de saúde de uma população, fazem comparações temporais, monitoram as condições de saúde da população e avaliam as mudanças no perfil epidemiológico populacional de um determinado distrito sanitário, o que ajuda a definir como será a tomada de decisão.
Dados em saúde
Neste vídeo, explicaremos os tipos de dados coletados em saúde e a relevância dos mesmos para profissionais de saúde e gestores.
Para garantir uma boa assistência em saúde, a coleta de dados é fundamental. Qual o nome do paciente? Seu histórico familiar? Pressão arterial, temperatura, sintomas, exames recentes... Enfim, uma infinidade de dados acompanha um atendimento em saúde. Em geral, um atendimento médico é composto por quatro elementos:
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O paciente.
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O parâmetro observado (como temperatura ou pressão).
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O valor observado no parâmetro de temperatura ou pressão.
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O momento da observação (data e horário).
Na área da saúde, os tipos mais comuns de dados são os narrativos, valores numéricos, dados analógicos (como eletrocardiogramas) e dados visuais (como exames de imagem).
A seguir entenderemos mais sobre dados narrativos e numéricos:
Narrativos
Uma das fontes mais importantes de dados em saúde é o próprio paciente, por isso os dados narrativos são vitais. Imagine uma consulta médica em uma emergência hospitalar. A primeira coisa que ocorre é o relato do paciente, permitindo que o profissional entenda o que está afligindo o paciente e siga a conduta mais adequada. É nesse momento que a documentação começa, com o médico anotando no prontuário do paciente os dados mais relevantes obtidos na anamnese. Se esse paciente for internado, seguimos utilizando essa forma de dados para trocar informações entre os profissionais envolvidos no cuidado integral a esse paciente. Ou seja, a todo momento os dados narrativos são utilizados e é preciso que sejam claros e informativos.
Além da situação que vislumbramos anteriormente, podemos utilizar esses dados em um processo de auditoria, prontuários, documentos ou arquivos que podem ser analisados para indicar qualidade do serviço. No entanto, a averiguação dessas fontes pode identificar possíveis erros, como a falta de informações, uma vez que depende do relato de pessoas.
Numéricos
São diversos dados obtidos a partir de exames físicos, como a medição da temperatura e pressão arterial de um paciente, bem como de exames laboratoriais como o hemograma. Para esses dados deve-se ter atenção ao nível de precisão dos dados obtidos uma vez que serão utilizados como base em decisões clínicas.
São extremamente importantes e sempre presentes nos sistemas de informações. Eles permitem o cuidado individualizado do paciente, além de possibilitar a criação de estatísticas que derivam da facilidade de tratamento dos dados e sua disponibilidade para estudos epidemiológicos. Esses dados são armazenados em um banco de dados seguro.
Dados analógicos
São obtidos em alguns exames para apoio de decisões clínicas. O exemplo clássico é o eletrocardiograma que representa graficamente a atividade elétrica do coração.
Dados visuais
Esses dados são obtidos, em geral, através de exames de imagens como a ressonância magnética, tomografias, raio-x e outros. Alguns permitem, além da obteção de imagens estáticas, a obtenção de pequenos vídeos, como é o caso das ultrassonografias. Em alguns casos, as imagens geradas podem ainda ser editadas no PEP para indicar a localização de uma lesão ou tumor, por exemplo.
O registro de dados hoje em dia tem outras funções importantes, que vão além dos cuidados com o paciente e a população em si. A primeira dessas funções é financeira. Uma unidade de saúde pode visar lucro ou não, mas é fundamental saber quais foram os gastos com um determinado paciente para possibilitar a cobrança ao paciente ou à operadora de plano de saúde, bem como prestar contas.
Uma função importante é o uso em pesquisa. Compreender o perfil de saúde de uma população auxilia os gestores em saúde a desenvolver programas e projetos que tragam benefícios para a população.
O acesso aos dados em saúde é tão relevante que, em 2020, foi instituída a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), por meio da Portaria 1.434. O objetivo é “promover a troca de informações entre os pontos da Rede de Atenção à Saúde, permitindo a transição e continuidade do cuidado nos setores públicos e privados.” (BRASIL, 2020)
Ou seja, cada vez mais, os dados em saúde precisam ser coletados e transformados em informações relevantes que resultem em melhorias no atendimento público e privado em saúde.
Prontuário eletrônico do paciente (PEP)
Neste vídeo. explicaremos o que é o PEP, sua importância, as vantagens e desvantagens do seu uso por profissionais e gestores.
Quando os usuários do Sistema Único de Saúde buscam atendimento em uma instituição de saúde, seus dados são registrados em prontuários, que podem ser:
Físicos
Também chamado de tradicional, ou seja, em papel.
Eletrônicos
PEP, em ambiente hospitalar ou PEC, na atenção básica.
Em um sistema informatizado, no qual os prontuários eletrônicos alimentam bancos de dados, temos acesso a uma variedade de informações. Essas informações podem ser compartilhadas entre uma equipe multiprofissional, gerar dados estatísticos para uso em pesquisas ou otimizar recursos financeiros, por exemplo. Além disso, o uso do PEP agiliza o tempo, reduz o espaço físico necessário para o arquivamento do prontuário e melhora a comunicação entre os níveis de atenção à saúde.
São solicitados alguns dados para identificação do paciente, incluindo a padronização do documento de identificação (CPF ou cartão SUS). Para evitar registros duplicados, pode-se adicionar nome, filiação, local de nascimento, ocupação e endereço. Em relação aos dados clínicos, segue-se uma sequência lógica que abrange a anamnese, o exame físico e a solicitação ou apresentação de exames laboratoriais ou de imagem. Em seguida, o profissional elabora a conclusão e, por fim, a elaboração do plano de cuidado ou de condutas.
As informações que são registradas no prontuário eletrônico são as mesmas do tradicional. O que muda, na verdade, é a facilidade de operacionalização, pois os passos subsequentes auxiliam o profissional com praticidade e no atendimento as necessidades do paciente.
O PEP é um compilado de informações que são mantidas em um banco de dados durante todas as fases de vida do indivíduo, por diversas categorias profissionais, o que proporciona vantagens para os profissionais de saúde, para a gestão e para os usuários dos serviços de saúde (BRASIL, 2019). Veja algumas dessas vantagens do PEP:
Profissionais de saúde
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Permite o acesso por todos os profissionais de saúde
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Permite que os dados dos cidadãos estejam armazenados em um único local
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É padronizado
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Organiza o processo de trabalho
Gestão
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Permite que os dados sejam consolidados ou individualizados pelas equipes de saúde
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Permite o acompanhamento do processo de trabalho da equipe por município
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Apresenta dados qualificados para planejamento das ações
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Permite o registro de acordo com o ciclo de vida e condição avaliada
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Melhora o fluxo dos usuários
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Otimiza o tempo de registro dos dados
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Elimina a necessidade da manutenção de uma de sala de arquivo
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Mantém os registros seguros
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Facilita a restauração dos dados
Cidadãos/usuários do sistema de saúde
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Facilita a revisão da conduta clínica pela equipe de saúde
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Serve como importante ferramenta da segurança do paciente
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Evita os erros de prescrição médica, pois não há problema de ilegibilidade das letras
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Aumenta a segurança de registro
Apesar de apresentar grandes vantagens, tanto o PEP quanto o PEC ainda apresentam algumas dificuldades para gestores, profissionais e usuários. Os gestores enfrentam desafios técnicos na aquisição de computadores e na disponibilidade de uma rede de internet estável para garantir a integração com outros setores ou com a plataforma e-SUS AB. Já os profissionais muitas vezes têm dificuldade em lidar com o PEC/PEP, o que pode resultar em registros incompletos ou até mesmo ausência de registros. Por sua vez, os usuários frequentemente têm receios em relação à tecnologia, temendo o vazamento de seus dados na internet.
No ambiente hospitalar, o paciente tem seus dados compartilhados, quando houver necessidade, com membros de outras equipes de saúde. Sendo assim, todos os setores hospitalares são integrados em um único sistema informatizado, que favorece acompanhamento rápido, seguro e eficaz dentro do ambiente hospitalar.
Exemplo
No sistema PEC da atenção básica, por exemplo, quando um usuário entra na unidade e apresenta seu documento de identificação na recepção, a recepcionista o coloca na fila de espera para a triagem. A técnica de enfermagem realiza a triagem e classifica o paciente com base nos dados coletados. Em seguida, essas informações são inseridas no sistema para direcionar o paciente ao profissional adequado (médico, enfermeiro ou dentista), que registra os dados no sistema.
Essa modalidade faz parte do Programa de Apoio à Informatização e Qualificação dos Dados da Atenção Primária à Saúde - Informatiza APS, estabelecido pela Portaria 2.983, de 11 de novembro de 2019, que faz parte do programa Conecte SUS do Ministério da Saúde. O objetivo desse programa é informatizar e qualificar os dados da atenção primária à saúde em todo o território nacional.
Saúde na era digital
Neste vídeo, explicaremos o que é Big Data, como se enquadra na saúde, a importância desses dados e o que é a Estratégia de Saúde Digital para o Brasil (ESD).
Big Data e inteligência artificial aplicada à saúde
Toda vez que inserimos nossos dados na internet e concordamos com alguma condição, esse compartilhamento em massa dos dados é chamado de Big Data. Essas informações, constantemente descritas na internet, acabam sendo organizadas de forma mais específica ao perfil do usuário.
O que Big Data tem a ver com o PEP? Todos os dados coletados e registrados no PEP fazem parte do Big Data. O PEP faz com que os dados do paciente caminhem por níveis de atenção à saúde ou dentro de diversos setores de uma determinada instituição de saúde.
Os dados compilados geram informações coerentes e em tempo real, proporcionando ao profissional de saúde uma análise mais minuciosa e a capacidade de determinar cuidados mais específicos ao paciente no momento oportuno. Quando ocorre o processamento rápido desses dados complexos, que acompanha a velocidade crescente das informações, temos um nível variável de inteligência artificial.
A inteligência artificial (IA) é considerada um conjunto de tecnologias que permite aos computadores e máquinas desenvolver diversas funcionalidades, como escrever, traduzir, analisar dados e muito mais. Para ser mais preciso, é um campo em que são desenvolvidas tecnologias capazes de agir sem interferência da inteligência humana.
A IA é uma área de conhecimento multidisciplinar que inclui ciência da computação, sociologia, filosofia, ciências da saúde, estatística, entre outros.
As informações geradas por meio da coleta de dados, seja em uma consulta ou no registro em um sistema de informação, servem de subsídios para que profissionais ou gestores possam tomar decisões, como é o caso dos alertas ou lembretes que podem ser disparados quando há a necessidade de repetir um exame ou quando um resultado de exame está fora dos valores de referência.
Estratégia de Saúde Digital para o Brasil (ESD)
Aprovada pela comissão tripartite para os anos de 2020 a 2028, a estratégia de saúde digital no Brasil (ESD), tem como objetivo colocar em prática as diretrizes da Política Nacional de Informação e Informática em Saúde, que teve aprovação do Conselho Nacional de Saúde (CNS).
O plano de ação para a saúde digital nos próximos anos (2020-2028) tem como prioridades (BRASIL, 2020, p. 25):
Governança e liderança para a ESD
“Garantir que a ESD seja desenvolvida sob a liderança do Ministério da Saúde, mas que, ao mesmo tempo, seja capaz de incorporar a contribuição ativa dos atores externos que participem das plataformas de colaboração”.
Informatização dos 3 níveis de atenção
“Induzir a implementação de políticas de informatização dos sistemas de saúde, acelerando a adoção de sistemas de prontuários eletrônicos e de gestão hospitalar como parte integradora dos serviços e processos de saúde”.
Suporte à melhoria da atenção à saúde
“Fazer com que a RNDS ofereça suporte às melhores práticas clínicas, por meio de serviços, como telessaúde, e apps desenvolvidos no MS e também outras aplicações que sejam desenvolvidas pela plataforma de colaboração”.
O usuário como protagonista
“Engajamento de pacientes e cidadãos, para promover a adoção de hábitos saudáveis e o gerenciamento de sua saúde, da sua família e da sua comunidade, além de auxiliar na construção dos sistemas de informação que irão utilizar”.
Formação e capacitação de recursos humanos
“Capacitar profissionais de saúde em Informática em Saúde e garantir o reconhecimento da Informática em Saúde como área de pesquisa e o Informata em Saúde como profissão”.
Ambiente de Interconectividade
“Permitir que a Rede Nacional de Dados em Saúde potencialize o trabalho colaborativo em todos os setores da saúde para que tecnologia, conceitos, padrões, modelos de serviços, políticas e regulações sejam postos em prática”.
Ecossistema de inovação
“Garantir que exista um Ecossistema de Inovação que aproveite ao máximo o Ambiente de Interconectividade em Saúde, estabelecendo-se como um grande laboratório de inovação aberta, sujeito às diretrizes, normas e políticas estabelecidas por meio da prioridade”.
Verificando o aprendizado
Questão 1
O plano de ação para a saúde digital no Brasil durante os próximos anos teve aprovação do Conselho Nacional de Saúde para implementar prioridades entre os anos 2020 a 2028. Dessa forma, qual a finalidade da estratégia de saúde digital no Brasil?
A
Registrar um determinado procedimento.
B
Desenvolver tecnologias para a saúde.
C
Gerar informações coerentes.
D
Colocar em prática as diretrizes da Política Nacional de Informação e Informática em Saúde.
E
Garantir acessibilidade das informações em tempo hábil.
Responder
Parabéns! A alternativa D está correta.
O programa de estratégia de saúde digital para os próximos anos no Brasil tem como objetivo colocar em prática as diretrizes da Política Nacional de Informação e Informática em Saúde, que conta com 7 fases prioritárias a serem contempladas durante o processo: governança e liderança para a ESD, informatização dos três níveis de atenção à saúde, suporte à melhoria da atenção à saúde, o usuário como protagonista, formação e capacitação de recursos humanos, ambiente e conectividade, e ecossistema de inovação.
Questão 2
A criação do prontuário eletrônico do paciente foi um avanço para a melhoria da qualidade da assistência e otimização do tempo de atendimento. Além disso, trouxe benefícios para os profissionais de saúde, gestores e cidadãos. Sendo assim, qual o benefício do PEP para o cidadão?
A
Acompanha o processo de trabalho da equipe por município.
B
Acessado por todos os membros da equipe.
C
Facilidade de recuperação de dados.
D
Facilita a revisão da conduta clínica pela equipe de saúde.
E
Melhora o fluxo do usuário.
Responder
Parabéns! A alternativa D está correta.
Os benefícios da implementação do PEP no SUS resulta em grandes benefícios para os profissionais e gestores. No entanto, para os cidadãos, o PEP facilita a revisão da conduta clínica pela equipe de saúde, serve como ferramenta da segurança do paciente, reduz os erros em prescrições médicas, visto que não há problema de ilegibilidade das letras, além de aumentar segurança de registro das informações.
Inovação tecnológica em saúde
Neste vídeo, explicaremos a importância da informática na gestão em saúde e o que é o DATASUS, como surgiu e sua importância e a correlação entre Epidemiologia, Informação e Informática em Saúde.
A gestão e informática em saúde
A gestão da informação oferece uma perspectiva que permite aos profissionais de saúde aumentarem a eficácia da comunicação ao integrar as informações e coordenar ações de forma a otimizar os recursos e o tempo entre os membros da equipe de saúde. No entanto, é responsabilidade dos gestores investirem em tecnologia da informação e eficiência operacional para que a instituição alcance o sucesso estratégico.
No Brasil, a organização do sistema de saúde é realizada pelo SUS, no qual o Estado é responsável por gerir os recursos e garantir a integralidade, universalidade e equidade para os usuários. Desde 2006, tem havido discussões sobre a política de informatização e informação em saúde.
É importante lembrar que as informações geradas pelos sistemas na área da saúde não apenas revelam a situação clínica do paciente, mas também auxiliam os gestores a administrar os recursos e prioridades das ações, melhoram a qualidade da assistência ao paciente, orientam os profissionais a intervir em áreas críticas, fornecem conhecimento sobre o perfil epidemiológico do território sanitário, promovem o desenvolvimento técnico-científico e facilitam o controle social, entre outros aspectos.
A evolução das tecnologias na área da saúde tem trazido novas perspectivas para a gestão de cuidados, principalmente no que diz respeito aos sistemas, que desempenham um papel fundamental no SUS e atuam como articuladores entre os diferentes níveis de atenção à saúde. Nesse sentido, as informações geradas pelos sistemas devem desempenhar um papel agregador, permitindo que sejam compartilhadas com outros profissionais ou gestores.
O DATASUS
O SUS possui um departamento chamado DATASUS, responsável por fornecer sistemas de informação em saúde e oferecer suporte de informática. Esse departamento foi criado em 1991, por meio do decreto 100 de 16 de abril de 1991, com o objetivo de centralizar e utilizar os dados para a construção de diversas políticas públicas na área da saúde.
Antes do DATASUS, o processamento de dados na saúde era feito pela Empresa de Tecnologia da Informação da Previdência Social (DATAPREV). Durante o processo de criação, houve migração dos dados da DATAPREV para o DATASUS.
O DATASUS é considerado um dos programas mais abrangentes do mundo, pois além de reunir informações relevantes sobre a condição de saúde da população, também passou a redirecionar os serviços de saúde.
Os dados inseridos e armazenados no DATASUS, quando compilados corretamente, fornecem informações reais e concretas sobre o nível de saúde da população. Dessa forma, gestores, profissionais de saúde e pesquisadores podem utilizar esses dados públicos para analisar e compreender os determinantes e condicionantes do processo saúde-doença da população brasileira.
Os gestores podem priorizar certas condições clínicas, alocar recursos e intervir para melhorar a qualidade de vida da população. Nessa perspectiva, a informatização do SUS pode auxiliar:
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Os gestores no acompanhamento dos indicadores de saúde.
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Na liberação de recurso.
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No acompanhamento de obras.
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No cadastro dos profissionais que atuam no SUS.
Uma das prioridades do Ministério da Saúde é garantir que os municípios mantenham os sistemas constantemente atualizados, a fim de assegurar a inserção e divulgação de informações com qualidade. Caso contrário, municípios ou estados que deixarem de alimentar os sistemas prioritários podem ter seus recursos financeiros bloqueados.
Epidemiologia, informação e informática em saúde
No SUS, os SIS desempenham um papel estratégico no monitoramento das condições de saúde da população, produtividade da equipe e repasses financeiros. Eles fornecem informações essenciais para os gestores investirem em áreas consideradas prioritárias, com base nos dados gerados.
Existem diversos SIS implementados tanto no âmbito público quanto no privado no Brasil, com o objetivo de reduzir custos e aumentar a qualidade da assistência. No entanto, devido ao fato de serem desenvolvidos por diferentes fornecedores, cada sistema apresenta características distintas que dificultam a comunicação e a interação dos dados, resultando em problemas operacionais.
A integração dos sistemas de informação em saúde é fundamental para uma boa gestão do cuidado, especialmente no que diz respeito à comunicação e ao compartilhamento de dados em uma única base interligada que abranja os níveis hierárquicos organizacionais de saúde (atenção primária, secundária e terciária).
Um avanço importante foi a implementação do PEP tanto no ambiente hospitalar quanto na atenção básica, tornando-se uma ferramenta de extrema importância. No entanto, apesar dos avanços, a implantação do PEP na área da saúde possui um custo elevado, exigindo altos investimentos dos gestores, além de capacitação profissional para melhorar os registros.
Exemplo
O uso dos SIS é a notificação de eventos adversos (EA) ocorridos no âmbito hospitalar. Os EA são situações que causam danos ao paciente, podendo ser temporários, permanentes ou resultar em óbito. A notificação e o correto registro desses eventos nos sistemas de informação fornecem informações sobre os locais mais frequentes e os tipos de incidentes, permitindo que os gestores realizem melhorias nos processos de trabalho para aprimorar a gestão e a segurança do paciente.
Os benefícios dos sistemas de informações para os gestores são os agrupamentos de dados importantes que geram informações que podem ser usadas a favor da instituição de saúde, quando interpretadas de forma correta. Dessa forma, os gestores conseguem gerenciar a instituição e atender às demandas da população.
Vale ressaltar que alguns sistemas de informação em saúde foram desenvolvidos antes mesmo da criação do SUS, com a coleta de dados realizada pelos municípios e pelo Governo Federal e Estadual responsáveis por implementar as ações. Somente a partir da década de 1990 é que os municípios começaram a ter autonomia para tomar decisões em seus territórios. Essa autonomia exigiu que os municípios obtivessem dados reais e de qualidade para subsidiar as tomadas de decisão dos gestores e profissionais de saúde.
Sistemas de informação em saúde
Entenda, neste vídeo, o surgimento dos sistemas de informação em saúde, os principais sistemas usados e sua relevância na atividade de gestão em saúde.
Dentre os sistemas de informação em saúde, temos o E-SUS AB, E-SUS Hospitalar, SIM, SINASC, SISVAN, Informação em vigilância em saúde, entre tantos.
A seguir conheceremos algumas peculiaridades com relação ao sistema de saúde ao decorrer do tempo:
Sistema de Informação da Atenção Básica - SIAB
Em 1998, foi criado o Sistema de Informação da Atenção Básica, conhecido como SIAB, tornando-se o primeiro sistema a gerenciar informações sobre cadastros das famílias no território, condição de saúde, situação sanitária e a produção mensal dos membros das equipes de saúde em nível municipal. Nesse período, houve um processo de reorganização do SUS, tornando a atenção básica a porta de entrada na rede de atenção à saúde no país. Dessa forma, o SIAB passou a se distinguir dos demais sistemas de informação no Brasil. No entanto, ao longo dos anos, o SIAB apresentou diversas inconsistências, exigindo melhorias operacionais e, principalmente, na inserção de dados de outras áreas da atenção básica, como o acompanhamento do pré-natal, hipertensos, diabéticos, crescimento e desenvolvimento da criança, vacinação, entre outros (ARAÚJO et al., 2019).
E-SUS AB
Em 2013 o Departamento de Atenção Básica (DAB) criou o E-SUS AB, com o objetivo de informatizar todas as unidades básicas de saúde do país e unificar as informações em um único sistema. Nesse período, os municípios receberam computadores disponibilizados gratuitamente pelo Ministério da Saúde e já tinham instalados dois sistemas: o Prontuário Eletrônico do Paciente e o de Coleta de Dados Simplificada (CDS). O CDS, que antes era manual, gera informações sobre atividades coletivas, atendimentos individuais, cadastro territorial e domiciliar, cadastro individual, marcadores de consumo alimentar, procedimentos, síndrome neurológica por Zika e vacinação.
Vamos conhecer outros sistemas que, além dos já apresentados, também são muito importantes para a integração e gestão das informações no âmbito da saúde:
E-SUS Hospitalar
Integra informações do paciente desde a admissão até a alta, bem como a comunicação entre os demais setores hospitalares, proporcionando melhor desempenho da gestão hospitalar e um atendimento com qualidade para com o paciente. Além disso, esse sistema atende demandas dos hospitais públicos nas esferas federal, estaduais, municipais e distrital, incluindo também as unidades de pronto atendimento (UPA) e o projeto S.O.S emergências, vinculados ao Ministério da Saúde.
Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM)
Tem como função coletar dados sobre mortalidade em todo território nacional. Os dados coletados fornecem informações sobre o perfil de mortalidade no Brasil e os motivos que provocaram o óbito. Além disso, as informações desse sistema servem de subsídio para a construção de políticas públicas na área da saúde e da seguridade social.
Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC)
Teve sua implementação no território brasileiro de forma lenta e gradual, com o objetivo de coletar dados epidemiológicos referentes ao nascimento no país.
Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN)
Traz informações pertinentes sobre o estado nutricional da população brasileira, o que inclui a avaliação antropométrica e do hábito alimentar.
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN)
É um programa alimentado por notificações e investigação de casos suspeitos ou confirmados de determinada doença ou agravo à população. Esse sistema está relacionado e interligado com a vigilância epidemiológica nas três esferas de governo.
Sistema de Informação Ambulatorial (SIA)
Tem como função coletar informações sobre os atendimentos ambulatoriais registrados no âmbito público ou no âmbito privado, desde que esse seja contratado ou apresente algum convênio com o SUS.
e-SUS notifica
É o mais recente sistema de informação, criado no período da pandemia da COVID-19 (2020) e desenvolvido para acompanhar as notificações das síndromes gripais em casos suspeitos ou confirmados de covid-19 no país. A implementação desse sistema nas três esferas do governo foi uma iniciativa para acelerar o processo de notificação.
Registro de Eventos em Saúde Pública
Criado em 2015, diante dos casos crescentes de microcefalia e/ou infecções congênitas pelo Zika Vírus no país, esse sistema foi desenvolvido para registrar situações de emergências públicas no Brasil em tempo oportuno para intervir no enfrentamento desses eventos.
Sistema de Monitoramento de Obras (SISMOB)
É o sistema responsável por monitorar as obras relacionadas a saúde, com o Ministério da Saúde transferindo recursos para os estados e municípios.
Sistema de Informação sobre Orçamento Público (SIOPS)
Também é dedicado à gestão, com objetivo de acompanhar as receitas e despesas com gastos públicos com saúde. A alimentação do sistema é obrigatória e o acesso é público, possibilitando o acompanhamento e monitoramento de recursos em saúde nas três esferas de governo.
A seguir, listamos mais alguns sistemas de informações na saúde.
Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (SISAGUA)
Avaliar a qualidade da água.
Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI)
Registro de imunobiológicos na população brasileira.
Sistema de Informações sobre a Atenção Básica (SIAB)
Responsável por acompanhar as atividades da atenção básica.
Sistema de Informação Hospitalares (SIH/SUS)
Coleta informações sobre tempo de hospitalização (internação).
Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos (SIS/HIPERDIA)
Acompanhamento de cadastro de pacientes diagnosticados com hipertensão arterial sistêmica.
Sistema de Informação sobre Câncer de Colo Uterino (SISCOLO)
Sistema de controle de informação da coleta e processamento de informações clínicas de pacientes e laudos relacionados ao câncer de colo uterino.
Sistema de Informação sobre Câncer de Mama (SISCAMAMA)
Sistema de controle de informação da coleta e processamento de informações clínicas de pacientes e laudos relacionados ao câncer de mama.
Sistema de Informação do Câncer (SISCAN)
Sistema de informação responsável por coletar informações sobre os tipos de câncer no país. Esse sistema está interligado com o Programa Nacional de Controle do Câncer do Colo do Útero (SISCOLO) e do Programa Nacional de Controle do Câncer de Mama (SISMAMA).
Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (CNES)
Responsável por informar os estabelecimentos de saúde que estão ativados (em funcionamento) ou desativados.
Sistema Nacional de Regulação (SISREG)
Gerencia as solicitações de exames, procedimentos, consultas nos níveis secundários e terciários de atenção à saúde.
No entanto, para ter acesso a esses sistemas, deve haver um cadastro no Sistema de Cadastro e Permissões de Acesso (SCPA), cujo objetivo é unificar o cadastro dos usuários nos sistemas web no DATASUS.
Após a realização do cadastro, a depender do tipo de sistema de informação, o gestor municipal ou técnico de referência do estado ou do Ministério da Saúde pode liberar o acesso.
Comentário
São vários os sistemas presentes no SCPA e é possível encontrar uma lista deles na seção Explore + desse conteúdo.
Como podemos observar, existem diversos sistemas de informações que coletam dados com informações pertinentes sobre as doenças e agravos à saúde da população, nos quais os gestores e profissionais podem planejar e implementar ações que visam melhorar a qualidade de vida da população. Ainda se observa uma gama de sistemas que apresentam funções bastante determinadas para a coleta de dados.
Verificando o aprendizado
Questão 1
Os sistemas de informações foram desenvolvidos para facilitar a unificação dos dados coletados em uma única base de dados e, dessa forma, servir para a tomada de decisão, tanto para os gestores quanto para os profissionais de saúde. Nesse contexto, qual sistema de informação é responsável por monitorar o nascimento de crianças no território nacional?
A
SINAN
B
SISVAN
C
SINASC
D
SIM
E
SAI
Responder
Parabéns! A alternativa C está correta.
O sistema de informação que tem como objetivo coletar informações sobre nascimento em todo território nacional é o Sistema de Informação de Nascidos Vivos (SINASC).
Questão 2
Desde 1970, e ao longo dos anos, diversos sistemas de informações foram criados no país para compreender melhor as condições de saúde da população. Dentre esses sistemas temos o DATASUS. Qual é a função desse sistema?
A
Gerenciar a oferta de serviços, como consulta, exames e procedimentos.
B
Acompanhar o paciente desde a entrada no hospital, internação e alta hospitalar.
C
Coletar informações sobre os dados de óbitos no território nacional.
D
Fornecer informações sobre a condição de saúde da população para a tomada de decisão.
E
Dar informações sobre os estabelecimentos de saúde, como hospitais, unidades básicas de saúde, clínicas, entre outros.
Responder
Parabéns! A alternativa D está correta.
O DATASUS é um departamento do Sistema Único de Saúde que agrega informações sobre as condições de saúde da população brasileira. Esses dados podem ser usados por gestores, profissionais e pesquisadores para conhecer a situação sanitária, perfil epidemiológico e tomar decisões.
Contribuições do SIS no cuidado ao paciente
Neste vídeo, explicaremos como os SIS contribuem com o trabalho dos profissionais envolvidos no cuidado direto ao paciente.
O uso de informações pelos profissionais de saúde precisa ser analisado com cautela para que se possa ter em mãos dados reais e de grande potência para intervir e melhorar a assistência em saúde. No entanto, uma grande parte dos dados coletados na área da saúde corre o risco de ser subutilizada ou até mesmo perdida, o que resulta em indicadores pouco confiáveis para profissionais e gestores.
Os sistemas de informação possuem um processo organizacional dos dados coletados, transformando-os em informações pertinentes que podem ser usadas em situações administrativas e assistenciais no planejamento do plano de cuidado ao paciente.
A implementação do processo de informatização vem ocorrendo cotidianamente nos diferentes níveis de atenção à saúde, com o objetivo de orientar o processo decisório gerencial e de cuidado. É importante ressaltar que a informatização proporciona uma sistematização do cuidado, pois envolve profissionais de diversas áreas de conhecimento.
Os sistemas de informações podem coletar dados referentes à anamnese, exames físicos, exames complementares e radiológicos ou de imagem, que são fundamentais para situações específicas, como a tomada de decisão. Esses sistemas funcionam como indicadores de saúde que estão relacionados à gerência ou à assistência em saúde.
Uma outra vantagem dos sistemas de informação para o processo gerencial administrativo e de cuidado em saúde é a disponibilidade imediata dos dados, tanto para os profissionais de saúde quanto para os gestores administrativos. Por exemplo, em uma situação em que uma decisão clínica depende do resultado de um exame de sangue, a existência de um sistema informatizado que disponibilize acesso rápido aos profissionais envolvidos no cuidado do paciente agiliza o processo, evitando a necessidade de impressão e transporte físico do resultado até o médico que está realizando o atendimento. Portanto, a agilidade na obtenção dos dados auxilia na otimização do tempo, resultando em decisões mais rápidas e facilitando o processo decisório em condutas assistenciais.
Os dados coletados, armazenados e processados pelos sistemas de informações podem contribuir para o planejamento de ações em saúde e intervenções terapêuticas, assim como para a promoção de um cuidado mais seguro e de qualidade para o paciente. No entanto, a ausência de informações, registros equivocados ou interpretação errônea de exames podem causar danos ao paciente.
Os sistemas de apoio às decisões clínicas (SADCs) podem auxiliar o processo de decisão clínica e diminuir os erros envolvidos no cuidado direto ao paciente. Um exemplo interessante de SADC são as calculadoras de dose de medicamentos, que levam em consideração informações como peso, idade, função renal e hepática do paciente para realizar o ajuste da dose ideal, evitando que o médico precise dedicar tempo a cálculos complexos para a prescrição.
Alerta emitido em todos os computadores da unidade onde o ventilador está desconectado.
Esses sistemas também são extremamente úteis para os enfermeiros, pois podem gerar lembretes e notificações de alerta caso um aparelho ligado ao paciente pare de funcionar ou seja desconectado. Por exemplo, um paciente em ventilação mecânica que tem um mau funcionamento em seu aparelho precisa de uma resposta rápida da equipe para que a saúde não seja comprometida, uma vez que uma falha como essa pode, inclusive, levar esse paciente a óbito. Nesse caso, um alerta poderia ser acionado a cada 3 segundos, em cores alternadas, até que o problema fosse resolvido.
Como podemos ver, os SIS podem auxiliar não apenas gestores, mas todos os profissionais de saúde envolvidos no cuidado do paciente. Esses profissionais precisam tomar decisões e agir rapidamente para garantir a segurança do paciente e a qualidade do serviço prestado.
SIS, medicamentos e custos
Neste vídeo, explicaremos como os SIS garantem maior segurança e agilidade na administração e dispensação de medicamentos, assegurando melhor controle de estoque e uma gestão de custos mais eficiente.
Contribuições do SIS em processos envolvendo medicamentos
A administração de medicamentos é um procedimento rotineiro no ambiente hospitalar e pode gerar danos ao paciente se não for realizada corretamente. Nesse sentido, as prescrições informatizadas de medicamentos auxiliam na redução de erros decorrentes de ilegibilidade, além de proporcionar a padronização das prescrições. A legibilidade das prescrições facilita o trabalho dos profissionais de saúde, atuando como uma interface entre farmacêuticos, médicos e enfermeiros, ao mesmo tempo em que garante gestão, qualidade e segurança para o paciente, evitando erros na administração de medicamentos.
No caso das prescrições, além do que falamos anteriormente e do auxílio no cálculo de doses, os SADCs podem ainda sinalizar a possibilidade de interações medicamentosas e o grau de periculosidade dessa interação. Isso facilita o trabalho de médicos e farmacêuticos, que passam a contar com o suporte do sistema nessa análise, promovendo uma terapia mais segura para os pacientes. A utilização de sistemas informatizados na farmácia também pode incluir a dispensação informatizada, que envolve a utilização de códigos de barras nos produtos de saúde e medicamentos, reduzindo a chance de erros na dispensação. Além disso, essa abordagem facilita o controle de estoque e permite a disponibilização de dispensários em pontos estratégicos do hospital, o que auxilia a equipe de saúde no acesso a medicamentos de uso emergencial sem a necessidade de buscar na farmácia central.
Dispensário automatizado 1
Dispensário automatizado 2
A implementação da informatização em saúde, por meio dos sistemas de informação, também traz a vantagem de reduzir o uso de papel e, consequentemente, a necessidade de espaço físico para armazenamento de arquivos. Os registros em papel correm risco de serem perdidos facilmente, além de apresentarem difícil manipulação e dificultarem o cruzamento de informações históricas de tratamento do paciente.
Os sistemas de informação proporcionam autonomia profissional ao possibilitar a tomada de decisões clínicas com base em dados disponíveis do paciente, dentro dos aspectos éticos e legais de cada profissão. Além disso, permitem a elaboração de planos de cuidado, a implementação da terapêutica, o acompanhamento e o fechamento do caso clínico.
Contribuições do SIS na gestão dos custos
Os sistemas ainda se comunicam entre os setores hospitalares e na gestão de custos. A gestão de custo da instituição ocorre diante do controle de insumos informados nos sistemas, melhora a comunicação entre os profissionais e gestores dentro dos setores e gera dados fiéis que podem ser usados para tomar decisões gerenciais e clínicas em diversos setores hospitalares.
No momento em que os profissionais de saúde inserem dados e informações do paciente, automaticamente os sistemas contabilizam os gastos e isso auxilia e facilita o processo e faturamento da instituição de saúde. Os sistemas alimentados corretamente apontam a realidade da instituição em aspectos como:
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Comprovação de atendimento ao paciente.
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Indicação de materiais gastos.
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Informação sobre o tempo de tratamento.
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Disponibilidade de dados referentes às contas do paciente.
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Geração de relatórios para as asseguradoras.
Na gestão hospitalar, os sistemas permitem o acompanhamento do paciente e tudo que fora usado no tratamento em todos os setores. Ou seja, os sistemas hospitalares se comunicam!
A correta inserção de dados nos SIS gera indicadores que podem ser fundamentais para processos decisórios na área assistencial ou administrativa/gerencial, principalmente ao fazer comparações com os parâmetros estabelecidos e ao avaliar a prestação de serviço.
A gestão financeira também pode ser acompanhada pelos SIS, pois o sistema permite um controle de contas do paciente desde a admissão, permanência/internação, alta hospitalar ou óbito. Entretanto, todo o processo de cuidar precisa ser registrado com qualidade para garantir informações sobre o que foi feito durante o tratamento do paciente, pois facilita o controle e o encaminhamento das informações necessárias ao setor de contabilidade ou financeiro.
A informática na pesquisa em saúde
Neste vídeo, explicaremos como os dados e informações registrados no SIS podem contribuir com as pesquisas epidemiológicas e também compreenderemos a relevância da informática em um novo campo de pesquisa que é a bioinformática.
O uso de dados na pesquisa científica
Além daquilo que já vimos, podemos ainda acrescentar a informática na saúde não apenas para a construção profissional, para lidar com os sistemas futuros, mas também para gerar pesquisas que possam contribuir para a ciência.
Você já parou para pensar que há um mundo de informações que podem ser importantes para a ciência? Existem diversos sistemas de informação em saúde e cada um possui uma atribuição específica.
O DATASUS é um departamento rico em informações, que estão disponíveis gratuitamente e podem ser usadas em pesquisas científicas. Nesse espaço, você encontra a aba TABNET, que disponibiliza informações que podem ser usadas para analisar a situação sanitária, tomar decisões ou elaborar programas ou políticas em saúde. O DATASUS conta com informações/indicadores em saúde como:
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Indicadores de saúde e pactuações
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Assistência à saúde
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Epidemiologia e morbidade
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Rede assistencial
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Estatísticas vitais
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Demográficas e socioeconômicas
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Inquéritos e pesquisas
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Saúde suplementar
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Informações financeiras
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Estatísticas de acesso ao TABNET
A pesquisa no campo da informatização em saúde envolve o desenvolvimento de sistemas e aplicativos que contribuam para aprimorar a gestão e a assistência à saúde. No Brasil, muitos desses sistemas são resultado de pesquisas realizadas em universidades públicas, especialmente em programas de mestrado e doutorado.
A qualidade dos dados registrados nos sistemas de informação é essencial para obter uma representação fiel da realidade e pode ajudar a definir o perfil epidemiológico de um determinado setor, instituição, território sanitário, município, estado ou país.
Os pesquisadores precisam identificar possíveis vieses nas coletas de dados que chamem atenção por apresentar informações incompletas. No mais, podem ocorrer erros operacionais em diferentes registros, na inserção de códigos diagnósticos, de procedimentos ou atendimento.
Hoje, com a expansão da informatização do SUS, há uma enorme quantidade de dados e informações que precisam ser explorados e divulgados. Isso pode resultar em informações relevantes para a formulação de políticas públicas, tomada de decisões e compreensão do perfil epidemiológico e sanitário do Brasil.
Importante destacar que os sistemas mais utilizados pelos pesquisadores no Brasil são o SINAN, SINASC, SIH, SIM, SISVAN.
Atenção
Os dados coletados que envolvem seres humanos precisam respeitar os aspectos éticos da resolução 466/2012, que dispõe no contexto nacional de pesquisas científicas que envolvem seres humanos, e a resolução 510/2016, que trata das diretrizes éticas voltadas para as áreas de ciências humanas e sociais no que concerne a pesquisas que não precisam passar por comitê de ética.
Bioinformática
Quando falamos de pesquisa científica, existem diversas faces que podem ser analisadas e pensadas. Uma recente e muito conectada com a informática em saúde é a bioinformática.
O que é a bioinformática? Colicchio (2020) explica que a bioinformática estuda os processos e ferramentas necessários para a representação e análise de dados biológicos no nível molecular, utilizando como fonte de dados a sequência das subunidades que formam o DNA e outros polímeros produzidos a partir dele, como o ácido ribonucleico (RNA, do inglês ribonucleic acid) e as proteínas.
Essa área é muito recente e só foi possível de ser desenvolvida graças à pesquisa e a descobertas relacionadas ao material genético, como a descoberta da estrutura do DNA por Watson e Crick e, mais recentemente, o Projeto Genoma Humano.
Uma ferramenta muito utilizada na área é o Basic Tool Alignment Search (BLAST, como é popularmente conhecido), um algoritmo muito veloz que identifica regiões semelhantes entre a amostra introduzida pelo usuário e o banco de dados da Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos (NLM) por meio de análises estatísticas.
Essa tecnologia pode ainda ser utilizada para o estudo das estruturas moleculares de proteínas, possibilitando entender como funcionam, além de estabelecer as estratégias que podem ser utilizadas em sua modulação.
Verificando o aprendizado
Questão 1
A informatização da saúde apresenta diversas vantagens, tanto para gestores quanto para os profissionais da assistência que precisam tomar decisões rápidas relativas ao cuidado do paciente. Assinale a alternativa que apresenta uma vantagem do uso dos SIS para esses profissionais.
A
Facilitam o acesso do paciente às informações relativas à própria saúde e os tornam mais participativos na tomada de decisão.
B
Agilizam a liberação de resultados de exames, facilitando e acelerando tomadas de decisão que precisam dessas informações.
C
Permitem que o próprio paciente possa agir na resolução de problemas relativos a própria saúde quando notificações são emitidas pelo sistema.
D
Tornam o processo de cálculo de doses mais fácil para os profissionais médicos, já que, incluindo o diagnóstico, a prescrição é automatizada.
E
Facilitam a jornada de enfermeiros, que não mais precisam ir checar os pacientes quando uma notificação aparece no sistema, pois outra pessoa vai resolver.
Responder
Parabéns! A alternativa B está correta.
Os SIS são utilizados por profissionais de saúde para auxiliar sua tomada de decisões, facilitar o fluxo de trabalho e minimizar a incidência de erros. A liberação de exames por meio dos sistemas informatizados é extremamente útil, pois agiliza o processo e permite que todos os profissionais tenham acesso àquela informação assim que ela estiver disponível.
Questão 2
Os SIS podem auxiliar em diversas frentes, inclusive nos processos que envolvem medicamentos e a gestão de custos. Acerca dessas possibilidades, analise as afirmativas abaixo:
I. A informatização de setores como a farmácia, por exemplo, diminui as chances de erros de dispensação de medicamentos, agiliza o acesso da equipe de saúde aos medicamentos e facilita o controle de estoque.
II. A prescrição eletrônica auxilia a equipe médica, tornando o processo mais rápido, mas dificulta o processo para as equipes de enfermagem e farmácia, que precisam acessar o sistema.
III. Os SIS tornam o processo de gestão dos custos mais fácil e seguro, uma vez que permitem o controle do atendimento do paciente, indicam os materiais gastos, tempo de atendimento e outras informações relevantes.
Está (ão) correta (s)
A
I, apenas.
B
II, apenas.
C
III, apenas.
D
I e II, apenas.
E
I e III, apenas.
Considerações finais
Neste conteúdo, vimos que o Brasil investiu no desenvolvimento de sistemas de informação na área da saúde e isso melhorou o processo de trabalho das equipes, trazendo informações pertinentes sobre as condições sanitárias e epidemiológicas da população.
Apesar do avanço tecnológico, ainda há uma preocupação em relação aos dados que são armazenados, pois podem sofrer ataques de programas e divulgar dados sigilosos dos pacientes. Por isso, constantemente, os sistemas de informações passam por atualizações para garantir o sigilo, ética e privacidade dos dados.
Vimos ainda como a informatização da saúde auxilia não apenas gestores hospitalares, mas também a gestão do dia a dia dos processos de cuidados do paciente, além de poder ser utilizada em pesquisas.
Portanto, é essencial valorizar a importância dos sistemas de informação em saúde para a melhoria da assistência e do processo de trabalho em saúde, divulgando informações primordiais para tomada de decisão dos gestores e profissionais de saúde.
Explore +
Para saber mais sobre a Política Nacional de Informação e Informática em Saúde acesse a Portaria GM/MS Nº 1.768, de 30 de julho de 2021, que altera o Anexo XLII da Portaria de Consolidação GM/MS nº 2, de 28 de setembro de 2017, para dispor sobre a Política Nacional de Informação e Informática em Saúde (PNIIS. Disponíveis na página da biblioteca virtual do Ministério da Saúde.
Pesquise sobre o Informatiza – SUS, na página do programa, do governo federal.
Acesse o site e conheça a Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS).
Para saber mais sobre o plano de ação para a saúde digital (2020-2028), acesse o arquivo, disponível na biblioteca virtual do governo federal.
Referências
ARAÚJO, J. C. et al. Sistema e-SUS AB: percepções dos enfermeiros da Estratégia Saúde da Família. Saúde em Debate, v. 43, n. 122, jul/set, 2019. Consultado na internet em: 10 mai. 2023.
BRASIL. Estratégia de Saúde Digital para o Brasil (2020-2028). Brasília: Ministério da Saúde. Departamento de Informática do SUS, 2020. Consultado na internet em: 9 mai. 2023.
BRASIL. Nota Técnica nº 18/2022-SAPS/MS. Indicador 6, proporção de pessoas com hipertensão, com consulta e pressão arterial aferida no semestre. Brasília: Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde, 2022. Consultado na internet em: 18 mai. 2023.
BRASIL. Programa de Apoio à Informatização e Qualificação dos Dados da Atenção Primária à Saúde - Informatiza APS. Brasília: Ministério da Saúde, 2019. Consultado na internet em: 3 mai. 2023.
BRASIL. Portaria GM/MS nº 1.434, de 28 de maio de 2020. Brasília: Ministério da Saúde, Rede Nacional de Dados em Saúde – RNDS, 2020. Consultado na internet em: 14 jun. 2023.
COLICCHIO, T. K. Introdução à informática em saúde: fundamentos, aplicações e lições aprendidas com a informatização do sistema de saúde americano. Porto Alegre: Artmed, 2020.
NOVA MATERIA
Sistemas de Informação em Saúde
Histórico e Evolução do Sistema Estatístico Nacional; Política Nacional de Informação e Informática em Saúde; Sistemas de Informação do SUS; Potencialidades e Sistemas de Informação em Saúde SIS na Gestão e Planejamento dos Serviços de Saúde.
Profª. Lidiane Dias Reis, Profª. Loreta Lacerda Cáo Toffano
Itens iniciais
Propósito
Conhecer a evolução dos SIS, com foco na finalidade e na aplicabilidade de cada sistema, além da importância da criação de banco de dados a partir do registro nos SIS. A conscientização e a sensibilização da importância de realizar esses registros é fundamental para a gestão em saúde.
Objetivos
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Reconhecer a evolução dos Sistemas de Estatísticas.
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Analisar a Política Nacional de Informação e Informática em Saúde.
-
Definir quais são os Sistemas de Informação em Saúde existentes no SUS.
-
Identificar as potencialidades de aplicações das informações contidas nos SIS do SUS.
Introdução
Neste conteúdo, faremos uma trajetória evolutiva e histórica sobre os primeiros sistemas de informações criados, para gerar dados e indicadores de saúde, a criação de uma política própria para padronizar e integrar os sistemas, a criação de todos os SIS vigentes atualmente, até a potencialidade e aplicação das informações contidas no banco de dados desses sistemas, bem como a tomada de decisão a partir desses dados e sua relevância para a epidemiologia.
Introdução
Historicamente, na época em que o Brasil era colônia de Portugal, não havia registros sobre a situação geral da população, nem dados epidemiológicos. Todavia, com o advento das políticas abolicionistas caminhando a passos largos, o império decadente necessitava de políticas sociais e de organizar a população, que crescia muito no final do século XVIII.
A necessidade de equipar e organizar a estrutura urbana para acomodar sua crescente população e as exigências sanitárias externas foram também um marco da necessidade de uma organização urbana, pois a maioria da população ocupava o espaço urbano das poucas metrópoles que existiam na colônia.
Colônia de imigrantes no Brasil.
A falta de profissionais era o grande problema para os trabalhos estatísticos do governo imperial, pois nas capitanias não havia profissionais capazes de captar e organizar dados estatísticos que servissem ao interesse da saúde. A fim de criar estruturas que absorvessem as demandas sociais, nas quais a população apresentava sinais de marginalidade pela falta de estrutura organizacional urbana, a informação e a estatística tornaram-se essenciais para o desenvolvimento.
História das estatísticas
O Império era uma estrutura de governo sem políticas públicas, que não proporcionava à população bem-estar, em seus extensos anos de vigência e, alguns setores, como os gabinetes do império, reuniram esforços para confeccionar uma forma ideal de estatística. O primeiro censo elucidou, em 1852, a ausência de profissionais capacitados para a tarefa, baseado em comparativos europeus, onde já aconteciam estas pesquisas.
Em 1872, houve mais uma tentativa do império em executar novo censo e, ao ser finalizado, chegou mais próximo do alcance de uma pesquisa estatística, devido ao advento da criação da Diretoria Geral de Estatística, algo que foi satisfatório pelo Ministério dos Negócios do Império, um setor governamental que tinha responsabilidade com este tipo de pesquisa, sobre a população.
Censo de 1872 – Província do Rio Grande do Norte.
A única forma de contagem da população, naquele momento histórico para a estatística brasileira, era pelos registros civis. Todavia, os registros não eram realizados com precisão, ou seja, não eram realizados no momento do nascimento do indivíduo, até porque nesta época não se nascia em hospitais. Os partos ocorriam nos domicílios, e muitos sem o conhecimento do Estado. Dessa forma, o registro civil era uma prática da elite branca que dominava as capitanias da colônia do império português.
Conforme se dava o aumento da população, aumentava o aparecimento de doenças e a necessidade de se fazer um levantamento de dados fidedigno para os sanitaristas da época poderem realizar alguma ação.
Comentário
Havia a necessidade emergencial de reestruturar as grandes cidades e o esforço tornava-se cada vez mais intenso e claro, com a necessidade da organização do espaço e, posteriormente, de se quantificar e qualificar a população que habitava o território naquele momento.
Duas novas tentativas fracassadas aconteceram em anos posteriores aos primeiros ensaios de um censo populacional (1890 e 1900). Em 1910, houve outra tentativa, em uma república constituída e com uma constituição vigente, que previa recenciamentos populacionais, mas também não ocorreu, ao contrário do que previa a carta magna da república.
Em 1920, finalmente alcança-se um censo, por meio de um trabalho árduo com mais autonomia dos dados consolidados. Veja na linha do tempo a seguir o resumo de como se deu a construção do censo:
1852
1890
1890 e 1900
1910
1920
1852
A tentativa de se fazer o primeiro censo da historia no país.
1890
Neste ano é previsto um novo censo.
1890 e 1900
Censo fracassado e nova tentativa também sem êxito.
1910
Apesar de previsto na Constituição vigente, não houve o evento por rebeldia das unidades federadas.
1920
Por fim, neste ano, consegue-se um Censo com robustez de valores, algo que não acontecia desde 1852.
Novas perspectivas para o avanço na forma de tratar dados: o amadurecimento do estado
O país emerge em uma república recém-nascida e copiando modelos europeus de governabilidade com estruturas mais amadurecidas. O Brasil necessitava de políticas de saúde, educação, transporte, abastecimento, entre outras demandas coletivas de um país que se consolida como república.
Passa, então, a ter uma carta de direitos e deveres, nas quais o Estado arca com grande parte de suas carências, oriundas de um modelo imperialista escravocrata que não previa atender tais necessidades da população.
Tela de Johann Moritz Rugendas, de 1830, que narra um episódio da história em que os negros eram trazidos em navios negreiros.
Assim, nesse contexto, o Conselho Nacional de Estatística (CNE) surgiu como um organismo governamental que passou a se responsabilizar por um balanço de atividades produtivas.
Isso ocorreu com dados alocados sobre o desenho do mapa, com o quantitativo populacional distribuído pelo território, limitado em desenho cartograficamente oficial, porém ainda de forma precária em relação ao que se almejava nas questões cartografo-estatística.
Cartografia estatística.
Saiba Mais
Em dezembro de 1936, a Assembleia Geral iniciou os trabalhos, apontando resoluções importantes sobre a estatística. Assim, os registros das decisões que influenciavam o cotidiano da atividade estatística delineavam o progresso das pesquisas populacionais daquele tempo. Ainda em 1936, houve a consolidação do sistema estatístico, contudo o material não foi esgotado totalmente até os dias atuais.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Na data de 1933, uma comissão interministerial foi instaurada para avaliar e propor a reorganização dos serviços estatísticos que até então ficavam a cargo da diretoria de estatística. Essa comissão era vinculada à Presidência da República diretamente e, com o crescimento e a complexidade dos trabalhos, observou-se a necessidade de dilatar o órgão e lhe dar independência.
Então, foi apresentado um anteprojeto que propôs a criação do INE, Instituto Nacional de Estatística, departamento com financiamento próprio e regimento independente do Gabinete da Presidência da República.
A partir de 1934, fundou-se, efetivamente, o INE, sendo de natureza da esfera de governo federal e responsável em orientar tecnicamente e cooperar com as três esferas de governo: federal, estadual e municipal. E qual é a finalidade do INE?
Atenção
Tinha a finalidade de promover, executar e direcionar, tecnicamente, os trabalhos de levantamento sistemático de estatísticas e cartografia no país, mediante a progressiva articulação da organização política da República, deputados e senadores.
No ano de 1939, começam os trabalhos do IBGE com as atividades geodésicas sistemáticas, com o objetivo de atualizar a carta geográfica do Brasil em milionésimo. Quantitativos de 602 coordenadas estatísticas foram levantados em cidades e vilas de todo o país. Com avanços tecnológicos, em 1944, o IBGE começa a estruturação do Sistema Geodésico Brasileiro (SGB), que era calcado em métodos de posicionamento denominado “clássicos” até 1978. Veja a seguir a ordem cronológica da criação do IBGE.
1933
1934
1936
1937
1938
1939
1942
1933
Foi elaborado um anteprojeto de um Instituto Nacional de Estatística.
1934
Neste ano, foi criado o Instituto Nacional de Estatística ― INE.
1936
O INE é finalmente instalado é criado o Conselho Nacional de Estatística ― CNE.
1937
Neste ano, foi criado o Conselho Brasileiro de Geografia ― CBG.
1938
Em 26 de janeiro, o Decreto-Lei nº 218 cria o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ― IBGE, a partir do INE.
1939
Começam os trabalhos do IBGE com as atividades geodésicas sistemáticas, com o objetivo de atualizar a carta geográfica do Brasil em milionésimo.
1942
Neste ano, acontece uma nova Divisão Regional do Brasil.
A nova divisão regional do Brasil entra em vigor em 1942, agregando unidades federadas e cinco grandes regiões do país, com subdivisões dentro de seus limites: Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-oeste.
Em 1945, surge a divisão fisiográfica do país, com zonas que o IBGE utilizou para divulgar dados até 1970, havendo a mudança de regionalização do país baseada em microrregiões homogêneas.
Divisão fisiográfica do Brasil.
Com o avanço e a atividade estatística no Brasil cada vez mais complexa, criou-se uma escola para formar mão-de-obra para este setor que economicamente fazia diferença para o país e expunha suas mazelas de desigualdade e avanço de questões até então iminentes.
Em 1953, cria-se a Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE), grande formadora de profissionais qualificados e pesquisas no campo acadêmico, que estruturaram mudanças nos recenseamentos após sua criação.
Ao longo da década de 1970, houve a "revolução quantitativa" na metodologia de trabalho do Departamento de Geografia (DEGEO) do IBGE e a criação do Instituto Brasileiro de Informática (IBI) em 1971, um dos órgãos autônomos da Fundação IBGE.
Saiba Mais
As contribuições oriundas das produções científicas dos acadêmicos da ENCE foram importantes e muitas implantações foram tomadas nos recenssenceamentos modernos. Uma dessas implantações foi a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), que partiu de um grupo de trabalho que tinha como objetivo criar, estudar e planejar um programa nacional de amostragem contínua.
Em pouco tempo, estaria consolidada como uma das principais pesquisas estruturais do IBGE, sendo fonte de informações em escala nacional sobre diversos aspectos socioeconômicos que compõem a realidade brasileira. Com a volta da democarcia, começamos uma nova fase. Veja a seguir.
1985
A partir de 1985, com a volta da democracia, o instituto deixa de ser amordaçado e passa a fornecer dados concretos e verídicos, espelhando a realidade do país na íntegra. Foi então instaurada a Comissão de Reforma Administrativa (CRA), com a proposta de reformular o Instituto.
1986
Já em 1986, com ampla reestruturação organizacional, sem a censura de dados, entre as medidas, destaca-se a criação do Centro de Documentação e Disseminação de Informações (CDDI).
1987
Em 1987, um novo indicador é criado, com o objetivo de fornecer informações sobre a composição dos orçamentos domésticos, a investigação dos hábitos de consumo, da alocação de gastos e da distribuição dos rendimentos, segundo as características dos domicílios e das pessoas, gerando um perfil da população.
2008
Em 2008, houve a instituição da Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (INDE), em que os dados produzidos eram utilizados para a elaboração de políticas públicas e privadas, como obras de engenharia no traçado de uma rodovia, a construção de uma usina hidrelétrica ou a instalação de um pólo industrial.
2010
Em 2010, uma nova tecnologia à base de sistema de posicionamento global foi introduzida. Isso ocorreu no Censo 2010, viabilizando o emprego do sinal por todos os recenseadores, com computadores de mão equipados com GPS (os "PDAs", testados em operações censitárias desde 2007).
2017
No ano de 2017, o IBGE mostrou novos avanços na comunicação de estatística e geociências. Os primeiros módulos temáticos do censo, com a pesquisa sobre a PINAD-C, foram divulgados e expuseram as desigualdades sociais e diferenças regionais por meio das estatísticas de: educação, trabalho infantil, rendimentos e outras fontes, formas de trabalho e características gerais de domicílios pelo país.
Vale atentar que essa desigualdade tem reflexos diretos no processo saúde/doença da população.
Utilização do banco de dados do IBGE
Neste vídeo, será descrita a importância dos dados coletados pelo IBGE, e como esses mesmos dados podem ser utilizados para diversas finalidades.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Novas perspectivas para o avanço na forma de tratar dados: o amadurecimento do estado
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Verificando o aprendizado
Questão 1
Em 1933, foi instaurada uma comissão interministerial e apresentado um anteprojeto que propunha a solução para escassez de mão de obra na área de estática no Brasil. Assinale a alternativa que apresenta o nome da autarquia criada para estudos estatísticos no Brasil:
A
Departamento de Polícia Federal.
B
Estado Maior das Forças Armadas.
C
Imprensa Nacional.
D
Escola Nacional de Administração Pública.
E
INE - Instituto Nacional de Estatística.
Responder
Parabéns! A alternativa E está correta.
O Instituto Nacional de Estatística atua na criação de órgãos de uma escola formadora de mão-de-obra para suprir a carência de profissionais e estudos estatísticos sendo uma organização oficial da Espanha encarregada da coordenação geral dos serviços estatísticos da Administração Geral de Estado e da vigilância, controle e supervisão dos procedimentos técnicos dos mesmos.
Questão 2
Em 1939, começam as atividades do IBGE, que segue até hoje realizando estatísticas. Atualmente quais dados são computados?
A
Desigualdades sociais e diferenças regionais por meio das estatísticas de: educação, trabalho infantil, rendimentos e outras fontes e formas de trabalho e também as características gerais de domicílios pelo país.
B
Desigualdades sociais e diferenças regionais por meio das estatísticas de: saúde, educação, rendimentos e outras fontes e formas de trabalho e também as características gerais de domicílios pelo país.
C
Desigualdades culturais e diferenças entre religiões por meio das estatísticas de: educação, rendimentos e outras fontes e formas de trabalho e também as características gerais de domicílios pelo país.
D
Desigualdades sociais e diferenças regionais por meio das estatísticas de: educação, trabalho infantil, rendimentos e outras fontes e formas de trabalho e também as características gerais dos locais de trabalho.
E
Desigualdades culturais e diferenças entre religiões por meio das estatísticas de: educação, religião, saúde, rendimentos e outras fontes e formas de trabalho e também as características gerais de domicílios pelo país.
Responder
Parabéns! A alternativa A está correta.
O IBGE começou a realizar a coleta de dados da população em 1939. Ao longo dos anos, mais indicadores foram sendo computados na pesquisa, formando uma base mais expandida. Esses indicadores mostram a desigualdade social e regional, como educação, trabalho infantil, rendimentos e outras fontes e formas de trabalho e as características dos domicílios, trazendo informações impactantes no processo de saúde e doença da população.
Organização das informações em saúde
A organização das informações em saúde foi estabelecida na Lei Orgânica da Saúde nº 8080/90 e, em 2004, foi publicada a Política Nacional de Informação e Informática em Saúde (PNIIS). Com o passar dos anos, houve a necessidade de modernização dos SIS e, em 2021, essa política sofreu alterações. Conforme publicado na Portaria GM/MS nº 1.768/2021, a PNIIS destina-se a orientar as ações:
-
Das unidades do Ministério da Saúde e entidades vinculadas;
-
Dos gestores de saúde das três esferas de governo;
-
Das entidades públicas e privadas de saúde;
-
Dos prestadores de serviços de saúde e tecnologia, públicos e privados;
-
Dos profissionais da área de saúde;
-
Dos usuários dos serviços de saúde;
-
Das instâncias de controle social.
Saiba Mais
Todo e qualquer indivíduo que necessite de informações desses bancos de dados, para qualquer fim, tem acesso, atualmente, pelos portais de informação do Ministério da Saúde (MS), no site do DATASUS, que é um departamento de informática do SUS.
O DATASUS tem a responsabilidade de coletar, processar e divulgar as informações em saúde, sendo elas a respeito de: indicadores de saúde; assistência à saúde; informações epidemiológicas e de morbidade; informações sobre a rede de assistência à saúde; estatísticas vitais; informações demográficas e socioeconômicas e informações financeiras, referentes aos recursos do Fundo Nacional de Saúde transferidos aos municípios, aos créditos, aos prestadores de serviços de saúde, aos orçamentos públicos de saúde declarados pelos estados, pelo Distrito Federal e pelos municípios.
Política Nacional de Informação e Informática em Saúde (PNIIS)
O objetivo da PNIIS é orientar ações de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) de todos os sistemas de saúde brasileiros, criando uma normatização de padronizar os procedimentos para tratar os dados em saúde, dando eficiência às ferramentas digitais.
É composto por diversos sistemas de informação de interesses para a saúde, servindo como base para diversas ações a nível das três esferas do governo.
O Ministério da Saúde (MS) se propôs a formular uma PNIIS com a cooperação das três instâncias gestoras do SUS, de entidades vinculadas ao MS (ANS, Anvisa, Funasa, Fiocruz entre outras) e do controle social, como meta de nortear os trabalhos de organização de novas diretrizes institucionais, por exemplo:
Exemplo
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A melhoria da qualidade e do acesso ao sistema de saúde brasileiro; a transparência e segurança da informação em saúde.
-
O acesso à informação de saúde pessoal como um direito do cidadão; o suporte da informação para tomada de decisão por parte do gestor e profissional de saúde.
-
O desenvolvimento institucional do SUS e de todo o sistema de saúde brasileiro, com ganhos de eficiência na redução do número de sistemas de informação em saúde existentes ou sua simplificação, gestão e formação de pessoas, aquisição de insumos, monitoramento e avaliação das ações, logística, pagamento e transferência de recursos e outros processos-meio.
O plano de ação da PNIIS tem como objetivo atingir uma melhor publicidade e gestão do uso de dados de informação em saúde, utilizando os recursos de tecnologia digital e integrando as diretrizes da Lei de Acesso à Informação (LAI).
A continuidade da assistência em saúde busca alternativas que viabilizem o acesso e o processamento de informações em saúde da população. O objetivo das PNIIS é buscar um processo de trabalho com foco no usuário do serviço por meio do Registro Eletrônico de Saúde (RES). Este é um software criado para gerir eletronicamente a situação e os passos dos usuários nos serviços oferecidos pelo SUS. Veja a seguir os princípios da PNIIS.
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A informação em saúde destina-se ao cidadão, ao trabalhador e ao gestor da saúde.
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A democratização da informação em saúde como um dever das instâncias pública e privada de saúde.
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A gestão da informação em saúde integrada e capaz de gerar conhecimento.
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A produção da informação em saúde deve abarcar a totalidade das ações de controle e participação social, coletiva e individual, das ações da atenção à saúde e das ações de gestão.
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A informação em saúde como elemento estruturante para a universalidade, a integralidade e a equidade social na atenção à saúde.
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O acesso gratuito à informação em saúde como direito de todo indivíduo.
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A descentralização dos processos de produção e disseminação da informação em saúde para atender às necessidades de compartilhamento de dados nacionais e internacionais e às especificidades regionais e locais.
As políticas têm direcionadores que orientam o plano de ação, distribuídas de acordo com as características dos temas que se encontram elencados nos tópicos abaixo:
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Governo Eletrônico (e-Gov), e-Saúde, que inclui o Registro Eletrônico em Saúde (RES);
-
Gestão da PNIIS e formação de pessoal em informação e informática em saúde.
A introdução desses sistemas e softwares exige um cuidado com a segurança desses dados, por conta de crimes digitais. A segurança é prevista para garantir a integridade dos dados inseridos nesses programas. Os profissionais envolvidos são estimulados a criar dispositivos que garantam a segurança de acesso, o impedimento de acesso e o vazamento desses dados através de certificações digitais e/ou sistemas biométricos.
Logo do portal gov.br, do Governo Federal do Brasil.
Estes garantem a autenticidade do operador e manipulador dos dados inseridos ou extraídos desses sistemas. Para a manipulação desses dados, os profissionais devem ser capacitados, tanto para a coleta, quanto para a investigação, digitação e análise deles. A qualificação e a educação permanente dos gestores e trabalhadores da saúde para uso da informação e informática em saúde, requer motivação, que se dá entre os Ministérios da Saúde, da Ciência e Tecnologia e da Educação, com vistas à inclusão de conteúdos relacionados aos currículos de formação e aperfeiçoamento profissional.
Saiba Mais
As informações epidemiológicas, financeiras, orçamentárias, legais, normativas, socioeconômicas, demográficas e sobre recursos físicos e humanos, advindos de dados de qualidade, conseguem revelar a realidade de serviços e ações de saúde e a situação de saúde da população, expondo vantagens e problemas das políticas públicas relacionados aos investimentos na saúde.
Ainda podemos salientar que a importância da informação é voltada para avaliar o sucesso das políticas de saúde, que são apresentadas nos relatórios e recomendações de Conferências de Saúde, oficinas de trabalho do SUS e eventos de sociedades científicas.
Ações de assistência e Vigilância em Saúde baseiam-se em indicadores de dados informacionais em saúde, área principal no que se refere à atenção à saúde.
A informação é criada para identificar pontos críticos individuais e coletivos do quadro sanitário de uma população, produzindo efetividade dos princípios constitucionais e legais na área da saúde.
Você sabe realizar pesquisas no DATASUS?
Neste vídeo, a especialista irá relatar como o uso da ferramenta do DATASUS funciona.
Verificando o aprendizado
Questão 1
O PNSIIS foi criado para sistematizar as informações de saúde. O programa serve para orientar as ações das
A
unidades do MS e entidades vinculadas; gestores de saúde das três esferas de governo; entidades públicas e privadas de saúde; prestadores de serviços de saúde e tecnologia, públicos e privados; profissionais da área de saúde; usuários dos serviços de saúde; e instâncias de controle social.
B
unidades do MS e entidades vinculadas; gestores de saúde das três esferas de governo; entidades públicas de saúde; prestadores de serviços de saúde e tecnologia públicos; profissionais da área de saúde; usuários dos serviços de saúde; e instâncias de controle social.
C
unidades do MS e entidades vinculadas; gestores de saúde das três esferas de governo; entidades privadas de saúde; prestadores de serviços de saúde e tecnologia, privados; profissionais da área de saúde; usuários dos serviços de saúde; e instâncias de controle social.
D
unidades do MS e entidades vinculadas; gestores de saúde das três esferas de governo; entidades públicas e privadas de saúde; prestadores de serviços de saúde e tecnologia, públicos e privados; profissionais da área de saúde; e instâncias de controle social.
E
unidades do MS e entidades vinculadas; gestores de saúde das três esferas de governo; entidades públicas e privadas de saúde; prestadores de serviços de saúde e tecnologia, públicos e privados; profissionais da área de saúde; usuários dos serviços de saúde.
Responder
Parabéns! A alternativa A está correta.
A criação do PNSIIS foi para sistematizar as informações de saúde e orientar as ações de diversas entidades, que foram definidas por portaria ministerial, sendo elas: unidades do MS e entidades vinculadas; gestores de saúde das três esferas de governo; entidades públicas e privadas de saúde; prestadores de serviços de saúde e tecnologia, públicos e privados; profissionais da área de saúde; usuários dos serviços de saúde; e instâncias de controle social.
Questão 2
O DATASUS, que é um departamento de informática do SUS, tem a responsabilidade de armazenar alguns dados, entre eles:
A
Empréstimos financeiros adquiridos pelos funcionários do SUS.
B
Informações demográficas e socioeconômicas.
C
Indicadores de situação previdenciária.
D
Informações sobre indicadores nacionais de educação.
E
Informações sobre os recursos do FUNDEB.
Responder
Parabéns! A alternativa B está correta.
O DATASUS é um banco de dados nacional que armazena dados sobre indicadores de saúde, assistência à saúde, informações epidemiológicas e de morbidade, informações sobre a rede de assistência à saúde, estatísticas vitais, informações demográficas e socioeconômicas e informações financeiras, referentes aos recursos do Fundo Nacional de Saúde transferidos aos municípios, aos créditos, aos prestadores de serviços de saúde, aos orçamentos públicos de saúde declarados pelos estados, pelo Distrito Federal e pelos municípios.
Importância dos dados de informação
Para toda e qualquer tomada de decisão, é necessário ter informações. O conhecimento de diversas variantes interfere diretamente na elaboração de planos de ação para qualquer situação.
Curiosidade
Você sabia que toma decisões diárias com base em informações?
Um exemplo da vida cotidiana é saber como está o trânsito antes de sair de casa, para determinar o melhor caminho a seguir até o seu destino.
O avanço da tecnologia digital nos permite coletar e difundir informações de saúde a nível nacional. A construção de dados de informação (coleta, registro, análise e comunicação) passa por essencial planejamento, e o monitoramento do fluxo de dados que começam a ser avaliados, com controle e garantia da qualidade, passa a fazer parte do cotidiano da atenção à saúde. Esse banco de dados gera diversos indicadores para a Vigilância em Saúde.
A Vigilância em Saúde compreende a busca de respostas efetivas para as diversas demandas e problemas de saúde que foram levantados através dos dados do SIS. É responsável por ações de vigilância, prevenção, promoção e controle de doenças.
Curiosidade
Você sabe o que compõe a Vigilância em Saúde?
-
Vigilância Sanitária;
-
Vigilância Epidemiológica;
-
Vigilância Ambiental;
-
Vigilância em Saúde do Trabalho.
Todas as vigilâncias trabalham baseadas em números, que estão nos SIS. Para melhor entendimento de como funcionam as informações dos sistemas, vamos dar uma olhada no seguinte esquema:
Fluxo de informações do SIS.
Dados e informações
A ciência relacionada às informações destinadas a processar dados referentes à vida é a Bioestatística. Esta qualifica e atribui resultado aos dados observados, como números, situações e fatos a análises de precisão sobre os fenômenos experimentados e observados, usando a ferramenta de manipulação de dados para validar as pesquisas.
As informações produzidas são resultado da análise e da combinação de vários dados baseados em referenciais, utilizados para interpretação de métodos desenvolvidos para serem reproduzidos em contínuos processos de pesquisas ou tornando-se base para continuidade de desenvolvimento de tecnologia e processos em saúde.
Os vários estágios da produção de informações seguem a sequência lógica entre a coleta de dados, a codificação da coleta de dados e o processamento dos dados codificados e a divulgação os dados.
A coleta de dados é a etapa inicial da construção da informação e termina com o registro instantâneo do conteúdo coletado. As inscrições são feitas em papel ou em plataforma eletrônica e, nesse caso, lavradas em papel, constituindo a prova documental dos fatos e acontecimentos, devendo ser arquivadas em meio físico.
Quando os dados não atendem aos requisitos de qualidade, os estágios subsequentes são afetados e não podem ser usados para análise, recomendação ou tomada de decisão. As exigências de qualidade de um dado são:
Confiabilidade
Os dados estão em total conformidade com a autenticidade do evento; os dados de oportunidade são registrados e fornecidos em tempo hábil para uso.
Completude
São os dados abrangem todas as características do evento. Ao coletar dados, eles precisam ser registrados e armazenados no banco de dados, para que possam ser rapidamente restaurados e configurados, para facilitar seu uso. A base de dados pode ser física, e os dados podem ser registrados e arquivados em papel. Quando os dados são digitais, são armazenados em plataforma eletrônica e, com o avanço da codificação, as etapas de processamento de dados incluem coleta sistemática de classificação ou categorias pré-determinadas, para referência posterior.
Divulgação
É a etapa final da produção da informação, na qual a forma e a linguagem podem variar de acordo com o perfil das pessoas que manipulam e utilizam tecnologias gerais ou específicas e operam parcelas da população.
Curiosidade
Você sabia?
Documento: é unidade de registro de dado em um suporte suscetível de ser utilizado para consulta, estudo, prova e pesquisa. Comprova fatos, fenômenos, formas de vida e pensamentos numa determinada época e lugar, sendo assim fonte de informação. No setor da saúde, o termo documento se refere, na maioria das vezes, a registros em arquivo físico. É utilizado como prova ou informação. (FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, 2009).
Acessível: Aquilo que se pode alcançar, atingir. Quando se refere a dado ou informação, é o que tem significado e/ou é compreensível.
Sistemas SIS e suas aplicabilidades
O SIS é composto por diversos sistemas, que abrangem categorias específicas de informações em saúde. Com ele, é criado um banco de dados rico e de qualidade para diversas finalidades e para ser utilizado por diversos profissionais de saúde. Suas funções são:
-
Capturar e registrar dados;
-
Processamento e conversão de dados capturados em informações;
-
Armazenamento de dados;
-
Transmissão de informações geradas para o MS;
-
Controle de desempenho – Analisar as funções do sistema por meio de relatórios emitidos.
Essa conexão é alcançada por meio de software, compreendendo a especificidade das instruções de computador que reúne a singularidade do componente no sistema de informação. O software tem o efeito de mudar o conhecimento das pessoas que participam e contribuem para seu desenvolvimento e promove o formato do código-fonte de manutenção do produto.
O avanço e aumento do uso do SIS em larga escala no território nacional tem sido acompanhado pela definição, fiscalização e organização do SUS na rede de atenção à saúde, motivado pelo acelerado desenvolvimento de tecnologias e sua integração.
Nos serviços de saúde, é apropriado e essencial coletar, gerar, armazenar e gerenciar informações e até mesmo combinar (considerar) dados de diferentes sistemas. Este processo estipula as responsabilidades éticas e técnicas dos trabalhadores e dos serviços de saúde, especialmente a privacidade pessoal no processamento, aplicação e utilização dos dados armazenados no SIS.
A gestão e segurança dos dados do SIS é nacional e nas três esferas do governo. É protegida pelo departamento de TI do SUS (DATASUS). O MS é responsável por compilar relatórios estatísticos para ajudar a ilustrar as condições de saúde do estado, cidade e país. Nele, encontramos todos os dados condensados dos sistemas, para os mais diversos tipos de análise e objetivos de pesquisa.
Vamos conhecer os SIS do SUS?
SISReferênciaDados alimentados
SINAN – Sistema de Informação de Agravos de Notificação.Agravos e doenças de notificação.Fichas de notificação e investigação de agravos e doenças.
SIM – Sistema de Informação sobre Mortalidade.Óbitos.Declaração de Óbito – DO
SINASC – Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos.Nascimentos.Declaração de Nascido Vivo.
SIH-SUS – Sistema de Informações Hospitalares do SUS.Internações e financiamento.AIH- Autorização de internação hospitalar.
SIAB – Sistema de Informação em Saúde para Atenção Básica. (estratégia e-SUS)Ações e procedimentos realizados na Atenção Básica.Diversas fichas de cadastro, acompanhamento e registo de atividade.
SI- PNI – Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização.Acompanhamento da imunização.Registro de vacinados.
SISVAN – Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional.Acompanhamento nutricional e alimentar.Ficha de registro e acompanhamento.
SIS - PRENATAL – Sistema de Informação do Programa de Humanização no Pré Natal e Nascimento.Acompanhamento das ações de pré natal e nascimento.Ficha de registro e acompanhamento.
SIA-SUS – Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS.Atendimentos ambulatoriais.BPA- Boletim de produção de serviços ambulatoriais.
SIS COLO – Sistema de Informação de Combate ao Câncer de Colo de Útero.Acompanhamento de segmento.Fichas de registro e acompanhamento.
SIS MAMA – Sistema de Informação de Combate ao Câncer de Mama.Acompanhamento de segmento.Fichas de registro e acompanhamento.
Elaborado por Lidiane Dias Reis e Loreta Lacerda Cáo Toffano.
Esses diferentes sistemas e subsistemas nacionais baseados no SUS são vitais para a organização e o funcionamento da rede de atenção à saúde e, portanto, cooperam com a fiscalização em saúde. Vamos lá conhecer mais sobre cada sistema?
SINAN
O Sistema de Informação de Agravos de Notificação, implementado em 1993, é de abrangência nacional, mas cria base de dados municipais, estaduais e federais. É alimentado pela ficha de notificação e investigação de doenças e agravos, a última atualização foi realizada na Portaria GM/MS nº 204/2016, que traz listados os 48 agravos de notificação compulsória (imediata e obrigatória), divididos em notificação suspeita e notificação confirmada. Os agravos e doenças tratam de doenças transmissíveis, agravos à saúde do trabalhador, acidente de trabalho e as violências. São dados epidemiológicos, que criam indicadores de saúde, que avaliam a incidência e a prevalência das doenças. Com base nesses dados, medidas são planejadas e colocadas em ação, e algumas notificações ficam interligadas com a liberação de medicamentos específicos (Ex: HIV, sífilis, tuberculose e hanseníase). A lista com todos os agravos de notificação estão disponíveis na página da internet do Biblioteca Virtual em Saúde, do MS.
O artigo primeiro da mesma portaria define que tanto instituições públicas quanto particulares de saúde devem realizar as notificações. Define, ainda, que as mesmas são realizadas por todos os profissionais de saúde. Outra informação importante é a qualidade no preenchimento das fichas de notificação. Quanto mais completo o preenchimento, mais fidedigna é a base de dados criada. Um grande problema de saúde pública é a subnotificação (a falta do preenchimento das fichas pelos profissionais de saúde), que acaba por alterar os números corretos dos agravos, prejudicando a eficácia dos planos de ação.
SIM
É o Sistema de Informação sobre a Mortalidade. A criação regulatória do SIM está relacionada à promulgação da Lei nº 6.229/1975. As variáveis e informações de referências desse sistema são as causas básicas de óbitos, relacionados com idade, sexo, naturalidade, entre outras variantes. O instrumento de coleta de dados é feito pela Declaração de Óbito (DO), que é padronizada em todo país, com nove blocos, em um total de 59 campos, repletos de possibilidades de obtenção de informações para a construção de um diagnóstico do perfil de mortalidade para uma determinada população.
Esses dados são usados para investigar incidentes de saúde, especialmente para identificar situações específicas que requerem intervenção em níveis municipal, estadual e nacional e constroem o indicador de mortalidade. A DO é preenchida obrigatoriamente pelo médico, em três vias: a primeira via vai para a unidade de saúde notificadora; a segunda fica com familiares para levar no cartório e tirar o atestado de óbito; e a terceira via fica na unidade notificadora, para o caso de o óbito ser investigado.
SINASC
É o Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos. Foi criado em 1990, com o objetivo coletar dados sobre os nascimentos informados em todo o território brasileiro. Tem como principais variantes as relacionadas ao tipo de parto, gestação, características da mãe e do bebê e local de ocorrência. O instrumento de coleta de dados é a Declaração de Nascido Vivo (DNV), que é padronizada em todo o país. E, assim, é estabelecido um banco de informações para construir um diagnóstico de nascimentos, para que ações de promoção, prevenção e planejamento de saúde possam ser realizadas, e políticas de saúde, criadas para esta população de alto grau de vulnerabilidade.
A DNV é preenchida em três vias para todo nascido vivo e é pré-requisito para o registro civil do nascimento: A primeira via da DNV é da SMS correspondente ao local do nascimento. A segunda via é arquivada no prontuário da mãe, no serviço de saúde onde ocorreu o parto. A terceira via é entregue ao cartório para o registro cível do nascimento. Qualquer profissional de saúde que tenha assistido ao parto na unidade hospitalar pode preencher a DNV.
SIH- SUS
O Sistema de Informação Hospitalar do SUS é uma importante fonte de dados sobre os motivos das internações hospitalares ocorridas no município por meio das AIH (Autorização para Internação Hospitalar). As variantes analisadas nesse banco de dados são a permanência, o custo de internação, os principais agravos à saúde que geraram a internação conforme o CID-10 (Classificação Internacional de Doenças – 10ª Edição) e os procedimentos realizados.
Nesse momento, todos os hospitais credenciados no SUS devem fornecer informações mensalmente à secretaria municipal ou estadual, que se responsabiliza pelo envio ao DATASUS para integração. O SIH-SUS permite a construção de sequências históricas úteis para pesquisas epidemiológicas, avaliação e planejamento de operações de vigilância.
SIAB
O Sistema de Informação em Atenção Básica sofreu mudanças radicais desde sua implementação em 1988. Ele tinha como objetivo colher dados da população atendida nas unidades básicas de saúde (UBS) e na Estratégia da Saúde da Família (ESF).
Em 2013, foi reformulado e passou a se chamar Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica – SISAB. A maior mudança foi a garantia da integração da informação referente às ações desenvolvidas, e a realização do reconhecimento do usuário individualizado pelo Cartão Nacional de Saúde (CNS).
A estratégia para o desenvolvimento desse sistema foi a criação do E-SUS AB (Atenção Básica), que consiste na implementação de dois conjuntos de softwares de coleta de dados no âmbito de seus serviços: coleta simplificada de dados (CDS) e cadastro eletrônico do cidadão ( PEC ).
A ferramenta de coleta de dados pode ser realizada por sete tipos de fichas de registro de informações, que não substituem o registro no prontuário após o preenchimento: ficha de inscrição pessoal, ficha de registro de família, ficha de atendimento pessoal, ficha de atendimento odontológico pessoal, ficha de atividade coletiva, ficha de procedimento e formulário de visita domiciliar.
SI-PNI
O Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização foi implantado em 1973, com o objetivo de registro dos imunobiológicos aplicados e do quantitativo da população vacinada, servido para avaliar também o risco de ocorrências de surto de alguma doença, implantado em todas as cidades do Brasil para orientar as ações do Programa Nacional de Imunizações (PNI). O instrumento de coleta de dados, se faz pela ficha de doses aplicadas conforme o público-alvo e o imunobiológico específico. Atualmente, o sistema é on-line e conectado diretamente ao CNS da pessoa a ser vacinada, com a atualização do sistema, o cidadão que tomar a primeira dose da vacina em uma determinada região e se mudar para outra durante o período entre doses, poderá dar continuidade a sua vacinação se perder a carteira de vacina, pois as doses hoje ficam arquivadas em um sistema nacional, enquanto antigamente o registro era feito apenas na unidade em que a pessoa se vacinou, nas fichas-espelho de cada vacinado. Essa ferramenta também possibilita o acesso à carteira vacinal digital individual pelo aplicativo para celular CONECTESUS.
SISVAN
O sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional foi instituido em 1990, com o objetivo fornecer informações sobre o estado nutricional da população e monitorar o estado alimentar de diferentes populações atendidas em instituições de saúde. A partir de 2006, os dados de saúde de mulheres em idade fértil e crianças menores de sete anos no SISVAN foram compartilhados com o projeto Bolsa Família. Tem como instrumento de coleta de dados as próprias fichas de cadastro e acompanhamento.
SISPRENATAL
O Sistema de Informação do Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento foi criado pelo DATASUS com o objetivo de permitir o rastreio de gestantes cadastradas no Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento (PHPN) até a consulta de puerpério. Registra e acompanha o elenco mínimo de procedimentos da assistência pré-natal, como cadastro precoce, monitoramento da carteira de vacinação, exames realizados, encaminhamentos. Os instrumentos de coleta de dados são a ficha de cadastro da gestante, acompanhamento e ficha de interrupção, bem como a finalização do registro da gestante após a consulta de puerpério.
SIA/SUS
O Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS foi implantado em todo o território nacional, a partir de 1991, e tem como objetivo registrar os atendimentos ambulatoriais custeados pelo SUS. Sua finalidade é apoiar a gestão dos serviços de saúde em termos de planejamento e finanças. O banco de dados de informações do sistema de informações do SUS é uma fonte privilegiada de planos institucionais, que fornecem uma grande quantidade de dados para serem indicadores e análises para apoiar o processo. Os dados coletados e as informações do sistema de informação do SUS são nuances conferidas por iniciativas institucionais, que priorizam indicadores e conjuntos de análises. Estes indicadores e análises são a base para determinar e avaliar as necessidades de saúde e os processos de funcionamento dos serviços de saúde.
SIS-Colo e SIS- MAMA
São sistemas que foram implantados em parceria com o INCA (Instituto Nacional de Câncer) e o Datasus, para o moniotoramento e o acompanhamento na AB, da situação da paciente que está em tratamento de câncer do colo de útero ou de mama. Essa base de dados serve para avaliar a incidêndia e a prevalência desses cânceres de acordo com a idade, raça, o domicílio entre outros. A ficha de cadastro e acompanhamento é a ferramenta de coleta de dados onde registramos o acompanhamento do seguimento (resultados dos exames e tratamento).
Saiba Mais
O PEC é o sistema desenvolvido para registro de prontuários, geração de relatórios para acompanhamento e avaliação das ações de saúde. A versão para tablet é adequada para atendimento domiciliar, pode ser usada para funções off-line e, em seguida, enviada para a base de informática da UBS, integrar-se aos demais sistemas de informação do SUS utilizados na atenção básica, reduzindo a necessidade de registro de informações semelhantes em múltiplos instrumentos (medidores / sistemas). Além disso, gerar continuamente dados e informações sobre as condições do domicílio (como saneamento e acesso à água potável) e o estado de saúde dos moradores, de modo a fornecer indicadores sociais relevantes para a equipe e gestores locais.
e-SUS, a nova ferramenta do SUS
Neste vídeo, a especialista descreve como foi a implementação e como funciona o e-SUS. Ainda, ela explica como sua base de dados é importante para a tomada de decisões.
Verificando o aprendizado
Questão 1
Informações sobre o cadastro familiar, condições de saneamento básico, moradia, estado de saúde e o cadastro das famílias e componentes das equipes de saúde da família são dados importantes para a saúde. Com a finalidade de armazenar esses dados e cruzá-los para o planejamento e a gestão na Atenção Básica, criou-se um sistema chamado:
A
SIAB – Sistema de Informação da Atenção Básica.
B
SIAFI – Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal.
C
SNGPC – Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados.
D
Siscomex – Sistema Integrado de Comércio Exterior do governo brasileiro.
E
O MONITOR ESF – Sistema de Monitoramento de Indicadores da Estratégia da Saúde da Família.
Responder
Parabéns! A alternativa A está correta.
Foi criado em 1991, com a finalidade de coordenar o desenvolvimento dos SIS para atender às necessidades do SUS, de acordo com as diretrizes constitucionais. Responde pelo suporte aos SIS e pela manutenção dos Servidores e das bases de dados nacionais. Em sua criação e estruturação, incorporou equipamentos, softwares e pessoal da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev), da Superintendência de Campanhas em Saúde Pública (Sucam) e da Fundação Serviços de Saúde Pública (FSESP).
Questão 2
Para garantir eficiência na gestão da saúde, faz-se necessário um fluxo do processamento de dados no sistema de informação. Em relação a este assunto, assinale a opção que representa o correto fluxo de processamento de dados:
A
Coleta, análise, processamento, divulgação, plano de ação, avaliação do plano de ação.
B
Coleta, divulgação, processamento, análise, plano de ação e avaliação do plano de ação.
C
Processamento, coleta, análise, divulgação, plano de ação e avaliação do plano de ação.
D
Coleta, análise, divulgação, processamento, plano de ação, avaliação do plano de ação.
E
Coleta, processamento, análise, divulgação, plano de ação, avaliação do plano de ação.
Responder
Parabéns! A alternativa E está correta.
Quando vamos processar dados, devemos seguir um fluxo de tratamento, pois qualquer etapa não cumprida ou alterada pode comprometer a fidedignidade destes dados. Logo, iniciamos com a coleta de dados, o processamento dos mesmos, a análise, a divulgação dos resultados, para criar um plano de ação baseado nos dados, e, após realizar avaliação desse plano, para ver ser é eficaz ou não.
Contribuições dos sistemas de Informação na gestão do SUS
Os sistemas de informação vêm tornando a sociedade mais dinâmica. Em consonância a esse fato, a área da saúde vem acompanhando a utilização das tecnologias para registro e armazenamento de dados dos usuários e os eventos relacionados a estes. Dessa forma, criou-se um banco de dados para ser usado em ações governamentais e de acesso ao desenvolvimento científico.
O sistema DATASUS fornece a possibilidade de reunir várias abas que nele se concentram, centralizando ações de gestão e planejamento estratégico no SUS, por meio de estudos de dados acumulados neste sistema de informação. As fermentas contidas no DATASUS facilitam o envio mensal de dados ao Governo Federal, garantindo o orçamento das secretarias estaduais e municipais repassados pela União.
Os sistemas de informações contribuem com grande excelência para o planejamento e gestão do SUS, mas esbarram em limitações que podem comprometer o envio de dados, sujeitando as secretarias a cortes de verba pública.
Outra questão negativa do Sistema de Informação é a qualidade das informações fornecida pelos profissionais na hora do preenchimento ou não preenchimento de todas as informações, impossibilitando a interação dos dados que, por conseguinte, limitam ações em saúde baseadas em seus dados.
Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES)
Criado com o objetivo de ser um banco de registro de dados das características dos estabelecimentos, como os leitos, serviços e equipamentos. O sistema também tem a capacidade de registrar as habilitações dos serviços e profissionais e a forma de relacionamento do SUS com os serviços contratados, de profissionais com ou sem vínculo empregatício.
Outras informações importantes também são registradas, como as equipes que fazem parte do Programa de Saúde da Família e os agentes comunitários distribuídos e alocados nas equipes.
Com esses dados, é possível monitorar os recursos físicos, os equipamentos de saúde disponíveis e os recursos humanos existentes, sendo vinculados ao SUS ou prestadores de serviços externos. Veja, a seguir, a tela inicial do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde.
Tela inicial do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde.
Curiosidade
O CNES é a principal ferramenta de verificação da quantidade de leitos operatórios disponíveis em seu estado. Na tela principal, acesse o “Menu” e selecione a opção “Local de Consulta”. Navegando nesta página, você pode visitar as instituições conveniadas ao SUS em seu estado e município. Ampliando e aprofundando a pesquisa na aba da direita, você pode acessar em “Detalhes”, o número por tipo de leito e selecionar a pesquisa a ser realizada.
No CNES, qualquer cidadão pode verificar a quantidade de leitos cirúrgicos existentes e disponíveis em qualquer unidade federada do país. Este recurso está disponível para acesso na tela principal do Sistema, no item "Menu". Selecione a opção “Consulta a estabelecimentos”. Digite o nome do estabelecimento e você vai ser direcionado à respectiva página.
Lá, há diversas informações sobre os profissionais, por especialidade, tipo de vínculo, quantidade de horas, além dos procedimentos que o estabelecimento realiza. Para tanto, é só clicar em “Detalhes”. Veja a seguir.
Consulta de estabelecimentos.
Consulta de leitos.
Avaliação do SI-PNI – Programa Nacional de Imunizações
Com este tipo de ferramenta digital, torna-se viável a avaliação dinâmica do risco quanto à frequência de surtos ou epidemias. Inicialmente, ela é realizada pelo registro dos imunobiológicos aplicados e do quantitativo populacional.
Assim, o SI-PNI se divide em módulos, como: avaliação do Programa de Imunizações (API); Estoque e Distribuição de Imunobiológicos (EDI); Apuração dos Imunobiológicos Utilizados (AIU); Eventos Adversos Pós-Vacinação (EAPV); Programa de Avaliação do Instrumento de Supervisão (PAIS); Programa de Avaliação do Instrumento de Supervisão em Sala de Vacinação (PAISSV); e Sistema de Informações dos Centros de Referência em Imunobiológicos Especiais (SICRIE). Os documentos básicos do sistema direcionam a cada módulo e estão implantados em todos os municípios brasileiros:
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boletins mensais de doses aplicadas de vacinas e de movimentação de imunobiológicos,
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fichas de notificação de eventos adversos, instrumento de supervisão etc.
Veja, a seguir, a tela inicial do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI).
As fichas de coleta de dados foram alteradas e atualmente contamos com 12 fichas para o CDC do e-SUS. Essas fichas podem ser preenchidas tanto diretamente (on-line) na hora do atendimento quanto manualmente e após, digitadas no sistema, sendo:
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Cadastro Individual;
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Cadastro Domiciliar;
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Ficha de Atendimento Individual;
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Ficha de Procedimentos;
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Ficha de Atendimento Odontológico Individual;
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Ficha de Atividade Coletiva;
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Ficha de Vacinação (nova);
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Ficha de Visita Domiciliar;
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Marcadores de Consumo Alimentar;
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Ficha de Avaliação de Elegibilidade;
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Ficha de Atenção Domiciliar.
Atenção
O preenchimento dessas fichas condensa informações de diversos outros sistemas, como o SISVAN, o SIS Pré-Natal, SI- PNI, entre outros.
Sistema de Pactuação dos Indicadores – SISPACTO
O SISPACTO é o sistema que viabiliza o registro de metas definidas entre municípios, regiões de saúde, estados e o Distrito Federal, de acordo com o fluxo previsto na Resolução CIT nº 5, de 19 de junho de 2013. Tem como objetivo o fortalecimento do planejamento do SUS.
O SISPACTO oferece funcionalidades que permitem o acesso dos gestores em consonância com seus perfis de acesso: visualização, validação e homologação de pactuações; reversão de validações; reversão de homologações e relatórios para que possa ser acompanhado o processo.
(BRASIL, 2015)
Existem duas modalidades disponíveis de acesso público (canto inferior direito da tela inicial) e acesso restrito (necessário login e senha). Com finalidade de acesso restrito, o gestor precisa acessar ao Sistema de Cadastro e a Permissão de Acesso (SCPA). Veja a imagem a seguir da tela inicial do SISPACTO.
Sistema de Apoio à Construção do Relatório de Gestão – SARGSUS
O SARGSUS é uma ferramenta eletrônica fundamental na rede de planejamento vigente no SUS. Desenvolvido pela Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde em conjunto com o DATASUS, tem a finalidade de apoiar os gestores municipais na elaboração e envio do Relatório Anual de Gestão (RAG) ao Conselho de Saúde.
Proporciona o acesso às informações que objetivam a aprovação dos Relatórios Anuais de Gestão, dos Relatórios Quadrimestrais e dos Relatórios Resumidos de Execução Orçamentária. Os arquivos passaram a estar disponíveis eletronicamente a partir de 2010. Veja, a seguir, a tela inicial do SARGSUS.
Tela inicial do SARGSUS.
Existem critérios para acessar a área restrita do sistema, mas é necessário estar cadastrado, ter um login e uma senha. O registro do login deve ser efetuado previamente no Cadastro de Sistema e Permissões de Usuários (CSPUWEB), que o DATASUS mantém com o domínio Saude.gov.
O SI-PNI como ferramenta de tomada de decisão.
Neste vídeo, você conhecerá a importância dos dados coletados pelo SI-PNI, e verá como esses mesmos dados podem ser utilizados para diversas finalidades.
Verificando o aprendizado
Questão 1
Em relação ao SISPACTO, podemos afirmar que o sistema foi criado com o seguinte objetivo:
A
A partir do registro de metas definidas entre os municípios, as regiões de saúde e os estados, fortalecer o planejamento das ações do SUS.
B
A partir do registro de metas definidas entre os municípios, estados e o Distrito Federal, fortalecer o planejamento das ações do SUS.
C
A partir do registro de metas definidas entre os municípios, as regiões de saúde e o Distrito Federal, fortalecer o planejamento das ações do SUS.
D
A partir do registro de metas definidas entre as regiões de saúde, estados e o Distrito Federal, fortalecer o planejamento das ações do SUS.
E
A partir do registro do planejamento definidos entre os municípios, regiões de saúde, estados e o Distrito Federal para as ações do SUS.
Responder
Parabéns! A alternativa A está correta.
O SISPACTO é o sistema de pactuação dos indicadores em saúde, onde são registradas metas definidas entre todas as esferas de poder, os municípios, as regiões de saúde, os estados e o Distrito Federal, para fortalecer o planejamento das ações realizadas pelo SUS.
Questão 2
Em relação aos dados registrados em todos os Sistemas de Informação de Saúde do SUS, indique alguns dos problemas encontrados:
A
Falta de informação da população e de disponibilidade em fornecer os dados.
B
Falta de formulários para a coleta de dados.
C
Falta de capacitação e engajamento das equipes de saúde no processo de registro.
D
Dificuldade de acesso aos sistemas para lançar os dados.
E
Preenchimento incorreto ou incompleto das informações que são lançadas nos sistemas.
Responder
Parabéns! A alternativa E está correta.
Para o registro de dados nos SIS do SUS, os profissionais de saúde devem ser capacitados e devem conhecer bem tanto o preenchimento quanto o sistema em que irão lançar os dados, para evitar o preenchimento incorreto ou incompleto das informações que pode levar a futuros problemas na análise desses dados e na tomada de decisões.
Considerações finais
Como vimos, o conteúdo expõe os conceitos sobre a trajetória das pesquisas brasileiras no campo da estatística, a criação do IBGE, o primeiro órgão de pesquisa a gerar um banco de dados para tomada de decisões estratégicas em relação a população. Podemos verificar a criação e a implementação da Política Nacional de Informação e Informática da Saúde, seus objetivos, como funciona e sua importância na coleta, análise, divulgação e elaboração de políticas públicas em saúde.
Destacamos os sistemas de informação mais relevantes do SUS, explicando como cada um funciona, qual é o responsável pela alimentação de dados, e quais informações esses sistemas disponibilizam para os gestores e para a população que deseja conhecer a situação de saúde de sua região.
Dessa forma, esclarece as motivações de promoção à saúde previstas, dando ao gestor a capacidade de transcender seu plano de governo, com a finalidade de atender as demandas de saúde da população.
Não seria possível levantar tais necessidades de forma sistemática, senão trazendo os sistemas de informações em saúde para uma utilização estratégica na construção de políticas públicas em saúde.
Podcast
Neste podcast, você ouvirá sobre o que é o SINAN e sua importanância epidemiológica.
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Navegando no site da Biblioteca Central do IBGE, você pode pesquisar mais informações no catálogo on-line. De fotografias a livros, periódicos e mapas, há várias formas de pesquisar, conheça!
Aprofunde seu conhecimento sobre a gestão da informação e a importância do uso de fontes de informação para geração de conhecimento.
Navegue no portal do DATASUS para conhecer o universo do Departamento de Informática do SUS.
Referências
CAETANO, R. Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). In: BRASIL, Ministério da Saúde. A experiência brasileira em sistemas de informação em saúde. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2009.
CARVALHO, D. M. Grandes sistemas nacionais de informação em saúde: revisão e discussão da situação atual. Informe Epidemiológico do SUS, v. 6, n 4, p. 7-46, 1997.
CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS. Criação e desenvolvimento de arquivos públicos municipais: transparência e acesso à informação para o exercício da cidadania. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2014.
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. Casa de Oswaldo Cruz. Departamento de arquivo e documentação. Gestão de documentos e arquivos: aspectos conceituais e práticos. Rio de Janeiro: Casa de Oswaldo Cruz, 2009.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Noções básicas de cartografia. Rio de Janeiro: IBGE, 1998.
JORGE, M. H. P. M. et al. Análise da qualidade das estatísticas vitais brasileiras: a experiência de implantação do SIM e do SINASC. Ciências e Saúde Coletiva, v. 12, n. 3, p. 643-54, 2007. Consultado na internet em: 18 nov. 2021.
LAGUARDIA, J. et al. Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan): desafios no desenvolvimento de um sistema de informação em saúde. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 13, n. 3, p.135-146, 2004. Consultado na internet em: 18 nov. 2021.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde. e-SUS Atenção Básica: Manual do Sistema com Coleta de Dados Simplificada: CDS – Versão 2.0. Brasília: Ministério da Saúde, 2015. Brasília: Ministério da Saúde, 2015.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria Executiva. Departamento de Informação e Informática do SUS. Política Nacional de Informação e Informática em Saúde: proposta versão 2.0. Brasília, 2004. Consultado na internet em: 25 jul. 2021.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. PORTARIA GM/MS Nº 1.768, de 30 de julho de 2021. Brasília, 2021. Consultado na internet em: 04 out. 2021.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria Executiva. SIOPS - Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde: manual de orientações ao usuário da Internet. Brasília: Ministério da Saúde, 2008.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria Executiva. Subsecretaria de Planejamento e Orçamento. Plano Nacional de Saúde – PNS: 2012-2015. Brasília, 2011. Consultado na internet em 20 jul. 2021.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Saúde: manual de orientações ao usuário da Internet. Brasília, 2008.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria MS/GM nº 1.271, de 6 de junho de 2014. Define a Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional, nos termos do anexo, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Poder Executivo, Brasília: 2014. Seção 1, p. 67.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria MS/GM nº 2.488, de 21 de outubro de 2011. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica, para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 out. 2011c. Seção 1, p. 48-55
SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE. Departamento de Regulação, Avaliação e Controle. Coordenação Geral de Sistemas de Informação. Manual do Sistema de Informação Ambulatorial, SIA. Brasília: Ministério da Saúde, 2008.
SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE. Departamento de Análise de Situação de Saúde. Manual de Instruções para o preenchimento da Declaração de Óbito. Brasília: Ministério da Saúde, 2011a.
SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE. Departamento de Análise de Situação de Saúde. Manual de Instruções para o preenchimento da Declaração de Nascido Vivo. Brasília: Ministério da Saúde, 2011b.
SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE. Guia de Vigilância Epidemiológica. 7. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2009a.
MATERIA Sistemas de Informação em Saúde no Sistema Suplementar e Outros Dispositivos de Saúde
Sistemas de informação em saúde no sistema suplementar
Você irá conhecer os sistemas de informação em saúde suplementar, bem como os sistemas em outros dispositivos em saúde. Serão apresentadas características conceituais do funcionamento da gestão de informações gerenciadas pelos planos de saúde.
Profa. Thais Rosental
Itens iniciais
Propósito
Compreender o funcionamento da saúde suplementar no Brasil, bem como os sistemas de informação envolvidos nesse setor, é fundamental para que gestores hospitalares possam fazer uso integral e efetivo das informações disponibilizadas tanto pelas operadoras de planos de saúde, quanto pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Objetivos
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Identificar o funcionamento e a estrutura organizacional do sistema suplementar de saúde.
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Reconhecer a importância dos sistemas de informação mais utilizados pelas operadoras de saúde.
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Reconhecer a melhoria dos serviços prestados pelas operadoras de saúde aos clientes dos planos de saúde nos últimos anos.
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Reconhecer o uso dos sistemas de informação nos diversos setores da saúde.
Introdução
Desde o seu início, na década de 1960, o Sistema de Saúde Suplementar no Brasil tem passado por reestruturações, em resposta às mudanças na economia e na sociedade brasileira. Além disso, o estabelecimento de indústrias na região do Sudeste do Brasil e o aumento do número de empregadores reforçaram a necessidade de uma abordagem abrangente em relação à saúde dos trabalhadores.
Ainda na década de 1960, administradores hospitalares nos Estados Unidos da América (EUA) passaram a reconhecer a importância de informatizar o atendimento aos clientes na área da saúde. No Brasil, os sistemas de informação iniciaram suas atividades timidamente nas áreas administrativas e financeiras. Somente a partir da década de 1990 é que os sistemas de informação foram adotados na assistência ao paciente e utilizados tanto no Sistema Único de Saúde (SUS) quanto no Sistema de Saúde Suplementar.
Nesse contexto, é essencial que o gestor hospitalar adote um olhar abrangente em relação à otimização dos sistemas de informação dos serviços de saúde. O objetivo é melhorar os processos de trabalho e o cuidado da saúde, superando os desafios enfrentados no âmbito das informações eletrônicas.
Pensando nisso, abordaremos neste estudo os principais aspectos conceituais sobre os Sistemas de Informação em Saúde Suplementar (SISS), bem como os sistemas de informação em saúde utilizados pela saúde pública.
Histórico e conceito de saúde suplementar
Assista ao vídeo e confira o histórico da saúde suplementar no Brasil e as diferenças entre saúde complementar e saúde suplementar.
Para começar, vamos explorar de forma cronológica um pouco a história do Sistema de Saúde Suplementar no Brasil. Você sabe quando tudo começou? Acompanhe a seguir o desenvolvimento desse sistema ao longo das décadas.
1940
Foi nesse período que surgiram as Caixas de Assistência, um benefício concedido aos funcionários do Banco do Brasil (Cassi). Esse benefício consistia em empréstimos ou reembolsos pelo uso de serviços de saúde externos à previdência social. Mais tarde, esse modelo se desenvolveu e deu origem ao sistema de saúde suplementar que conhecemos hoje.
1950
Empresas estatais e multinacionais estabeleceram seus próprios sistemas assistenciais, oferecendo assistência médica de forma direta. Em 1956, o médico Julian Czapski fundou a primeira empresa brasileira de medicina em grupo, localizada no interior de São Paulo. Seu primeiro cliente foi a Volkswagen, contando com dezenas de colaboradores.
1960
O surgimento do INPS foi um marco para a saúde suplementar. Embora alguns trabalhadores já possuíssem planos de saúde, ocorreu a unificação dos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs), formando assim o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS).
Essa unificação impulsionou a expansão dos credenciamentos de prestadores de serviços privados de saúde, priorizando hospitais e multinacionais de medicamentos. Consequentemente, diversas opções de assistência médica surgiram na época:
-
Serviços oferecidos pela rede do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), que contava com unidades próprias e credenciadas.
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Serviços credenciados para atender trabalhadores rurais.
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Serviços credenciados por empresas médicas.
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Serviços oferecidos por autogestões de empresas com planos próprios.
Todas essas possibilidades proporcionavam a mesma cobertura para todos os funcionários, independentemente do cargo hierárquico ocupado na empresa. Continue acompanhando!
1980-1990
Nessa década foi criado Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (Sinpas), composto pelo Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social (Inamps). Esse órgão fortaleceu a tendência de adquirir cada vez mais serviços do setor privado, resultando em um crescimento significativo da capitalização dessa área.
Em 1988, a Constituição Federal é promulgada, e, a partir dela, o SUS passa a contar com os seguintes marcos em seu processo de construção:
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Promulgação da Lei Orgânica da Saúde (Lei nº 8.080/1990).
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Extinção do Inamps.
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Implementação das Normas Operacionais Básicas (NOB/1993 e NOB/1996).
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Implantação do Piso da Atenção Básica (PAB) em 1998 (BRASIL, 2003).
Em 1998, a promulgação da Lei nº 9656 proporcionou um respaldo legal para o início das ações de regulamentação nos setores de saúde suplementar. No entanto, a lei não resolveu os principais conflitos entre os beneficiários e as operadoras e de certa forma pareceu eximir o setor privado de cumprir integralmente a Lei Orgânica da Saúde.
2000
Com a promulgação da Lei nº 9.961, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) foi estabelecida e recebeu a responsabilidade de regular o setor. A regulamentação teve início com a Lei nº 9.656/1998 e foi ampliada pela Lei nº 9.961/2000, que criou a ANS. Apesar desses avanços, ainda há um longo caminho a percorrer para a plena consolidação do setor.
Desde a regulamentação estabelecida pela Lei nº 9.656/1998 e suas sucessivas alterações, as empresas operadoras têm se esforçado para se ajustar e cumprir os padrões e as normas estabelecidas, visando alcançar um equilíbrio financeiro interno e garantir a satisfação de dos usuários e prestadores de serviços. No entanto, essa situação tem sido desafiadora devido às exigências impostas pela agência reguladora.
Saúde suplementar e saúde complementar
No Brasil, o sistema de saúde caracteriza-se como misto, pois constitui-se por duas abordagens distintas:
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Os Sistema Único de Saúde (SUS), que oferece assistência à saúde todos os cidadãos brasileiros em vários níveis de atenção à saúde, que traz princípios claros de universalidade, integralidade e equidade.
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Os planos de saúde privados, os quais são oferecidos pelas operadoras de saúde (OPS), que fazem parte do Sistema de Saúde Suplementar.
Por definição, a saúde complementar tem como objetivo complementar as ações de saúde do SUS, principalmente quando o sistema público não consegue oferecer cobertura para determinados serviços de saúde. Por meio de contrato e/ou convênios, é estabelecida uma rede prestadora de serviços, como hospitais e clínicas preferencialmente de caráter filantrópico.
De acordo com o art. 199 da Constituição Federal:
As instituições privadas de saúde poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato ou convênio, tendo preferência entidades filantrópicas e sem fins lucrativos.
(BRASIL, 1988)
A saúde suplementar, por sua vez, refere-se aos serviços e às coberturas de saúde oferecidos por operadoras privadas de plano de saúde. Essas instituições atuam de modo independente em relação ao SUS, configurando-se como uma alternativa capaz de oferecer mediante pagamento diferentes serviços de saúde, conforme o contrato do plano de saúde estabelecido entre as partes envolvidas.
É importante que o gestor domine as legislações que regulam ambos os sistemas de saúde apresentados e conheça bem a área de comercialização, a fim de compreender os riscos envolvidos e seja capaz de realizar o controle de qualidade necessário para evitar sinistros.
Estrutura do Sistema de Saúde Suplementar
Assista ao vídeo e confira as diferenças regionais no acesso ao sistema de saúde suplementar e os tipos de operadoras e planos disponíveis.
Desde a década de 1980, o Sistema de Saúde Suplementar experimentou um crescimento significativo. Em 1989, esse sistema já cobria 22% da população total do país. Observou-se que entre 1987 e 1989, 7.200.000 beneficiários foram incorporados a esse subsistema (PIETROBON; PRADO; CAETANO, 2008).
No contexto da saúde brasileira, o Sudeste é a região que possui maior abrangência de planos de saúde, conforme pode ser visto a seguir.
Taxa de cobertura dos planos privados de assistência médica por Unidades da Federação (Brasil - maio/2023).
A saúde suplementar no Brasil é atualmente composta pelos seguintes segmentos:
Autogestão
Medicina de grupo
Seguradora
Cooperativa
Sobre a autogestão, podemos afirmar que constitui planos próprios patrocinados ou não pelas empresas empregadoras, constituindo o subsegmento não comercial do mercado de planos e seguros.
As autogestões totalizam cerca de 300 empresas e aproximadamente 4,7 milhões de beneficiários (MALTA et al. 2004). O subsegmento comercial compreende:
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As cooperativas de trabalho médico
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As cooperativas odontológicas
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As empresas de medicina de grupo (incluindo as filantrópicas)
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As seguradoras
Atualmente, existem oito tipos de operadoras de saúde no contexto da saúde suplementar brasileiro, acompanhe!
Administradora
Empresa que presta serviços a outras empresas e entidades, assumindo a negociação e a administração de benefícios (entre eles os planos de saúde) aos seus colaboradores. Pode oferecer auditorias para sinistros e riscos financeiros dos planos contratados. Já administradora de planos possui função similar, porém restringe suas atividades aos planos de saúde.
Medicina em grupo
Tipo de operadora que comercializa planos de saúde para pessoa física ou jurídica. Nesse modelo, o beneficiário faz uso de uma estrutura própria e/ou contratada pela operadora (médicos, hospitais, laboratórios e clínicas).
Seguradora especializada em saúde
Empresa que comercializa seguros em saúde e oferece, obrigatoriamente, reembolso das despesas médico-hospitalares ou odontológicas quando o beneficiário é atendido por um prestador de serviços não credenciado (de acordo com contrato).
Autogestão
Segmento sem fins lucrativos que opera para um grupo fechado — aposentados, pensionistas ou ex-empregados de empresas, associações, fundações, sindicatos, entidades de classes profissionais ou assemelhadas, incluindo dependentes.
Cooperativa médica
Sociedade sem fins lucrativos formada por associação autônoma de pelo menos 20 médicos, de acordo com a Lei nº 5.764/1971 (Lei das Cooperativas). Pode ofertar planos a pessoas físicas ou jurídicas. Além disso, pode estabelecer uma rede de serviços próprio ou contratar terceiros.
Cooperativa odontológica
Associação sem fins lucrativos composta por odontólogos. Essa modalidade tem como objetivo comercializar ou operar planos de assistência exclusiva odontológica, sendo coordenada por um odontólogo.
Odontologia de grupo
Modelo de prestação de serviço que comercializa planos exclusivamente odontológicos para pessoas físicas ou jurídicas. Pode ter uma rede própria ou contratar terceiros para executar os serviços.
Filantropia
Hospital sem fins lucrativos (geralmente ligado a instituições religiosas) que possui certificado de beneficente de assistência social. Nesse caso, a declaração de utilidade pública pode ser obtida junto ao Ministério da Justiça ou aos governos estaduais e municipais, que operam planos privados de assistência à saúde.
As operadoras que não são seguradoras, como a medicina em grupo e as cooperativas médicas, podem ter ambulatórios próprios e atender nessas unidades de forma exclusiva ou não.
As seguradoras não têm permissão para ter estruturas próprias de atendimento médico. Elas atuam por meio de uma rede credenciada e podem oferecer reembolso (garantido pelos planos de saúde comercializados por empresas classificadas como medicina em grupo ou de autogestão).
Você sabia que todos os serviços (procedimentos ou eventos em saúde) devem constar no Rol de Procedimentos da ANS?
Trata-se de uma lista contendo os procedimentos de cobertura mínima obrigatória a serem cumpridos pelos planos de saúde, sendo atualizada a cada 2 anos, de acordo com a ANS. Essa lista serve como referência de cobertura para cada segmentação de planos de saúde (odontológica, ambulatorial, hospitalar com ou sem obstetrícia e plano referência) contratados pelos beneficiários a partir de 2 de janeiro de 1999.
Tipo de planos de saúde
A partir da estrutura dos planos de saúde, apresentaremos a seguir os tipos de planos de saúde na atualidade. Observe!
Ambulatorial
Esse tipo de plano compreende consultas médicas em clínicas básicas e especializadas, apoio diagnóstico, tratamento e demais procedimentos ambulatoriais determinados no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde em contrato.
Hospitalar com obstetrícia
Esse tipo de plano trata-se de um regime de internação hospitalar que compreende a atenção ao parto, incluindo os cuidados ao recém-nascido por até 30 dias, além do tratamento das doenças listadas na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID), da Organização Mundial da Saúde, conforme o Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde e em contrato.
Hospitalar sem obstetrícia
Esse plano é similar ao plano hospitalar com obstetrícia, porém não possui cobertura para o parto.
Referência
Esse tipo de plano oferece cobertura assistencial médico-ambulatorial e hospitalar com obstetrícia, em acomodação em enfermaria.
Odontológica
Esse plano compreende procedimentos realizados em ambiente ambulatorial que estejam determinados no Rol de Procedimentos Odontológicos e em contrato.
Os planos de saúde são regulamentados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A seguir, abordaremos as funções desempenhadas pela ANS na operacionalidade dos planos de saúde.
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)
Assista ao vídeo e confira tudo sobre a estrutura e a importância da ANS no mercado de saúde suplementar.
A importância da ANS
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), criada em 2000 pela Lei nº 9.656, é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Saúde (MS). A ANS tem como reponsabilidades defender direito público na assistência suplementar à saúde e regular produtos e serviços por meio de medidas e ações governamentais que envolvem normas, controle e fiscalização, visando para assegurar o interesse público.
No âmbito das regulamentações, que abrangem os planos individuais, familiares, coletivos e adaptados, a ANS preconiza:
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Respeito a todas as modalidades de operadoras.
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Padronização dos produtos.
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Inibição da concorrência desleal.
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Indução à profissionalização do setor.
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Aumento da confiabilidade do setor.
-
Indução à sustentabilidade financeira e assistencial do setor.
Segundo a própria ANS (2022, n.p.), suas competências são:
Regulação da Saúde Suplementar
Conjunto de políticas e diretrizes gerais, ações normatizadoras e indutoras que visam à defesa do interesse público e à sustentabilidade do mercado de assistência suplementar à saúde.
Qualificação da Saúde Suplementar
Conjunto de políticas, diretrizes e ações que buscam a qualificação: do setor, em relação ao mercado regulado; das operadoras, nas dimensões Qualidade em Atenção à saúde, Garantia de Acesso, Sustentabilidade no mercado, Gestão de Processos e regulação; e institucional, em relação ao próprio regulador.
Articulação Institucional
Conjunto de políticas, diretrizes gerais e ações que otimizem as relações institucionais internas e externas viabilizando a efetividade do processo regulatório.
Antes da regulamentação da saúde suplementar e, mais especificamente, da criação da ANS, as operadoras de planos de saúde tinham total liberdade para definir suas práticas, o que contribuiu para o exercício de preços abusivos quando o beneficiário atingia determinada faixa etária, sendo considerado de maior risco para as operadoras.
Resumindo
Com o surgimento da ANS, os reajustes anuais e por faixa etária passaram a seguir padrões definidos, de modo que as operadoras podem ser multadas caso descumpram as normas estabelecidas.
A ANS determina os prazos máximos para atendimento de beneficiários que já cumpriram o período de carência. O não cumprimento desses prazos máximos para consultas, exames e cirurgias, conforme Rol de Procedimentos da ANS, resulta na suspensão da comercialização dos planos de saúde até a próxima avaliação, que ocorre após três meses.
Nesse contexto, o consumidor possui canal aberto com a ANS por meio da Ouvidora ANS para registro de sugestões, consultas, elogios, reclamações e denúncias sobre a atuação e os serviços prestados pela agência reguladora de planos de saúde no Brasil.
Estrutura da ANS
Atualmente, a diretoria da ANS é colegiada e composta por cinco diretores com mandatos de 3 anos. No entanto, é possível que haja prorrogação do mandato por mais 3 anos.
O diretor-presidente da agência é escolhido entre os diretores que são nomeados a partir da indicação do ministro da saúde e da avaliação da Presidência da República e do Senado. Veja as diretorias que compõem a estrutura da ANS!
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Presidente (PRESI).
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Diretoria de Desenvolvimento Setorial (DIDES).
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Diretoria de Gestão (DIGES).
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Diretoria de Normas e Habilitação das Operadoras (DIOPE).
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Diretoria de Fiscalização (DIFIS).
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Diretoria de Normas e Habilitação de Produtos (DIPRO).
Além da Diretoria Colegiada, a estrutura organizacional da ANS compreende outras unidades, chamadas de Órgãos Vinculados. Vamos conferi-los!
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Ouvidoria (OUVID).
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Auditoria Interna (AUDIT).
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Corregedoria (PPCOR).
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Procuradoria Federal junto a ANS (PROGE).
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Comissão de Ética (CEANS).
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Câmara de Saúde Suplementar (CAMSS).
As Câmaras ou Grupos Técnicos são estruturas organizacionais que exercem um papel consultivo e de assessoria relacionado a certos setores ou instituições. Nesse sentido, contribui com recomendações e pareceres especializados a fim de subsidiar a tomada de decisão por parte das autoridades competentes.
Atenção
Na área da saúde, a Câmara de Saúde Suplementar (CAMSS) é um órgão de participação institucionalizada da sociedade na ANS, de caráter permanente e consultivo. Esse grupo é composto por membros da ANS, representantes dos diversos Ministérios (como Fazenda, Justiça, Saúde etc.), além de órgãos e entidades envolvidas direta ou indiretamente no ramo da saúde suplementar.
O objetivo da Câmara de Saúde Suplementar é auxiliar a Diretoria Colegiada nas discussões de questões e temáticas envolvidas na saúde suplementar e suas conclusões contribuem de forma significativa para a elaboração de legislações.
Verificando o aprendizado
Questão 1
O Sistema de Saúde Suplementar brasileiro possui um histórico importante que nos permite compreender as particularidades do contexto atual e sua abrangência em todo o país. Sobre a perspectiva histórica da saúde suplementar podemos afirmar:
A
Teve seu início ainda no início do século XX, após a ditadura brasileira.
B
A década de 1960 representou o marco para Saúde Suplementar com oferta de planos de saúde aos empregadores independentemente do nível hierárquico.
C
O Sistema Suplementar foi criado juntamente com o Sistema Complementar na década de 1990.
D
Teve seu início em 1925, após idealização do médico Julian Czapski.
E
O Sistema de Saúde Suplementar foi criado juntamente com a Constituição Federal de 1988.
Responder
Parabéns! A alternativa B está correta.
A década de 1960 representou um marco na história da saúde suplementar. Embora parte dos trabalhadores já possuíssem planos de saúde, na época surgiram diversas possibilidades de assistência médica: a rede INPS, com unidades próprias e credenciadas; serviços credenciados para atendimento a trabalhadores rurais; serviços credenciados das empresas médicas; e autogestões de empresas com planos próprios. Todas essas possibilidades ofereciam a mesma cobertura para todos os empregados independentemente do nível hierárquico que ocupavam na empresa.
Questão 2
De acordo com a estrutura atual do Sistema de Saúde Suplementar, observamos que
A
entre os tipos de operadoras, a medicina em grupo comercializa planos de saúde somente para pessoas jurídicas.
B
a cooperativa médica é formada por pelo menos 10 médicos, podendo ofertar planos a pessoas físicas ou jurídicas. Além disso, pode constituir uma rede de serviços próprio ou contratar terceiros para executar os serviços.
C
a cooperativa odontológica é uma associação de odontólogos sem fins lucrativos que comercializa ou opera planos de assistência exclusivamente odontológica.
D
a filantropia possui fins lucrativos (a maioria ligada a instituições religiosas) com certificado de beneficente de assistência social.
E
a autogestão possui fins lucrativos e opera para um grupo fechado: aposentados, pensionistas ou ex-empregados de empresas, associações, fundações, sindicatos, entidades de classes profissionais ou assemelhadas, incluindo dependentes
Responder
Parabéns! A alternativa C está correta.
A cooperativa odontológica é uma associação sem fins lucrativos composta por odontólogos. Esse modelo de atendimento comercializa ou opera planos exclusivamente odontológicos.
Sistema de Informação de Beneficiários (SIB)
Acompanhe no vídeo tudo sobre as características e a importância dos Sistemas de Informação na Saúde Suplementar.
Sistemas de Informação utilizados pelas operadoras de saúde
Para garantir o correto funcionamento dos Sistemas de Informação em Saúde Suplementar (SISS), é fundamental conhecer sobre os dispositivos de saúde padronizados pela ANS, os quais organizam todos os registros eletrônicos. O objetivo é reduzir custos e ampliar a eficiência quanto aos aspectos relacionados aos tratamentos e diagnósticos disponibilizados.
Compreender esses processos é primordial para os gestores, pois lhes permite conhecer a funcionalidade de sistemas específicos, confira!
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Sistema de Informação de Beneficiários (SIB).
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Sistema de Informação de Produtos (SIP).
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Troca de Informação em Saúde Suplementar (TISS).
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Terminologia Unificada em Saúde Suplementar (TUSS).
Qual é a relevância do SIB?
O Sistema de Informação de beneficiários (SIB) foi criado no intuito de informatizar os dados cadastrais dos beneficiários vinculados aos planos de saúde do brasileiro.
A ANS recebe diariamente o cadastro de milhares de dados de consumidores. Os dados recebidos são avaliados e utilizados para subsidiar decisões relacionadas aos cálculos do Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS), o qual informa a nota da operadora bem como os reajustes dos planos e da Taxa de Saúde Suplementar (TSS).
Para garantir a qualidade das informações e, consequentemente, a eficácia da avaliação, é imprescindível que os dados registrados sejam cadastrados de forma correta e completa. É necessário enviar pelo menos um arquivo de movimentação cadastral no formato XLM, respeitando o prazo que compreende o intervalo entre o sexto dia do mês corrente e o quinto dia do mês seguinte.
O SIB é composto por três grupos de dados. Vamos conferi-los!
Identificação pessoal do beneficiário
Nesse grupo, são registrados documentos pessoais do beneficiário, como Cadastro de Pessoa Física (CPF), Cartão Nacional de Saúde (CNS), data de nascimento e outros dados de identificação pessoal.
Identificação do endereço
Esse grupo de dados contém informações relacionadas ao endereço da residência do beneficiário, como Código de Endereçamento Postal (Cep), logradouro, número da residência, complemento, bairro, cidade e estado.
Informações contratuais
Nesse grupo, são registradas as informações relacionadas ao contrato do plano de saúde do beneficiário. Isso inclui data de contratação do plano, número de registro do plano na ANS, indicação de procedimentos excluídos da cobertura, entre outros.
Pelo SIB é possível realizar movimentações cadastrais importantes como. Acompanhe!
Inclusão
Refere-se ao cadastramento pela operadora de um beneficiário que não fazia parte do cadastro da operadora na ANS.
Retificação
Envolve a correção, atualização ou complementação de dados dos beneficiários já estão cadastrados no sistema. Nessa operação, o número do plano/produto não é alterado, já que isso caracterizaria uma mudança contratual.
Mudança contratual
Refere-se à solicitação de alteração de plano por parte do beneficiário.
Existem duas situações em que ocorre a mudança contratual, observe a seguir.
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Quando o beneficiário solicita a troca de um plano regulamentado (plano novo) por outro.
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Quando o beneficiário decide mudar um plano antigo (não regulamentado) para um plano regulamentado (adaptado às regras da Lei nº 9.656/1998).
Cancelamento – Envolve informar a mudança de status do beneficiário de ativo para inativo, bem como a data e o motivo da inativação.
Reativação – Refere-se à mudança do status de inativo para ativo, possibilitando o retorno do beneficiário ao plano/produto. A reativação deve ser realizada no período exato do retorno, ainda que seja informada retroativamente.
Agora, observe as movimentações cadastrais pelo SIB, elas trazem diversas vantagens, acompanhe!
Fortalecimento da imagem no mercado
As informações geradas são disponibilizadas para consulta pela sociedade. Isso inclui dados como as notas de atuação das operadoras de acordo com o Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS), demonstrando o cumprimento das obrigações técnicas e cadastrais da empresa junto à ANS.
Prevenção de infrações
O fornecimento inadequado, incompleto ou falso de informações de beneficiários, a omissão de informações, a não atualização dos dados cadastrais e o descumprimento dos prazos estabelecidos configuram infrações previstas nas normas da ANS.
Melhoria na produtividade
Quanto melhor a qualidade de dados dos beneficiários, maior é o retorno positivo para as OPS no cumprimento das obrigações referentes ao SIB. Isso resulta em menos críticas e erros nos envios mensais à ANS, reduzindo a necessidade de intervenções nas bases de dados, otimizando os recursos e diminuindo o retrabalho.
Fidedignidade em portabilidade de carências e transferências de carteiras
O acesso a dados mais fidedignos sobre o movimento de beneficiários pelas OPS permite que as empresas conheçam e gerenciem melhor sua carteira. Isso diminui o retrabalho das operadoras envolvidas, pois o cadastro de beneficiários torna-se mais preciso e completo, o que agiliza o procedimento de transferência.
Facilitação da consulta de dados pelo beneficiário
A ANS disponibiliza serviços aos beneficiários que consultam a base de dados informada pelas operadoras, como a Guia de Planos e Comprova.
Além disso, a ANS visa controlar de maneira mais efetiva o recebimento da taxa de saúde, que é paga trimestralmente e calculada com base no número de beneficiários ativos no plano naquele período, e lidar com as impugnações.
A impugnação é uma solicitação de ressarcimento feita pelo Ministério da Saúde, na qual a operadora devolve ao governo o valor relacionado aos custos de procedimentos realizados pela rede pública de saúde em beneficiários dos planos. A operadora pode recorrer da impugnação, mas, caso o Ministério da Saúde não aceite a justificativa apresentada, a operadora é obrigada a ressarcir o governo.
Você sabia que fora do âmbito da ANS, o uso do SIB também traz vantagens significativas para a gestão? Vamos imaginar que você é o gestor de um hospital de médio porte que quer expandir seu mercado e melhorar a satisfação dos clientes atendidos. Nesse caso, você pode utilizar o SIB para ter acesso a informações mais específicas sobre os beneficiários atendidos pelo seu hospital, como faixa etária, sexo, região geográfica e tipo de contratação do plano. Essas informações permitem uma melhor compreensão do perfil do público que está sendo assistido pelo hospital.
Suponha que, durante essa análise, você perceba que a maior parte do seu público é composta por idosos. Com base nessa informação, você poderia direcionar seus esforços para adaptar a hotelaria e a arquitetura do hospital, de modo a melhor atender às necessidades desses pacientes. Além disso, você poderia investir em especialidades médicas que atendam às demandas específicas desse grupo de usuários.
Sistema de Informação de Produtos (SIP)
Assista ao vídeo e entenda o que é o SIP, suas características e sua importância.
O Sistema de Informação de Produtos (SIP) foi instituído pela Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 85, de 21 de setembro de 2001. O principal objetivo do SIP é receber e processar as informações que possibilitem o acompanhamento da assistência prestada aos beneficiários de planos privados de assistência à saúde.
O envio de dados pelo SIP é obrigatório para todas as OPS que possuam registro ativo na ANS e produto registrado, de acordo com a normas descritas na Resolução Normativa nº 551, de 11 de novembro de 2022.
Desde a implementação do SIP, as operadoras podem enviar informações referentes a um mesmo “trimestre de reconhecimento” uma ou mais vezes; nesse caso, o último envio será considerado como substituto de seu anterior.
Os dados obtidos por meio desse sistema permitem a elaboração de várias ações por parte da ANS, como a elaboração do Mapa Assistencial da Saúde Suplementar e o Mapeamento do Risco Assistencial. Acompanhe!
Mapa Assistencial da Saúde Suplementar
É um painel da dados que fornece informações sobre a produção dos serviços de saúde que foram prestados pelas OPS em um determinado ano. Esse painel é particularmente importante pois, segundo a própria ANS, “Para que ações reestruturantes sejam implementadas, é imprescindível o conhecimento epidemiológico e demográfico da população assistida” (ANS, 2021, p. 2).
Mapeamento do Risco Assistencial
É o acompanhamento de indicadores calculados a partir dos dados obtidos pelos diversos sistemas da ANS para detectar indícios de anormalidades que possam comprometer o atendimento a continuidade ou a qualidade do tratamento dos serviços de saúde prestados aos beneficiários de uma OPS.
Os dados que devem ser fornecidos a esse sistema se referem ao número de eventos (consultas médicas, exames etc.), ao número de beneficiários fora do período de carência e à despesa líquida do evento. Além disso, os dados enviados devem ser classificados de acordo com o tipo de contratação do plano (individual, coletiva etc.). Vamos conferi-los!
Item assistencialEventos ocorridos (por UF)Beneficiários da operadora fora do período de carência (Informação agregada-Nacional)Total de despesas líquida (por UF)
Consultas médicas
Consultas médicas ambulatoriais
1.1 Alergia e imunologia
1.2 Angiologia
1.3 Cardiologia
1.4 Cirurgia geral
1.5 Clínica médica
1.6 Dermatologia
1.7 Endocrinologia
1.8 Gastroenterologia
1.9 Geriatria
Tabela: Estrutura para envio do SIP.
ANS, 2023, p. 7.
De acordo com o Manual SIP, as OPS devem registrar no SIP as informações referentes aos atendimentos de beneficiários que possuem contratos diretamente com a própria operadora. Isso é válido independentemente do risco ou do repasse continuado da assistência para outras operadoras.
Reflexão
Suponha que você é o gestor hospitalar de uma renomada rede de hospitais e está considerando ampliar sua base de clientes a partir da expansão da rede credenciada pelo hospital. Para tal, é preciso fazer uma escolha estratégica, levando em consideração a reputação de mercado da operadora e sua viabilidade financeira.
Ao analisar o relatório do SIP, observou-se que uma operadora de planos de saúde se destaca pela ampla cobertura assistencial, boa reputação e presença em regiões estratégicas para o hospital.
Com base nas informações obtidas do SIP, iniciaram-se as negociações com a operadora selecionada. Desse modo foram apresentados dados concretos sobre o perfil de dos pacientes, as áreas de especialização do hospital e as expectativas de crescimento. As argumentações foram embasadas nos dados fornecidos pelo SIP, destacando as vantagens mútuas e a complementaridade entre os serviços oferecidos pelo hospital e pela operadora de planos de saúde.
Troca de Informações em Saúde Suplementar (TISS)
Assista ao vídeo e entenda o que é a TISS, suas características e importância.
A TISS surgiu como uma ferramenta para padronizar a troca de dados entre os agentes envolvidos na saúde suplementar, como operadoras de planos de saúde, prestadores de serviços de saúde, beneficiários e órgãos reguladores.
O objetivo da padronização é facilitar:
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A comunicação entre os diferentes atores.
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A gestão dos planos de saúde.
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O monitoramento da qualidade dos serviços.
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O processo de autorização de procedimentos.
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A transparência na relação entre OPS e prestador de serviço.
A TISS possui cinco componentes importantes, veja!
Organizacional
Estabelece as regras operacionais como a definição dos prazos e fluxo de informações, por exemplo.
Conteúdo e estrutura
Estabelece quais as informações devem ser trocadas entre os agentes envolvidos na saúde suplementar como os dados do beneficiário e do plano de saúde, por exemplo.
Representação de conceitos em saúde
Estabelece terminologias e códigos para identificar os eventos e itens assistenciais na saúde suplementar, como terminologias clínicas, medicamentos, procedimentos e outros elementos relacionados ao atendimento e à saúde. Esses itens e códigos estão consolidados na Terminologia Unificada da Saúde Suplementar (TUSS).
Segurança e privacidade
Estabelece os cuidados que devem ser tomados quanto à privacidade e à segurança da informação dos beneficiários, como o controle de acesso aos dados e a criptografia.
Comunicação
Estabelece os meios e os métodos de comunicação das informações que serão trocadas entre os diferentes agentes, como o formato do arquivo.
Dentre as muitas vantagens oferecidas pela TISS, destaca-se a facilidade de troca entre os agentes da saúde suplementar, evitando redundâncias, erros e retrabalhos. A TISS garante ainda dados mais fidedignos e agiliza processos de autorização de procedimentos, pagamentos, entre outros.
Para o adequado preenchimento da TISS, é necessário conhecer a Terminologia Unificada em Saúde Suplementar (TUSS).
Terminologia Unificada em Saúde Suplementar (TUSS)
É uma lista de procedimentos de autoria e responsabilidade da Associação Médica Brasileira (AMB) que relaciona os procedimentos médicos disponíveis pela operadora de saúde, bem como a inclusão dos códigos e das descrições de modelos estabelecidos.
Essa tabela é obrigatória desde o ano de 2013, sendo responsável por padronizar a linguagem entre as OPS, os prestadores de serviços e a ANS. Para isso, a ANS acompanha todos os processos e esclarece, quando necessário, sobre o preenchimento das guias da TISS (ANS, 2021).
Ao lidar com a inclusão de novos procedimentos, é fundamental que as entidades responsáveis realizem o encaminhamento de formulário específico e padronizado à Associação Médica Brasileira (AMB). Além disso, deve-se seguir as orientações descritas no fluxo de inclusão de novos procedimentos na TUSS.
O fluxo de inclusão de novos procedimentos e o formulário padronizado estão disponíveis no site da ANS.
Conheça os quatro tipos que compõem as tabelas da TUSS!
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TUSS 18 – 4.000 códigos de terminologias de diárias e taxas.
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TUSS 19 – 20.700.000 códigos de terminologias de matérias e Órteses e próteses de materiais especiais (OPME).
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TUSS 20 – 30.000 códigos de terminologias de medicamentos.
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TUSS 22 – Aproximadamente 5.000 códigos de terminologias de procedimentos e eventos em saúde (médicos, fisioterapeutas, psicólogos, enfermeiros, terapeutas, odontólogos dentre outros).
Os códigos da TUSS são utilizados pelas OPS em âmbito nacional, assim como pelos prestadores de serviços de saúde (hospitais, clínicas, laboratórios e consultórios de profissionais de saúde). É importante ressaltar que o uso desses códigos depende do acordo negociado entre as OPS e os prestadores de serviços.
Atenção
A TUSS não é responsável pela precificação dos serviços prestados pelas operadoras. Portanto, o gestor deve familiarizar-se com a tabela da TUSS, compreender seu funcionamento e objetivo, a fim de identificar os lançamentos e as cobranças, bem como verificar se os procedimentos aos quais os clientes/beneficiários foram submetidos foram devidamente registrados.
A seguir, exploraremos tecnologias mais emergentes e atuais que destacam os avanços das principais ferramentas voltadas para a universalização da saúde e acessibilidade dos serviços de saúde. Uma dessas tecnologias é o acesso remoto, que tem o potencial de reduzir a distância entre os serviços de saúde e os clientes/beneficiários.
Verificando o aprendizado
Questão 1
O uso do Sistema de Informação de Beneficiários (SIB) traz diversas vantagens tanto no âmbito da ANS quanto na gestão hospitalar. Assinale a alternativa que apresenta uma das vantagens do uso do SIB para gestores hospitalares.
A
Aumento do tempo de espera dos pacientes no atendimento hospitalar.
B
Redução da qualidade de dados dos beneficiários.
C
Melhor compreensão do perfil dos pacientes atendidos pelo hospital.
D
Aumento dos custos operacionais do hospital.
E
Diminuição da satisfação dos clientes atendidos pelo hospital.
Responder
Parabéns! A alternativa C está correta.
O uso do SIB possibilita ao gestor do hospital acessar informações mais específicas sobre os beneficiários atendidos, como faixa etária, sexo, região geográfica e tipo de contratação do plano. Essas informações são essenciais para compreender o perfil do público assistido pelo hospital, possibilitando direcionar os recursos e os serviços de forma mais adequada.
Questão 2
O envio de informações à ANS por meio do SIP é obrigatório para todas as OPS que possuam registro ativo na ANS e produto registrado. Qual é a frequência de envio desses dados pelas OPS?
A
Semanalmente
B
Mensalmente
C
Trimestralmente
D
Semestral
E
Anualmente
Responder
Parabéns! A alternativa C está correta.
O envio de dados à ANS é relativo ao trimestre de reconhecimento, logo esse envio deve ser feito trimestralmente.
Processo de melhoria nas OPS
Para entender todo processo até os dias atuais, é preciso considerar que desde o final da década de 1980, o brasileiro tem direito universal, igualitário e com equidade aos serviços de saúde, de acordo com os princípios doutrinários do SUS. A cobertura é garantida por lei a todo cidadão pelo sistema público e livre de atuação das empresas da iniciativa privada.
Qualquer indivíduo pode suplementar e contratar uma assistência à saúde de uma das empresas registradas e regulamentadas pela ANS.
Essas empresas pagam um percentual de seus faturamentos e lucros como contribuição social para o financiamento dos sistemas de saúde. O objetivo da contribuição é garantir a integração dos serviços privados ao SUS e assegurar um número específico de leitos para atendimento público.
Atualmente as OPS têm implementado mudanças e aprimorado seus processos visando oferecer melhores serviços aos clientes que têm acesso aos planos de saúde.
É possível afirmar que, historicamente, a população menos favorecida economicamente foi a primeira a ter acesso a planos de saúde. Esse fato ocorreu, no início do século XX, mais precisamente quando as indústrias automobilísticas implantaram suas montadoras no território brasileiro. Com isso, a classe trabalhadora foi beneficiada com os planos de saúde oferecidos pelas empresas.
Desde o ano de 1998, a partir da criação da Lei nº 9.656, de 3 de junho de 1998, as OPS são reguladas pela Agência Nacional de Saúde (ANS), que tem como objetivo receber a declaração mensal de todas as operadoras, os valores repassados pelos clientes de acordo com a sua faixa etária, bem como acompanhar quaisquer reajustes realizados pelas OPS.
Aspectos atuais da melhoria dos serviços prestados pelas OPS
Apesar do déficit de adesão a novos contratos de pessoas físicas ou jurídicas relacionadas a mortes ocasionadas pela covid-19 em 2019 e 2020, podemos afirmar que cerca de 25% da população brasileira possui algum tipo de plano de saúde. Desses, 81% possuem plano coletivo, relacionado ao plano ofertado por grandes empresas (pessoas jurídicas) a um determinado grupo de pessoas com as quais possuem vínculo empregatício, associativo e contratante.
Segundo dados da ANS, no primeiro trimestre de 2019 foram fechados mais de 47 milhões de novos beneficiários de planos de saúde suplementar, quais sejam de assistência médico hospitalar, com ou sem serviços odontológicos.
De acordo com a prévia dos dados relativos a abril de 2021, a evolução mensal de vínculos de beneficiários a planos médico-hospitalares apresentou um aumento de 0,26% em relação a março. Considerando o tipo de contratação e a faixa etária do beneficiário, observa-se que a variação foi positiva para os beneficiários acima de 59 anos em todos os tipos de contratação. Veja mais detalhes a seguir.
48,1 milhões* de beneficiários em planos de assistência médica
*Prévia do número de beneficiários na competência de abril/2021.
697* operadoras de assistência médico-hospitalar ativas e com beneficiários
*Prévia do número de operadoras na competência de abril/2021.
1,6 bilhão de consultas, exames, terapias, cirurgias e internações por ano
Dados de 2019 (procedimentos médico-hospitalares).
Observe no gráfico a quantidade de beneficiários entre os meses de janeiro de 2019 e abril de 2021.
Dados da saúde suplementar no Brasil.
Entre as regiões brasileiras, o Sudeste, o Sul, o Centro-Oeste e Nordeste são os que mais possuem cobertura das OPS, atingindo no mês de abril de 2023, 50.573.160 usuários (ANS, 2023).
Desafios e conquistas dos beneficiários de OPS
Agora, assista ao vídeo e entenda o processo de melhoria dos processos e do atendimento das OPS ao longo do tempo, bem como, os desafios enfrentados por elas e as estratégias adotadas para conquistar os beneficiários.
Limitações da OPS
Durante a pandemia e a crise econômica subsequente, as OPS enfrentaram desafios significativos. Esses eventos impactaram a obtenção de novos usuários e geraram demandas adicionais de clientes, que passaram a apresentar novas necessidades relacionadas aos serviços de saúde.
De uma forma geral, alguns fatores têm modificado o perfil dos beneficiários, e consequentemente, exigido novas condutas. Vamos conhecê-los!
Envelhecimento populacional
A mudança da estrutura etária da população brasileira é inevitável, de modo que a população de idosos deve aumentar expressivamente nos próximos anos. Assim, ocorre aumento das demandas aos cuidados com idosos e suas debilidades como doenças crônicas-degenerativas e de cuidados especializados/continuados.
Custos com novas tecnologias
O aumento de beneficiários fez surgir a necessidade de recursos tecnológicos para atender às demandas exigidas. Dessa forma, aumentam consequentemente os gastos com as tecnologias como exames específicos/modernos e tratamentos com medicamentos importados.
Uso de dados/criação de ecossistemas
A quantidade de dados é crescente, e para lidar com isso as OPS oferecem suporte às demandas dos usuários, elas precisam implementar estratégias eficientes de organização e análise, sendo capaz de fazer correlações entre setores de saúde (ex.: medicina preventiva e diagnóstica).
Essas estratégias incluem a interoperabilidade e o compartilhamento de informações entre as unidades de saúde, eliminando a necessidade de o beneficiário repetir suas informações pessoais a cada atendimento e facilitando diagnósticos.
Uma solução para atender a essa demanda é a criação de ecossistemas, nos quais os resultados de exames e diagnósticos dos clientes são centralizados e disponibilizados por um período para acesso tanto dos beneficiários quanto dos profissionais de saúde, em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD)
Investimentos na atenção primária à saúde (APS)
Os benefícios do aumento da APS nos planos de saúde são incontáveis. Entre eles está o foco nas necessidades dos beneficiários, e não na doença (promoção e prevenção à saúde), o que promove maior controle dos custos assistenciais e redução de desperdícios relativos a tratamentos, exames e procedimentos não indicados. Da mesma forma, a medicina preventiva visa promover a saúde e o bem-estar dos beneficiários de forma integral.
Essas situações podem estar atreladas ao crescimento demográfico e ao aumento do acesso aos planos de saúde. Diante desse aumento, os planos têm encontrado dificuldades em atender às demandas, o que gera filas de espera mais longas e reclamações devido à demora na resolução dos problemas enfrentados pelos beneficiários.
A conquista dos beneficiários de OPS
Nas últimas décadas, o acesso a consultas e solicitações de exames mais complexos, como tomografia computadorizada, ressonância magnética e exames laboratoriais específicos, tem sido um ponto positivo para os usuários de planos de saúde.
Apesar dos problemas enfrentados e das intervenções da ANS e do sistema judiciário na resolução das questões, em geral, os planos de saúde costumam atender às demandas dos usuários, conforme podemos observar no painel de taxa de resolutividade da ANS.
Taxa de resolutividade de demandas por beneficiários no Brasil.
A cobertura dos planos de saúde é uma das principais causas de reclamações por parte dos beneficiários e, portanto, deve ser um ponto de atenção para qualquer gestor que queira aumentar o número de beneficiários de sua operadora.
Nesse contexto, destaca-se o setor da Ouvidoria da ANS, que disponibiliza um espaço para que os beneficiários registrem sugestões, consultas, elogios, reclamações e denúncias sobre a atuação e os serviços prestados pela agência reguladora de planos de saúde no Brasil. A ouvidoria foi criada como forma de representação popular dentro da ANS, garantindo que as manifestações sobre os serviços prestados pela instituição sejam apreciados de forma independente e imparcial.
Resumindo
A ANS tem monitorado o atendimento ao cliente para garantir que os requisitos sejam atendidos, promovendo a saúde e a prevenção de doenças no setor de saúde suplementar. Essa abordagem tem incentivado as operadoras a adotarem uma nova forma de gestão preventiva, com o foco na saúde do consumidor (ANS, 2021).
A seguir, confira alguns direitos do beneficiário em relação ao plano de saúde:
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O beneficiário pode mudar de plano de saúde sem precisar cumprir novos períodos de carência.
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É possível manter o plano de saúde mesmo após demissão ou aposentaria.
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Caso o beneficiário esteja insatisfeito com alguma situação/serviço, a ANS possui canal da ouvidora para intermediar diversas situações.
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O beneficiário pode cancelar o contrato com a operadora dos planos de saúde com efeito imediato.
Tecnologias emergentes no SISS
Assista ao vídeo e confira quais são as tecnologias que vêm crescendo na rede suplementar e conheça a sua importância.
Uma estratégia interessante na melhoria de processos das operadoras de saúde é o uso de tecnologias inovadoras que permitam melhorar o atendimento ao beneficiário.
Cartão Nacional de Saúde (CNS)
O CNS é um documento numerado que serve para identificar o usuário do SUS. Esse registro possibilita que qualquer pessoa no território brasileiro utilize os serviços de saúde, ainda que tenha um plano de saúde (CAPELARIO et al., 2022).
Desde o ano de 2013, todas as empresas de OPS com registro na ANS devem utilizar o CNS para obter os números de cartão nacional de saúde de beneficiários novos ou daqueles que não possuem um número associado à ANS.
Apesar da importância do CNS, ressalta-se que o atendimento não pode ser negado caso o indivíduo não tenha o cadastro ou não esteja portando seu CNS. Do mesmo modo, nenhum beneficiário pode ser impedido de receber atendimento caso não esteja com o cartão ou número da operadora de saúde em mãos.
De acordo com a ANS (2022), todas as pessoas têm direito ao uso dos serviços do SUS, independentemente de vínculo a plano privado de saúde, ou de possuírem o cartão.
O cadastro dos usuários é realizado no primeiro atendimento em unidades de saúde ou hospitais, conforme planejamento do secretário de saúde da região. A partir desse momento, o número do CNS passa a ser amplamente utilizado durante o atendimento.
As informações registradas no cadastro local do CNS são automaticamente incorporadas à rede federal, bem como compartilhadas com as OPS e a ANS, em colaboração com o Ministério da Saúde (MS).
A dinâmica de cadastramento de qualquer pessoa no CNS é relevante pois auxilia os gestores nos planejamentos em saúde. Acredita-se que no futuro próximo, os dados de todos os indivíduos em território nacional sejam cadastrados em uma base nacional de informações em saúde, cooperando para a eficácia do atendimento.
Telemedicina e telessaúde
Embora a os conceitos de telemedicina e telessaúde estejam relacionados, esses termos não significam a mesma coisa, confira a diferença.
A telemedicina está especificamente relacionada ao uso de tecnologias de comunicação e informação no fornecimento de serviços médicos a distância.
A telessaúde, por outro lado, refere-se à utilização de tecnologias não só para facilitar a troca de informações entre profissionais de saúde, mas também para fornecer educação em saúde a distância, oferecer suporte a pacientes e cuidadores, além de promover a gestão e a organização dos serviços de saúde. Por seu caráter mais amplo, podemos dizer que a telemedicina é um ramo da telessaúde.
A telessaúde caracteriza-se pela expansão e melhoria dos serviços médicos a partir do uso de Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), sendo uma modalidade de atendimento recente e bem aceita pelos beneficiários das OPS. É importante lembrar que, os primeiros passos da telemedicina foram dados em 2018, a partir de uma portaria do Conselho Federal de Medicina (CFM) que regulamentou a prática da telemedicina e a realização de teleconsultas.
No entanto, foi somente com a publicação da Norma Técnica nº 6/2020 pelo Ministério da Saúde que as teleconsultas se tornaram de cobertura obrigatória pelas OPS. Além disso, a norma estabeleceu que o atendimento realizado por meio da telemedicina deve ser reembolsado aos beneficiários quando não for oferecido pela operadora de saúde.
Essa mudança teve impacto nas guias padronizadas TISS, que precisaram passar por ajustes a fim de acomodar os novos procedimentos e regras relacionados à telemedicina. Nesse sentido, a Norma Técnica nº 3/2020 definiu uma lista de procedimentos que podem ser realizados por meio da telemedicina. Agora, acompanhe as mudanças que ocorreram nas guias TISS:
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Não é necessário incluir uma codificação específica de procedimento na Tabela 22 (Terminologia de Procedimentos e Eventos em Saúde) da TUSS.
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O código referente ao termo "TELESSAÚDE" deve ser incluído na Tabela 50 - Terminologia de Tipo de Atendimento da TUSS. Essa inclusão terá vigência imediata a partir de abril de 2020, sem a necessidade de cumprir o prazo de 3 meses estabelecido no parágrafo único do art. 27 da Resolução Normativa nº 305, de 9 de outubro de 2012.
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As mensagens do padrão TISS não precisam ser alteradas para viabilizar a comprovação dos atendimentos realizados a distância.
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A prática da telessaúde não é proibida, desde que sejam observados os limites estabelecidos na regulamentação específica dos conselhos pertinentes, bem como nas regras atualmente em vigor sobre os contratos entre operadoras e prestadores de serviço à saúde, em especial a Resolução Normativa nº 363/2014.
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Não é necessário modificar ou adaptar contratos para a realização de telemedicina, desde que exista outro instrumento que comprove o acordo entre as partes para a prestação de serviços de saúde por meio da telessaúde, conforme estabelecido na disciplina atualmente vigente sobre os contratos entre operadoras e prestadores de serviço à saúde, em especial a Resolução Normativa nº 363/2014.
Nem todas as OPS possuem estrutura preparada para a telessaúde, nesse caso, é necessário encaminhar o beneficiário para outras instituições ou rede parceira habilitada a realizar o atendimento.
Verificando o aprendizado
Questão 1
A ouvidoria da ANS foi criada como uma forma de representação popular em relação aos serviços de saúde prestados pela instituição. Qual das alternativas a seguir apresenta uma função da Ouvidoria da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)?
A
Gerenciar a taxa de resolutividade das demandas dos beneficiários.
B
Realizar consultas médicas e exames de maior complexidade.
C
Mediar diversas situações entre beneficiários e operadoras de planos de saúde.
D
Promover a saúde e a prevenção de doenças na saúde suplementar.
E
Oferecer canais de atendimento ao cliente para reclamações e denúncias.
Responder
Parabéns! A alternativa C está correta.
A Ouvidoria da ANS é responsável por receber sugestões, consultas, elogios, reclamações e denúncias dos beneficiários sobre os serviços prestados pela agência reguladora de planos de saúde no Brasil. Sua função principal é intermediar e resolver questões entre os beneficiários e as operadoras, garantindo uma atuação independente e imparcial. As demais opções não representam as funções específicas da Ouvidoria da ANS.
Questão 2
Nos últimos anos, diante das mudanças comportamentais, socioeconômicas e demográficas, as OPS têm buscado atender aos beneficiários da melhor forma possível. No entanto, ainda enfrentam muitos desafios. Sobre esses desafios, assinale a alternativa correta:
A
O envelhecimento da população brasileira é um grande desafio, tendo em vista a saúde da população idosa que requer cuidados específicos.
B
A criação de ecossistemas ainda é algo inadequado no suporte das demandas dos usuários.
C
A medicina preventiva visa promover exames secundários nos hospitais dos beneficiários.
D
Apesar do aumento de beneficiários, não há necessidade de recursos tecnológicos para atender às demandas exigidas nos dias atuais.
E
Apesar de ter afetados todos os sistemas de saúde, a pandemia não trouxe prejuízos nem desafios para as OPS.
Responder
Parabéns! A alternativa A está correta.
O envelhecimento populacional é uma realidade inegável e inevitável, o que resultará em um expressivo aumento da população idosa nos próximos anos. Essa mudança na estrutura etária trará consigo uma crescente demanda por cuidados voltados aos idosos, incluindo o tratamento de doenças crônicas degenerativas e a necessidade de cuidados especializados e contínuos.
Conceitos sobre os sistemas de informação em saúde
Assista ao vídeo e entenda a importância dos sistemas de informação para a saúde suplementar para gestores e para o SUS.
Vimos que os sistemas de informação desempenham um papel crucial na SISS, sendo amplamente utilizados pelas OPS, monitorados pela ANS. Todo esse contexto acontece nas particularidades do Sistema Suplementar, que oferece aos beneficiários atendimentos em diversos níveis de assistência à saúde, com o objetivo de promover ações de saúde na promoção e prevenção de agravos.
Agora, abordaremos os sistemas de informação que são utilizados por outros setores da saúde, em especial, os que são oferecidos à população brasileira de forma geral, igualitária e com equidade. Assim como a saúde suplementar utiliza os sistemas tecnológicos para coletar, analisar e monitorar o banco de dados informatizados dos beneficiários, o SUS utiliza sistemas de informação para:
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Planejar e aperfeiçoar a tomada de decisões nas diversas instâncias em saúde.
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Auxiliar na melhoria da qualidade do atendimento aos pacientes e profissionais de saúde.
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Garantir informação com qualidade, efetividade, efeitos e impactos da sua aplicação.
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Tomar decisões clínicas, políticas de saúde ou reembolsar a utilização de tecnologias.
Para viabilizar a utilização dos sistemas de informação, é necessário coletar e integrar uma variedade de dados do paciente. Essas informações, associadas aos procedimentos realizados pelos profissionais de saúde, visam possibilitar a continuidade da assistência prestada.
É fundamental que os dados coletados sejam agregados e organizados de modo a produzir um contexto que auxilie na tomada de decisão sobre os tratamentos necessários para cada paciente, orientando todo o processo de atendimento à saúde individual e da população em geral.
Nesse sentido, destaca-se a importância da integração dos dados por meio de uma solução informatizada, abrangendo desde atendimento primário e ambulatorial até o atendimento hospitalar. O Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) surge como um recurso para atender às atuais demandas dos serviços de saúde.
Os desafios relacionados à adoção do PEP pelos sistemas de informação a saúde em todas as unidades federativas brasileira consistem na pouca disponibilidade de recursos financeiros. São necessários investimentos a fim de garantir uma infraestrutura adequada, como:
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Disponibilidade de computadores.
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Internet de alta velocidade.
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Softwares de navegação padronizados.
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Intranet.
A intranet deve oferecer o mesmo nível de segurança e proteção dos dados que a internet, conforme estabelecido pela Lei nº 13.709/2018 (Lei de Proteção de Dados – LGPD).
Atualmente, o Brasil possui o terceiro maior sistema de saúde do mundo, compreendendo 7 mil hospitais, 25 mil laboratórios, cerca de 17 mil clínicas e 125 mil consultórios médicos. Nesse cenário, o uso de tecnologia da informação é mais evidente em tarefas de rotina, como agendamento e registros gerais, com cerca de 8% dos hospitais usando sistemas computadorizados para apoio nas atividades clínicas.
SIS utilizados pela ANS e pelo SUS e suas diferenças
Assista ao vídeo e entenda a diferença entre os objetivos dos SIS utilizados pela ANS e pelo SUS do ponto de vista de gestão.
Ao avaliarmos e compararmos os sistemas de informação utilizados pelo SUS e pela ANS, podemos destacar que o gestor deve sobretudo conhecer as particularidades de cada sistema, e suas respectivas operacionalidades de forma a otimizar as ações gerenciais.
No SUS, os sistemas de informação têm possibilitado paulatinamente o levantamento de dados indispensáveis da saúde da população brasileira desde a década de 1990, com a incorporação das tecnologias de informação e comunicação. O objetivo desses sistemas é padronizar os dados de saúde, permitindo a coleta, o registro, o processamento, a guarda e a recuperação nos serviços de saúde, objetivando a produção de determinada informação.
O departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus) é responsável pelo gerenciamento e pela preservação dos dados do SUS. Criado em 1991, o Datasus tem como objetivo coordenar o desenvolvimento dos sistemas de informação, oferecendo suporte aos SIS e mantendo os servidores e as bases de dados nacionais.
Em sua estrutura, o Datasus incorporou equipamentos, softwares e pessoal:
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Da Fundação Nacional de Saúde (Funasa).
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Da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev).
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Da Superintendência de Campanhas em Saúde Pública (Sucam).
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Da Fundação Serviços de Saúde Pública (FSESP).
Nesse contexto, cabe ao Ministério da Saúde (MS) a guarda, a preservação e o acesso seguros das bases de dados dos SIS, que são fontes para a elaboração de relatórios estatísticos que auxiliam a indicação do perfil de situação de saúde de estados, de municípios e do país.
Os profissionais de saúde são os principais responsáveis pelas informações destinadas aos SIS, em todos os níveis de atenção à saúde das unidades federativas e dos municípios, por meio do suporte do Datasus.
Com a criação do SUS em 1991, o Sistema de Informação tem colaborado para as tomadas de decisões visando à integralidade, à equidade e à universalidade dos serviços de saúde. A partir desse sistema, são realizadas ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde.
Em 2016, diante da necessidade do governo brasileiro em nortear ações de tecnologia da informação e comunicação no SUS, o governo instituiu por meio da Portaria nº 589/2015 a Política Nacional de Informação e Informática em Saúde (PNIIS), visando à interoperacionalidade entre os vários sistemas de informação — municipais, estaduais e nacionais — de forma a promover o diálogo único sobre dados informatizados da população brasileira que é atendida pelo SUS.
Já as OPS possuem seus sistemas ligados diretamente à ANS desde 1998. A ANS também é vinculada ao Ministério da Saúde, no entanto, responsabiliza-se pela regulamentação, pelo controle e pela fiscalização das atividades relativas à saúde privada no Brasil. Sendo assim, a ANS regulamenta e fiscaliza as OPS para garantir o cumprimento das leis do setor, e seus sistemas de informação desempenham um papel fundamental ao prover dados e informações necessárias para o exercício dessa responsabilidade.
Na saúde suplementar, o SIB, considerado um dos pilares da informação da ANS, é responsável por realizar o ciclo de atualização e armazenamento dos dados de beneficiários vinculados a um plano privado de assistência à saúde. A alimentação dos dados no SIB é de responsabilidade das OPS, que fornecem todos os dados a partir da vinculação ao plano de saúde solicitado pela empresa.
Sistemas de Informação em Saúde (ANS e SUS) para gestores
Os sistemas de informação em saúde desempenham um papel fundamental nas práticas gerenciais do gestor em saúde, possibilitando a tomada de decisões e auxiliando na elaboração de projetos para a melhoria na qualidade de serviços/produtos de saúde, tanto na OPS (ANS) quanto na rede pública de saúde (SUS).
Nesse ponto, é importante distinguir informação para a gestão do negócio e tecnologias de informação e comunicação, pois pode existir um sistema de informação sem a utilização da tecnologia de informação e comunicação. Nesses casos, os gestores ainda podem tomar decisões de forma eficiente.
De uma forma geral, o gestor deve ter uma visão global do Sistema de Informação e assegurar que os sistemas implementados estejam sempre alinhados aos objetivos da empresa. Assim, a gestão dos Sistemas de Informações possibilita a conexão entre a administração da empresa e a equipe de suporte e desenvolvimento de sistemas.
Quais são as habilidades necessárias ao gestor de saúde nesse caso?
Veja algumas habilidades importantes da gestão na tomada de decisões e no planejamento estratégico a partir dos sistemas de informação:
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Realizar o apoio a qualquer estrutura organizacional e descentralizar as atividades, mantendo a capacidade de coordenar e controlar.
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Estar disponível para a construção de novas operações a partir de procedimentos padrão.
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Os sistemas de informação permitem uma rápida utilização dos recursos na identificação e satisfação das necessidades de novos mercados.
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Ser capaz de otimizar o conjunto de recursos necessários às mudanças da procura no mercado (OPS).
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Analisar situações de saúde relacionadas às dimensões da estrutura do sistema de serviços de saúde e dos determinantes e condicionantes de uma determinada região de saúde (SUS).
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Avaliar a política de saúde e o desempenho do sistema de saúde brasileiro no cumprimento de seus princípios e diretrizes nas diversas regiões de saúde do país.
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Avaliar a qualidade das ações e os serviços produzidos pelos estabelecimentos e pelas equipes de saúde.
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Contribuir para as ações de monitoramento, avaliação, regulação, controle interno e externo e auditoria no campo da saúde.
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Obter informações estratégicas para tomar decisões estruturantes e emergenciais relacionadas à política de saúde, como participação, controle social e ouvidoria do sistema de saúde brasileiro.
A maior parte desses itens envolve habilidades de administração, comunicação e relações humanas, para mencionar apenas as essenciais. Contudo, são tarefas que, para serem exercidas com competência, requerem um conhecimento aprofundado da área de informática.
Principais sistemas de informação do SUS
Assista ao vídeo e conheça tudo sobre dados e informações que podem ser obtidos a partir dos principais sistemas de informação do SUS.
Sistema de Nascidos Vivos (Sinasc)
Assim como a maioria dos sistemas, o Sinasc foi implantando oficialmente a partir de 1990, com objetivo de coletar dados sobre os nascimentos ocorridos e fornecer informações relacionadas à natalidade. A Declaração dos Nascidos Vivos (DN) é um documento padrão de uso obrigatório em todo o território nacional. O preenchimento adequado do DN tem os seguintes objetivos:
Objetivo 1
Elaborar indicadores epidemiológicos como ferramentas estratégicas para auxiliar o planejamento de ações, atividades e programas relacionados à gestão em saúde.
Objetivo 2
Fornecer insights sobre a situação de saúde de uma população, bem como possibilitar a avaliação de políticas e ações de vigilância e atenção à saúde, especialmente no contexto da saúde materno-infantil.
Sistema de Informações de Agravos e Notificação (Sinan)
O Sinan foi desenvolvido entre os anos de 1990 e 1993, mas só foi oficialmente regulamentado em 1998 pela Portaria nº 1882/1997. É obrigatório que os municípios, estados e Distrito Federal realizem o registro na base de dados nacional. O sistema é alimentado por uma lista de doenças de notificação compulsória, no entanto, devido à dimensão geográfica e às situações específicas envolvidas, os estados e municípios devem incluir outros problemas de saúde da sua região.
O registro das notificações no Sinan é realizado por meio de dois módulos distintos:
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Individual/Investigação - Esse módulo é utilizado para agravos compulsórios e agravos de interesse nacional. Nele, é preenchida a Ficha de Notificação e de Investigação padronizada pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS).
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Individual/Conclusão - Esse módulo é utilizado para agravos de interesse estadual e municipal. Neles, são preenchidos a Ficha de Notificação e o módulo de conclusão. As notificações e investigações de casos de doenças e agravos de notificação compulsória registrados no Sinan NET geram uma tabela única que armazena as notificações de todos os agravos, além de uma tabela específica para cada agravo, contendo os dados das investigações. Essas informações compõem o banco de dados do Sinan NET.
Sistema de Informação de Atenção Básica (Siab)
O Siab foi implementado em 1998 como substituto do Sistema de Informação do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (Sipacs).
Foi desenvolvido como uma ferramenta de gestão para os Sistemas Locais de Saúde, incorporando conceitos como território, problema e responsabilidade sanitária. Esse sistema se enquadrou perfeitamente no contexto da reorganização do SUS no país, adquirindo características distintas dos demais sistemas existentes. Veja os avanços alcançados com a implementação do Siab:
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Microespacialização dos problemas de saúde e avaliação de intervenções.
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Uso mais ágil e oportuno das informações.
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Geração de indicadores capazes de abranger todo o ciclo de organização das ações de saúde a partir da identificação dos problemas.
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Consolidação progressiva das informações, partindo de níveis menos agregados para níveis mais agregados.
Atualmente, o Siab possibilita o acesso a informações como cadastros de famílias, condições de moradia e saneamento, situação de saúde, produção e composição das equipes de saúde. A gestão dele é realizada pela Coordenação de Acompanhamento e Avaliação/DAB/SAS (CAA/DAB/SAS), cuja missão é monitorar e avaliar a atenção básica, instrumentalizando a gestão, bem como fomentar e consolidar a cultura avaliativa nas três instâncias de gestão do SUS.
Sua reformulação está sendo reavaliada pelas áreas técnicas do MS, na perspectiva de que o Siab seja, em um futuro próximo, articulado com os demais sistemas de informação dos outros níveis de atenção à saúde pelo SUS.
Sistema de Informação Hospitalar (SIH)
O SIH foi introduzido no sistema de informação brasileiro em 1991, após a implementação do SUS e a transferência do Inamps para o Ministério da Saúde. O sistema foi posteriormente renomeado como Sistema de Internações Hospitalares do SUS (SIH/SUS).
Esse sistema desempenha um papel crucial na gestão em saúde, pois oferece as seguintes possibilidades:
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Armazenamento dos dados das internações hospitalares.
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Apresentação e processamento mensal das Autorizações de Internação Hospitalar (AIH) dos estabelecimentos de saúde públicos, conveniados e contratados.
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Disponibilização de relatórios aos gestores com informações para o pagamento dos prestadores.
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Acompanhamento do desempenho dos hospitais em relação às metas estabelecidas nos contratos entre gestor e hospitais.
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Auxílio nas ações de controle, avaliação e auditoria local.
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Cálculo do valor global a ser pago aos prestadores e acompanhamento dos limites financeiros estabelecidos no planejamento.
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Conhecimento, por parte dos gestores, prestadores e profissionais envolvidos na prestação de assistência hospitalar, de todas as regras contidas no sistema.
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Intervenção oportuna do gestor no processamento da produção mensal hospitalar.
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Conhecimento ou construção do perfil de morbidade e mortalidade hospitalar.
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Direcionamento adequado das ações de prevenção e promoção da saúde para uma população específica.
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Avaliação da qualidade da atenção à saúde oferecida à população.
Com as informações fornecidas pelo SIH, o gestor pode avaliar a assistência ambulatorial prestada à população, as atividades de prevenção e educação em saúde, o controle de doenças sexualmente transmissíveis e AIDS, bem como a vigilância sanitária e epidemiológica. Além disso, o acesso ao perfil epidemiológico, à morbidade e à mortalidade hospitalar são resultados da qualidade da atenção primária e secundária oferecida à população.
A partir do acompanhamento e avaliação dessas informações, o gestor pode planejar melhor as ações de saúde em todos os níveis. Dentro das propostas do Plano Nacional de Implantação de Informação em Saúde (PNIIS), o Ministério da Saúde busca descentralizar o SIH, aproveitando a agilidade e o poder dos novos softwares, bem como o uso generalizado de microcomputadores e da Internet.
Sistema de Mortalidade (SIM)
O SIM foi desenvolvido pelo MS em meados de 1975 e informatizado em 1979. Após a implantação do SUS, a coleta de dados foi descentralizada e repassada aos estados e municípios por meio das Secretarias de Saúde.
O modelo foi criado a partir da unificação de mais de 40 modelos de instrumentos utilizados ao longo dos anos para registros dos dados de mortalidade da população brasileira. Atualmente, o documento básico e essencial para a coleta de dados da mortalidade no Brasil é a Declaração de Óbito (DO). Esse compartilhamento de informações é realizado de forma on-line. Com o preenchimento com os dados quantitativos e qualitativos da DO, é possível monitorar:
Causa mortis
Levantar indicadores
Processar análises epidemiológicas
Para a gestão, o SIM constitui uma ferramenta importante para subsidiar a tomada de decisões em diversas áreas de vigilância e saúde. Entre os principais resultados do preenchimento correto estão:
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A redução da mortalidade por causas preveníveis ou evitáveis.
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A consequente melhoria na qualidade dos dados captados pelo Sim, inclusive em relação à ausência ou má definição de causa mortis.
O acesso é restrito às pessoas cadastradas para garantir a confidencialidade das informações.
Verificando o aprendizado
Questão 1
Sobre os sistemas de informação utilizados pelo SUS e pela ANS, qual das afirmações a seguir está correta?
A
O Departamento de Informática do SUS (Datasus) é responsável pelo suporte aos sistemas de informação utilizados pela ANS.
B
Os sistemas de informação da ANS auxiliam na regulamentação e fiscalização das atividades das operadoras de planos de saúde (OPS).
C
Os sistemas de informação do SUS são responsáveis por prover dados e informações suficientes para a regulamentação e fiscalização das atividades das OPS.
D
O Sistema de Informações em Saúde Suplementar (SIB) é responsável pela coleta e pelo registro de dados de beneficiários vinculados ao SUS.
E
A ANS foi criada em 1991 com o objetivo de coordenar o desenvolvimento dos sistemas de informação utilizados pelo SUS.
Responder
Parabéns! A alternativa B está correta.
O papel da ANS é regulamentar, controlar e fiscalizar as atividades relativas à saúde privada no Brasil, o que inclui as operadoras de planos de saúde. Portanto, é correto afirmar que os sistemas de informação utilizados pela ANS são responsáveis pela regulamentação e fiscalização das atividades das OPS.
Questão 2
Quais são os objetivos do uso dos sistemas de informação na saúde, tanto no contexto do Sistema Suplementar quanto no SUS?
A
Realizar análise dos custos e benefícios dos erros médicos.
B
Promover ações de saúde na promoção e prevenção de agravos.
C
Garantir a descentralização dos dados desde o atendimento primário até atendimento hospitalar.
D
Viabilizar a continuidade da assistência prestada aos pacientes.
E
Assegurar a disponibilidade de recursos financeiros para a adoção do Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP).
Responder
Parabéns! A alternativa B está correta.
Tanto no contexto do Sistema Suplementar quanto no SUS, um dos objetivos do uso dos sistemas de informação é promover ações de saúde na promoção e prevenção de agravos. Isso envolve o planejamento e aperfeiçoamento da tomada de decisões em saúde, a melhoria da qualidade do atendimento, a análise dos custos e benefícios dos erros médicos, a garantia de informação com qualidade e a tomada de decisões clínicas e políticas de saúde.
Considerações finais
Neste conteúdo, aprofundamos nosso conhecimento sobre a saúde suplementar no Brasil. Compreendemos sua origem, o seu papel fundamental e a estrutura da ANS como órgão de regulamentação e fiscalização desse setor, além de entendermos a diferença entre saúde suplementar e saúde complementar.
Exploramos também os principais sistemas de informação utilizados pela ANS para coletar dados que servem de base para seu papel fiscalizador e auxiliar gestores a tomar decisões estratégicas. Nesse estudo, Reconhecemos a importância desses sistemas na identificação de áreas de melhoria e no alcance de novos clientes.
Por fim, analisamos as diferenças entre os sistemas de informação utilizados pela ANS e pelo SUS, ressaltando sua importância na gestão da saúde e as informações que podem ser obtidas a partir desses sistemas.
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Na páginas de internet da Agência Nacional de Saúde Suplementar, você poderá saber mais sobre os sistemas de informação, a missão e a estrutura da agência, além de coletar dados sobre as operadoras de saúde.
Para entender como as crises econômicas e de saúde afetaram as operadoras de plano de saúde, leia o artigo Crise econômica e sanitária e desempenho dos planos e seguros de saúde: similaridades e singularidades entre Brasil e Estados Unidos, de Danielle Conte Alves Riani Costa e Ligia Bahia, publicado em 2022 na revista Cadernos de Saúde Pública.
Leia também o artigo Cenário nacional da promoção da saúde e prevenção de riscos e doenças para a pessoa idosa na saúde suplementar, de João Paulo Damásio Sales e colaboradores, publicado em 2022 na revista Interface - Comunicação, Saúde, Educação.
Para entender o perfil das reclamações de idosos com relação à saúde suplementar no Brasil, leia o artigo Aumento nas reclamações de idosos sobre a saúde suplementar no Brasil, de Natália Carolina de Sousa e colaboradores, publicado em 2021 na revista Ciência e Saúde Coletiva.
Referências
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